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X-Men ‘97 triunfa ao resgatar o que os mutantes têm de melhor | Crítica
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X-Men ‘97 triunfa ao resgatar o que os mutantes têm de melhor | Crítica

Animação da Marvel marca um caprichado e empolgante retorno dos mutantes às telinhas

Gabriel Avila
Gabriel Avila
16.mai.24 às 19h41
Atualizado há 11 meses
X-Men ‘97 triunfa ao resgatar o que os mutantes têm de melhor | Crítica
Marvel Studios/Reprodução

No momento em que Hollywood parece cada vez mais dependente de continuações, remakes e reboots, X-Men ‘97 parece uma ideia um tanto óbvia. Afinal de contas, nada melhor do que a continuação de um clássico para reviver o apetite do público pelos mutantes. Felizmente, a série faz mais do que se apoiar em glórias passadas e triunfa ao resgatar o que esses heróis da Marvel têm de melhor.

É claro que há desafio em dar sequência a uma produção tão amada quanto a série animada original dos X-Men, que alimentou a onda de popularidade que os personagens atravessaram na década de 1990. Porém, em vez de jogar seguro e tentar repetir o que foi feito anteriormente, a nova trama chegou com o apetite de seguir adiante e ir a lugares que o original não foi, mas sem perder de vista o que a tornou tão adorada.

A missão fica clara logo na estreia, que se equilibra entre dar sequência ao final da série original e marcar um início próprio. Para isso, ela pega emprestado a estrutura da própria antecessora, que teve início apresentando um mutante jovem sendo acolhido pela equipe, que lhe oferece abrigo e a oportunidade de fazer parte dela.

Tal dinâmica, vivida pela Jubileu na original e pelo Mancha Solar em ‘97, poderia até indicar que o novato da vez será o protagonista. Porém, a produção nunca perde de vista que o foco é no coletivo e desenvolve os personagens e seus dramas internos de uma forma que sempre mantêm a história andando. Uma tarefa nada fácil de fazer, mas que faz o todo brilhar.

Em 10 episódios, X-Men ‘97 reúne muitos dos desafios que marcam a longa trajetória da equipe nos quadrinhos: grandes embates contra vilões marcantes, metáforas nada sutis com problemas sociais do mundo real e dramas internos que humanizam seus personagens. Questões que nunca são perdidas de vista e sempre servem de gatilho para a próxima – isso quando não estão intimamente ligados.

A engrenagem que a narrativa constrói com essas peças é o verdadeiro triunfo da produção como um todo, o que fica claro em cada grande momento da produção. Sejam vitórias triunfantes, derrotas desoladoras ou reviravoltas surpreendentes, cada um deles só funciona porque conhecemos e nos importamos com esses personagens. Uma relação que é fruto dos obstáculos e desafios que eles enfrentam dentro da Mansão Xavier ou fora dela.

Capitaneado por Beau DeMayo, criador da série, o time de roteiristas composto por Charley Feldman, JB Ballard e Anthony Sellitti fez um grande trabalho ao costurar uma história que se sai muito bem em várias frentes. Um trabalho que dá unidade e assinatura própria às mais diferentes referências, que vão de HQs clássicas a eventos do mundo real e até questões deixadas em aberto pela animação original.

O calcanhar de A da produção, entretanto, está na pressa com que algumas das tramas são desenvolvidas e concluídas. Há questões que necessitavam de um espaço maior para atingir o impacto pretendido, mas acabam abreviadas para preparar outras situações. Felizmente, nenhuma delas se torna um problema real e, no fim, são um preço pequeno a pagar mediante os acertos proporcionados. Um raro caso em que os fins justificam os meios.

Uma animação à altura dos X-Men

Se o roteiro de X-Men ‘97 merece elogios, a animação não fica atrás. A parte visual também se equilibra entre o clássico, para não fugir da produção original, e o moderno, para atrair o público atual. Um direcionamento que ganha vida em uma identidade própria efetiva em toda a proposta.

Não é segredo que esse aspecto é o mais fraco na produção original, que sofreu com verba e tempo de produção curtos demais para chamarem grande coisa. Problemas que não afetaram a continuação do Disney+, que contou com um trabalho inspirado do Studio Mir e da Tiger Animation em episódios que exigiram grandes doses de capricho.

Liderada por Jake Castorena, a equipe de diretores composta também por Chase Conley e Emi-Emmett Yonemura não poupou esforços em fazer jus a personagens com visuais e dons tão icônicos. Com foco nos diferentes poderes e dinâmicas entre mocinhos – e até vilões –, os cineastas comandaram alguns dos momentos mais marcantes dos super-heróis nas telinhas nos últimos anos.

Um trabalho bem-feito que reconhece o fato de ser fortemente inspirado no de grandes artistas que comandaram as HQs dos mutantes anteriormente. Algo que fica claro em cenas que recriam momentos inteiros dos gibis ou ao menos os trazem como easter-eggs. Um apuro tão grande que tem como resultado final a melhor versão animada dos alunos do Professor X.

Esse esmero, aliás, é o que torna a produção tão especial. Mais do que paixão pelos personagens que têm em mãos, X-Men ‘97 se torna marcante pela forma como os entende, os retrata e as histórias que narra com eles. Afinal, não há forma melhor de honrar os X-Men do que abrindo as portas da Mansão Xavier e convidar o público a fazer parte dessa família, que salva um mundo que os odeia. Uma missão cumprida com louvor, que mostra que a equipe não envelheceu um dia nesses 30 anos que separam a produção atual da série original.

A primeira temporada de  X-Men '97 está disponível no Disney+.

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