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Pinguim intensifica sujeira no mundo de Batman com estreia violenta e promissora
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Pinguim intensifica sujeira no mundo de Batman com estreia violenta e promissora

Série da HBO e Max põe o vilão vivido por Colin Farrell em jogo de poder na máfia

Pedro Siqueira
Pedro Siqueira
20.set.24 às 15h52
Atualizado há 7 meses
Pinguim intensifica sujeira no mundo de Batman com estreia violenta e promissora
(HBO/Max/Divulgação)

Por mais que o diretor Matt Reeves tenha tentado imprimir um realismo, Batman (2022), em essência, ainda é um espetáculo fantástico. Afinal, você pode trazer quantas explicações lógicas quiser, mas estamos vendo um bilionário fantasiado de morcego usando traquitanas tecnológicas para moer a cara de bandidos durante a noite. E nem vamos falar do carrão possante com ares animalescos.

Que fique claro ao leitor que não há demérito na visão de mundo empregada por Reeves na franquia, mas a melhor representação de uma Gotham City verdadeiramente realista, suja e violenta vem não de qualquer produção do Homem-Morcego, mas de onde nem o mais crédulo fã do universo da DC esperava: uma série solo do Pinguim.

A produção da HBO e Max exibiu o primeiro episódio na última quinta-feira (19), com Colin Farrell de volta ao papel do gângster, e uma trama que promete agradar aos fãs do lado urbano do universo Batman.

Intitulado “Tempo Extra”, o capítulo retoma a história logo depois dos eventos do filme. Após o caos provocado pelo Charada (Paul Dano) e a morte do chefão do crime Carmine Falcone (John Turturro no filme, e agora vivido por Mark Strong), o fanfarrão Oz Cobb (Farrell) aproveita a oportunidade de ouro de crescer no alto escalão da máfia de Gotham, embarcando num perigoso jogo de poder e intrigas.

Colin Farrell em cena de Pinguim Colin Farrell em ação como o Oz em Pinguim. (HBO/Max/Divulgação)

Quando se fala em histórias de máfia, muitas vezes espera-se um certo glamour, como visto em filmes como O Poderoso Chefão (1972), Os Bons Companheiros (1990) e Cassino (1995). Mas a performance de Colin Farrell e a proposta apresentada por Pinguim voltam as atenções ao lado mais ralé do crime, pendendo mais ao frustrado Tony Soprano (de Família Soprano) do que aos imponentes "Don Corleones" da ficção.

Com mais tempo de tela que no cinema (onde apareceu por inacreditáveis 10 minutos, em um filme de quase três horas), Colin Farrell transforma seu Oz numa figura patética e carismática em níveis iguais. É quase como se soubéssemos que não se deve simpatizar com um cara desses, mas há um certo charme irresistível na figura bonachona e ambiciosa.

Isso porque, embora ostente os charutos, carrões e penduricalhos de ouro, o gângster não consegue disfarçar o desespero por aceitação e respeito, o que o torna um pária ainda maior entre os colegas.

Nesse sentido, Farrell consegue deixar sua marca no vilão, optando por um caminho diferente da comédia pastelão de Burgess Meredith (no Batman da década de 1960) e o drama existencial gótico de Danny DeVito (de Batman: O Retorno, 1992).

Já de cara, Pinguim deixa claro que mereceu a série, e que era o personagem ideal para toda a liberdade trazida por uma classificação indicativa maior. Afinal, uma cidade não é conquistada sem muito sangue, tiros e palavrões.

Se essa Gotham fosse minha…

Cristin Milioti e Colin Farrell em cena de Pinguim Cristin Milioti chega ameaçadora como Sofia Falcone. (HBO/Max/Divulgação)

Embora leve o nome do protagonista, a série poderia facilmente passar como um estudo sobre Gotham City enquanto organismo vivo. Para quem gostou da versão sombria e os tons sépia apresentados em Batman, a série propõe um passeio ainda mais imersivo pelas veias da cidade. Uma vantagem de estarmos acompanhando a trama pela visão de Oz, que transita dos poderosos chefões do crime até os bandidinhos de rua.

O primeiro time chega encabeçado por Cristin Milioti (How I Met Your Mother), magnética e ameaçadora como Sofia Falcone. A atriz imprime uma performance que nada deixa a dever ao expansivo Colin Farrell nas tensas cenas entre os dois, como a filha do ex-chefe do crime lutando pelo próprio quinhão no meio do vácuo de poder.

Já no submundo, Oz encontra um relutante protegido na figura de Vic (Rhenzy Feliz), jovem que servirá de companheiro para o Pinguim na jornada pelo poder em Gotham.

No papel, a dinâmica dos dois poderia cair no clichê do mentor emburrado e o aprendiz cheio de sonhos, mas Feliz e Farrell entregam uma química simpática na subtrama que não rouba o protagonismo do próprio Pinguim, mas conquista o suficiente para manter o interesse pelos próximos passos do duo.

Enquanto série, Pinguim acerta ao dar as cartas já no primeiro episódio, deixando bem claro que o Homem-Morcego ficou na telona, e você nem sentirá a falta dele.

Com uma atuação marcante e um carisma envolvente, Colin Farrell nos toma como cúmplices em sua aventura, e prova, para seus colegas de crime e para o público, que há mais camadas na mente de Oz Cobb do que a pesada maquiagem que transforma o ator no vilão.

Pinguim encontra um aprendiz relutante no Vic. (HBO/Max/Divulgação)

Pinguim exibe episódios inéditos aos domingos, a partir das 22h, pela Max. O streaming também tem Batman (2022) e os demais filmes do Homem-Morcego em catálogo.

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