Após três anos, Arcane está prestes a retornar — e dizer adeus. Dividida em três atos, a segunda temporada traz nove episódios que prometem mergulhar ainda mais no universo de League of Legends e colocar um ponto final na história de Vi e Jinx.
Combinando com a própria atmosfera da série animada, o sentimento de dar play no Ato I do novo ano é de pura melancolia. Coincidentemente (ou não), o trio inicial de episódios transmite justamente esse sentimento ao apresentar um prólogo que mais parece uma bomba-relógio com um timer prestes a se esgotar.
De forma inteligente, os roteiros Amanda Overton (Ruptura), Christian Linke (Riot Games) e Alex Yee (Riot Games) não tentam repetir o tom chocante do Ato I da primeira temporada e trazem uma pegada diferente, mais cadenciada, mas que ainda transmitem a sensação de preparação de terreno para uma explosão iminente.
Explosão essa que é basicamente uma declaração de guerra entre Piltover e Zaun — também simbolizados narrativa e visualmente por Vi e Jinx —, mergulhando de cabeça nas consequências do gran finale do primeiro ano da animação. Essa ideia de contraste atua como fio condutor a princípio, mas com acenos sutis de que há mais a ser contado nessa história do que os dois lados de uma moeda.
Dando continuidade à cuidadosa construção de personagens, a segunda temporada encontra espaço para aprofundar ainda mais o elenco de forma geral, destacando como os acontecimentos anteriores refletem em cada um — principalmente Caitlyn, Ambessa e Jayce, com direito às (esperadas) primeiras faíscas entre o inventor e Viktor e ao mistério do suposto Singed.
Assim, Arcane não deixa de lado os rostos secundários e volta a investir numa teia complexa de tramas paralelas e reviravoltas. Também é perceptível como o ritmo não desacelera (e nem acelera demais) em nenhum momento, encontrando espaço para detalhar personagens já conhecidos e ainda introduzir alguns rostos novos aqui e ali.

Visualmente, a série animada retorna mais “solta” em termos de estética, brincando de forma chamativa e ambiciosa com os efeitos coloridos e desenhados que pipocam pela tela. E a qualidade de animação, com movimentos naturais e até brilho nos olhares dos personagens, continua absurdamente impecável. Deixo meu apreço a uma das melhores cenas de luta de toda a produção — acredite, você vai saber quando chegar lá — que faz uma luta entre dois personagens não tão importantes para o público em um dos momentos mais inesquecíveis do Ato I.
Isso só reforça a identidade visual de Arcane como uma das melhores já vistas na televisão, que é capaz de transformar um momento que poderia ser completamente esquecível em algo, na verdade, marcante.
Esses mesmos caprichos e cuidados também aparecem na trilha sonora, uma vez que a série animada mantém a ideia de ter músicas como um elemento importante para a construção geral da narrativa. Difícil ouvir “Our Love”, por exemplo, e não lembrar dos episódios com Vi e Powder ainda pequenas, ou “What Could Have Been” sem o ápice da insanidade de Jinx não surgir. Esse aspecto retorna, e digamos apenas que uma versão diferente de “Heavy is the Crown”, do Linkin Park, não sairá tão cedo da sua playlist.
Dois lados da moeda
Fã ou não de League of Legends, tudo que fez milhares de espectadores se apaixonarem por Arcane está presente nos três primeiros episódios da segunda temporada, incluindo o gostinho proposital de “quero mais”. E, felizmente, ainda há mais por vir.
Parece que, após três anos de espera, a série animada retorna com ainda mais sede para provar como uma adaptação de videogame em outra mídia pode ser muito bem feita — inovando e, ao mesmo tempo, respeitando o material original.
Que venha o Ato 2!
Os três primeiros episódios da segunda temporada de Arcane estão disponíveis na Netflix. Os demais atos estreiam nos dias 16 e 23 de novembro, respectivamente.
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