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Arcane se consagra como fenômeno da TV com fim no momento certo | Crítica
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Arcane se consagra como fenômeno da TV com fim no momento certo | Crítica

Série de League of Legends mostra como é levar um jogo às telinhas de forma respeitosa e criativa

Tayná Garcia
Tayná Garcia
26.nov.24 às 17h24
Atualizado há 4 meses
Arcane se consagra como fenômeno da TV com fim no momento certo | Crítica
Arcane/Netflix/Divulgação

“Pesada é a coroa” diz a música do Linkin Park que é um dos temas da segunda e última temporada de Arcane, a série animada de League of Legends, e que também pode simbolizar o que a produção se tornou para a cultura pop: uma referência.

Ao chegar ao fim após 18 episódios, a animação da Netflix supera as expectativas — que, diga-se de passagem, estavam altíssimas — com uma narrativa que não apenas se apoia numa excelente construção de personagens (e nas relações entre eles), mas também respeita o universo da Riot Games no qual se baseia.

Além de provar que terminar no momento certo é um passo primordial para uma história bem contada.

Amanhecer do dia final

Se, há alguns anos, alguém me dissesse que precisaria de lencinhos para assistir a uma série inspirada em League of Legends, eu a chamaria de louca. Mas cá estamos nós.

Desde o início, Arcane demonstrou um imenso cuidado com a construção de personagens, desde a dupla protagonista (composta por Vi e Jinx) até aos que mais pareciam “secundários” num primeiro momento, como Mel e Ekko, por exemplo.

Essa forma de dar profundidade e atenção a cada figura fez a narrativa ter ramificações das mais diversas, com personagens que ostentam motivações, demônios pessoais e personalidades completamente únicas. E, graças ao cuidado dos roteiristas — encabeçados pela dupla criativa da Riot Games, Christian Linke e Alex Yee, e a experiente Amanda Overton (Ruptura) —, isso levou a uma evolução fluida dos personagens ao decorrer da série, chegando ao ápice no Ato III da segunda temporada.

Tal diversidade de personagens também adiciona uma riqueza de nuances quase inigualável à história, que se dá o luxo de ser criativa, engraçada, emocionante, romântica e até triste. Além de reflexos sutilmente ácidos a questões sociais contemporâneas, como a própria diferença do estilo de vida entre as áreas ricas e pobres da cidade.

Cena da segunda temporada de Arcane (Imagem: Arcane/Netflix/Reprodução)

Os três episódios finais apostam justamente nos personagens, e como cada um deles evoluiu após essa jornada, com o ápice dessa ideia sendo representada (até mesmo simbolicamente) numa guerra que vai além de Piltover e Zaun.

O que pode causar impressões diferentes ao depender do espectador, no entanto, é o ritmo que opta por desacelerar num primeiro momento, só para pisar fundo em seguida. Isso porque o primeiro episódio do trio se dá o direito de esquecer o presente para se focar no que levou ao clímax do Ato II, o que faz os capítulos restantes retomarem o passo a todo vapor para dar continuidade à trama principal.

Seja como for, a maneira como todas as tramas se entrelaçam nessa reta final é inspiradora, comprovando que a essência inicial de Arcane sempre foi a mesma: a força dos personagens.

Cena da segunda temporada de Arcane (Imagem: Arcane/Netflix/Reprodução)

Muitos estão cansados dos elogios à estética arrebatadora de Arcane, mas o Ato III faz por merecer a valorização extra, uma vez que eleva a qualidade da animação ao máximo. A iminente guerra leva a embates cheios de detalhes minuciosos, como movimentos bem naturais de combate e até momentos sem gravidade, e mais explosões de cores na tela — o que resulta num espetáculo visual.

Do início ao fim, a série também demonstra cuidado e criatividade com o design de personagens, em que todos são distinguíveis visualmente, o que ajuda a intensificar a construção do roteiro e a referenciar o material original de League of Legends. Fica um destaque especial para uma cena com Jayce e Viktor que se parece com uma sequência de esboços de desenhos inacabados, que propositalmente destoam do resto por representar algo maior à narrativa, fazendo a estética e a roteirização conversarem entre si.

Outro pilar, presente do início ao fim, é a trilha sonora, que se destaca pelas diversas parcerias com artistas conhecidos para tornar alguns momentos ainda mais especiais, como a música “The Line”, da banda Twenty One Pilots, que é usada para representar sentimentos de dois arcos paralelos ao mesmo tempo — de Viktor e Vander.

“Nossa história ainda não acabou”

Pode até soar clichê, mas Arcane chega ao fim com um desfecho épico, que faz jus à construção inicial da história e mostra uma maneira criativa e respeitosa de levar um videogame para outra mídia.

Cena da segunda temporada de Arcane (Imagem: Arcane/Netflix/Reprodução)

Além de, é claro, demonstrar o potencial do universo de League of Legends fora do território de MOBA, uma vez que há muitas outras cidades de Runeterra e campeões que podem ser explorados por aí. E parece que já temos mais três séries a caminho — graças ao que Arcane foi capaz de fazer nas telinhas.


Arcane está disponível na Netflix.

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