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Academia Brasileira de Letras inclui palavra "dorama" em seu vocabulário
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Academia Brasileira de Letras inclui palavra "dorama" em seu vocabulário

Instituição colocou todas as produções do leste e do sudeste asiático sob um mesmo guarda-chuva, resultando em diversas reações negativas

Saori Almeida
Saori Almeida
25.out.23 às 12h24
Atualizado há mais de 1 ano
Academia Brasileira de Letras inclui palavra "dorama" em seu vocabulário
Netflix/Reprodução

A Academia Brasileira de Letras (ABL) anunciou, na última terça-feira (24), a adição de "dorama" ao seu vocabulário oficial. O uso da palavra em território nacional aumentou consideravelmente desde que produções vindas, principalmente, do Japão e da Coreia do Sul ganharam popularidade entre o público dos streamings.

A definição dada pela Academia Brasileira de Letras para a palavra dorama é "obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, de gêneros e temas diversos, em geral com elenco local e no idioma do país de origem". O detalhe importante de perceber é que, com tal descrição, as divisões k-drama, c-drama, tw-drama e outras variantes passam a ser consideradas como "subcategorias" de um grande guarda-chuva chamado "doramas".

Nos comentários do anúncio oficial nas redes sociais, várias pessoas questionaram a definição dada pela ABL. O motivo disso é que a separação de nomenclatura para produções japonesas e para títulos de outros países do leste e do sudeste asiático representa mais do que a identificação do lugar de origem das obras.

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Como explicamos em outra publicação, o uso incorreto do termo dorama para falar sobre programas sul-coreanos, por exemplo, evoca feridas históricas que não foram curadas até os dias atuais. O Japão ocupou a Coreia (ainda unificada) entre 1910 e 1945 e, de acordo com registros da época, o regime japonês no país foi baseado em terror, violência e repressão cultural.

O idioma, arte e até mesmo nomes de origem coreana foram barrados nesse período, e milhares de coreanos(as) foram forçados à escravidão, prostituição e marginalização.

Os dramas coreanos e de outros países do leste e do sudeste asiático, historicamente, surgiram com influência das novelas japonesas dos anos de 1950. Porém, a própria Academia Brasileira de Letras menciona que tais produções ganharam marcas culturais distintas ao longo do tempo — criando uma contradição e instigando reações negativas de uma parcela notável do público.

A Academia Brasileira de Letras adiciona palavras e expressões ao seu vocabulário oficial quando estas passam "a ter uso corrente na língua portuguesa, podendo ser neologismos, empréstimos linguísticos ou mesmo vocábulos que, apesar de já existirem há algum tempo na língua, têm circulado com mais frequência ou com um novo sentido nos dias de hoje".

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Fonte: Academia Brasileira de Letras (Instagram)

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