Testar uma nova franquia de jogos costuma ser uma experiência que vem acompanhada de curiosidade e fascínio, e com Metaphor: ReFantazio não foi diferente. Explorar menus, conhecer os membros da equipe e começar a compreender a trama do título trouxeram essa sensação de frescor, mas também de muita familiaridade.
- Metaphor: ReFantazio ganha trailer inédito na Summer Game Fest
- ATLUS detalha história, mundo e personagens de Metaphor: ReFantazio
O jogo marca a estreia do Studio Zero, mas traz a bagagem de décadas de aprendizado dos desenvolvedores do estúdio, com Shin Megami Tensei e Persona em tudo: na jogabilidade, no design de personagens e também nos detalhes como interfaces, entregando toda a qualidade esperada das franquias já estabelecidas da ATLUS.
Durante a Summer Game Fest 2024, pude testar três momentos distintos do jogo em sessões de 15 minutos cada, experimentando diferentes situações e aspectos. E o melhor: tudo em português brasileiro, pois o jogo está traduzido para o nosso idioma. Também há opções de áudio em inglês e em japonês.
Chegando bem a tempo de comemorar os 35 anos da desenvolvedora e distribuidora japonesa, Metaphor: ReFantazio promete levar os jogadores por uma jornada política, ambientada em um mundo de fantasia inédito.
Tramoias políticas
A primeira parte da demonstração apresentava o protagonista, que possui um visual bastante andrógino, conversando e interagindo com Gallica, personagem que se assemelha a uma fada e atua como guia por boa parte da jornada.
A dupla atravessa uma floresta e conhece Strohl, um guerreiro que está tentando esconder suas raízes nobres, que se junta ao time. Gallica e o protagonista estão à procura de um aliado que, supostamente, está no forte, e Strohl concorda em ajudá-los sem saber de suas motivações.
E é aí que Metaphor se distancia de Persona (mas nem tanto de Shin Megami Tensei): o espaço está cheio de corpos de soldados mortos, caídos sobre as poças de seu próprio sangue. O clima estabelecido é de guerra e destruição, alinhado à temática da narrativa mais política e sombria.
Os monstros possuem designs bizarros e misturam características humanas com frutas, animais, e outros elementos da natureza. Em vez de Personas ou invocações, durante a batalha os personagens se transformam em Arquétipos para desafiar os oponentes.

Os Arquétipos são como classes de RPG, como Mago, Cavaleiro, Guerreiro e mais. Porém, é possível fundir dois ou mais Arquétipos para obter combinações como um Cavaleiro Mágico, por exemplo. Tivemos apenas um pequeno vislumbre da árvore de Arquétipos, mas pareceu bem interessante.
Em meio a tudo isso há uma trama que parece envolver um país inteiro, suas diversas tribos distintas e uma disputa pelo trono. Essa é a primeira vez que Katsura Hashino — diretor do jogo e também de Persona 3, 4 e 5 — trabalha com um pano de fundo mais voltado para o lado da fantasia medieval do que da ficção científica ancorada na civilização atual.
Porém, não é por isso que o nosso “mundo real” não faz uma pequena ponta na fantasia de Hashino. Há uma cena envolvendo um livro e, quando se descobre o conteúdo dele, temos um vislumbre do que é considerado fantasia no universo de Metaphor: ReFantazio: um mundo onde todos são da mesma raça e vivem em harmonia, sem discriminação e problemas de territorialismo. Ainda é um sonho meio distante.
Combate (mais ou menos) frenético
O combate de Metaphor: ReFantazio é uma amálgama de elementos bem-sucedidos em outros títulos da ATLUS.
Há um modo de ação, ideal para derrotar monstros mais fracos sem ter que entrar no modo “tático”, que acaba tomando mais tempo. Contra monstros médios e fortes, é interessante se planejar e, se possível, pegá-los despreparados para garantir o primeiro turno.

Para isso, basta chegar de fininho e atacar o inimigo no modo “ação”, e, enquanto ele se recompõe, começar a batalha tática, no mesmo padrão estabelecido em versões mais recentes de Persona 3 e Persona 5.
Os turnos, por sua vez, são determinados por uma quantidade de cristais no topo da tela. Enquanto ainda tiver cristais, o jogador pode comandar um membro do grupo para atacar – mas o mesmo vale para o monstro, então é bom prestar atenção na hora do combate.
Acertar um ponto fraco dá ao jogador um cristal extra, ampliando assim as possibilidades de movimentos e até mesmo garantindo mais um ataque antes que o oponente consiga retrucar. Há um bônus quando você consegue terminar uma batalha sem receber dano.
Visual de obra-prima
Impossível não se impressionar com o estilo artístico escolhido pela equipe criativa. Como de costume nos jogos dirigidos por Hashino, toda a interface de usuário é extremamente bem trabalhada, com cada detalhe saltando aos olhos em composições visuais que parecem pinturas vivas em tela, ou rascunhos feitos a lápis à la Leonardo da Vinci no Homem Vitruviano.
Os cânticos budistas que permeiam toda a trilha sonora são épicos, e me deixaram arrepiada com a sensação de grandiosidade. Visuais e músicas, somadas a um mapa bem grande e que parece diverso em biomas, ajudam a construir a ideia do mundo de fantasia que o Studio Zero criou.
Metaphor: ReFantazio parece reunir tudo o que a ATLUS criou de melhor nas últimas décadas e entregar um pacote completo que, embora tenha um visual e uma ambientação completamente novos para um jogo de Hashino e sua equipe de veteranos, ainda passa a confortável sensação de familiaridade para os fãs ávidos de Shin Megami Tensei e Persona.
É como uma comemoração simbólica dos 35 anos da empresa como distribuidora, e também um atestado de seu sucesso e de suas ambições para o mercado global.
Agora, só nos resta esperar o lançamento do jogo completo, que está marcado para 11 de outubro de 2024, para Xbox Series X e S, PS4, PS5 e PC.
Fique de olho no NerdBunker para mais novidades do mundo dos games. Para não perder nada, siga nossas redes sociais, entre em nosso grupo no Telegram e mais - acesse e confira.