Com novidades, easter eggs e gatos, o DLC Ilha Iki chega em Ghost of Tsushima e traz quase 10 horas de conteúdo, mas não sem algumas pedras no caminho.
A expansão adiciona um mapa e uma nova linha de história, além de uma porrada de atividades opcionais espalhadas pelo mapa, algumas recicladas do jogo base — como haikus e desafios do bambu — e outras inéditas. Mas já falaremos sobre elas.
História com prós e contras
Há uma nova ameaça na Ilha Iki, local onde Jin morava com sua família antes da morte de seu pai. Trata-se de uma tribo liderada por uma mulher misteriosa, conhecida como Águia, que sequestra e droga pessoas usando um veneno alucinógeno, forçando-as a juntarem a ela. O objetivo dela é construir um exército capaz de aniquilar qualquer um que se oponha a eles.
A ameaça da Tribo da Águia já cresceu tanto que está prestes a invadir Tsushima e, por isso, Jin decide cortar o mal pela raiz.

Com missões com objetivos que variam bastante entre si, a "campanha" acerta em estabelecer uma ligação entre o atual e o passado de Jin, aprofundando sua relação com seu pai, que foi um veterano de guerra temido na Ilha Iki.
Para isso, Jin enfrenta seus demônios interiores, com momentos e diálogos introspectivos, o que difere do jogo base e se torna algo interessante de acompanhar.
O maior problema, no entanto, é a duração. A história principal é curta demais, chegando a estabelecer as raízes do arco narrativo, mas sem desenvolvê-las muito bem, atropelando personagens que foram introduzidos (como a própria vilã) e acabando rápido demais.
Para ter uma noção mais clara, é possível completar todas as missões de história em menos de três horas.

Já em termos de jogabilidade, o DLC adiciona poucas novidades.
Os xamãs são um novo tipo de inimigo que podem fortalecer seus aliados, tornando-os mais agressivos. Eles murmuram canções e dão uma pressão extra no combate, que é bem-vinda para apimentar as coisas.
Curiosamente, Jin não ganhou uma nova habilidade, mas seu cavalo sim! É possível dar uma investida contra múltiplos inimigos, o que é ótimo ao vagar pelo mapa, porque não precisa mais ter que parar toda vez que se deparar com um grupo inimigo.
De forma geral, a expansão recompensa com bons itens que potencializam habilidades já existentes do protagonista, mas deixa a desejar em novas mecânicas.
Opcional que se torna obrigatório?
O ponto forte do DLC fica para as atividades opcionais espalhadas pelo mapa que, como já foi citado antes, recicla algumas coisas e também adiciona outras.

Agora, há torneio de duelos com espada de madeira, desafios de arco e flecha, lembranças do passado com um Jin jovem (que podem ser jogadas) e santuários de animais, em que uma nova mecânica de tocar flauta foi inserida e usa o sensor de movimento do controle.
Missões secundárias que precisam ser acionadas com NPCs específicos também estão presentes, além de Contos Míticos e atividades secretas, que não ficam marcadas no mapa e exigem curiosidade para serem encontradas, como ajudar um apicultor a salvar suas abelhas ou ajudar um grupo de banhistas que estão se afogando.
Há ainda easter eggs que dão armaduras inspiradas em outros jogos PlayStation, como Bloodborne, God of War e Shadow of the Colossus.

A exploração a partir destes pontos de interesse é auxiliada pelas paisagens que, apesar de serem mais abertas e menos coloridas que Tsushima, são tão belas quanto.
Com uma história principal tão curta, o verdadeiro brilho da Ilha Iki acaba ficando para as atividades opcionais — que, sob tais condições, se tornam obrigatórias para quem quiser passar um tempo por aqui.
Afinal, vale a pena?
Ter um foco maior em atividades opcionais não é necessariamente ruim, mas certamente não vai agradar a todos os jogadores.
Se você for do tipo que, como eu, considera a exploração como o maior destaque de Ghost of Tsushima, a Ilha Iki é uma boa pedida. Afinal, andar livremente pelo mapa nesse universo, à procura de pontos de interesse e segredos com a ajuda da natureza pode ser tão prazeroso quanto uma história bem contada.
A impressão em relação à duração é que é um pouco menos do que foi anunciado, de que seria tão grande quanto o Ato I do jogo base.

No fim, retornar a esse mundo foi uma experiência divertida e nostálgica, que marcou por pequenos momentos, como encontrar santuários de gatos carentes, escalar navios naufragados e se irritar com os xamãs.
Mas o gostinho que fica é de “quero mais”, intensificando a saudade em vez de saná-la.
A expansão Ilha Iki já está disponível, como parte da edição Director's Cut do jogo. Este texto de impressões foi feito com uma cópia gratuita cedida pela Sony.
Ghost of Tsushima: Director's Cut está disponível exclusivamente para PS4 e PS5.