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BLEACH Rebirth of Souls é um retorno morno da franquia aos videogames | Review
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BLEACH Rebirth of Souls é um retorno morno da franquia aos videogames | Review

Título chega em uma época especial para os fãs, mas não entrega tudo o que promete

Jeff Kayo
Jeff Kayo
03.abr.25 às 11h47
Atualizado há 7 dias
BLEACH Rebirth of Souls é um retorno morno da franquia aos videogames | Review
(Divulgação)

Depois de uma década na geladeira, a franquia BLEACH volta ao mundo dos videogames com Rebirth of Souls, um game que une visual modernizado e uma história épica para ser relembrada.

Com o anime de volta em episódios inéditos, o aniversário de 20 anos da obra de Kubo Tite, e uma one-shot em formato de mangá que continua a história finalizada em 2016, esse jogo não poderia chegar em melhor hora. Mas será que ele entrega tudo o que promete?

Lutas e muita nostalgia

Imagem de BLEACH Rebirth of Souls Ichigo Kurosaki, 15 anos, Shinigami Substituto (meio Hollow, Vizored, Quincy, praticamente ele é tudo) (Divulgação)

BLEACH Rebirth of Souls é um jogo de luta considerado um arena battle, gênero que ficou bastante popular com a série Ultimate Ninja Storm, de Naruto. Há quem prefira um sistema mais tradicional, aos moldes de Street Fighter, ou algo sob plataformas, como acontece em Smash Bros. A própria franquia já experimentou bastante no passado, e a escolha do gênero arena battle traz vantagens e desvantagens para o novo título.

Os cenários são relativamente grandes, e funcionam com os personagens no chão ou no ar (já que corpos espirituais dos lutadores também podem caminhar no ar, igual no anime). Rebirth of Souls não se preocupa em trazer novidades ao gênero, mas se esforça para apresentar, com certa precisão, um apanhado de poderes especiais bastante bizarros, que podem mudar drasticamente o rumo dos combates.

Claro, isso pode gerar uma falsa sensação de “desbalanceamento” no combate, mas as piores “sujeiras” do jogo estão escondidas em camadas que levam em consideração a história da obra, o conhecimento do jogador sobre essa história e a habilidade de cada um de colocar em prática tudo isso dentro do jogo.

Um grande exemplo disso é o ataque especial de Soi Fon, que mata com apenas dois hits (quem viu o anime lembra daquela “tatuagem” de borboleta que marca o primeiro hit). A mesma mecânica funciona no game, porém, acertar o adversário com dois ataques (que demoram bastante para serem ativados) requer uma estratégia de imobilização que não vem tão fácil dentro do jogo. O equilíbrio está aí, nas pequenas coisas.

Imagem de BLEACH Rebirth of Souls Podem falar mal dele, mas não conseguem chamá-lo de feio quando se transforma (Divulgação)

Na história original de BLEACH, cada um dos personagens traz em suas espadas, as zanpakuto, um segredo e uma estratégia única de vitória. No game, nem todo personagem consegue explorar o máximo desse poder, pois a base do jogo é praticamente a mesma para todos, sempre focado em combates corpo a corpo.

Quando vemos exceções, elas brilham e o jogo deixa a gente explorar coisas como espadas que viram pétalas de flor, gigantes samurais e até mesmo aquela espada que incendeia tudo ao seu redor, inclusive seu usuário – a vida do jogador vai diminuindo sempre que usa o poder desperto da Ryujin Jakka, a zanpakuto de Yamamoto Genryuusai.

Ishida Uryu, que não é shinigami, é um personagem bastante prejudicado com a falta de liberdade no gameplay base. Ele utiliza um arco espiritual para lançar suas flechas. E, por mais que seu estilo de batalha clame por um certo distanciamento entre os adversários, o título força os jogadores a manterem uma distância nada segura, já que os ataques cobrem uma área muito pequena (e são bastante demorados).

A preocupação com o jogo “neutro” entre os lutadores é notada no ritmo em que eles se movimentam pelo cenário. Parecem que estão amarrados em pedras e impossibilitados de correr livremente pelo espaço. Com isso, a única opção é utilizar o botão de avanço rápido (dash) para voar rapidamente em direção ao adversário. Mas a manobra tem um preço, ela deixa o jogador vulnerável a qualquer tipo de ataque frontal.

Imagem de BLEACH Rebirth of Souls Shunsui tem uma espada que cria jogos de criança quando ativa seu poder. No game, funciona meio estranho (Divulgação)

No geral, toda a movimentação do jogo é meio bizarra. É preciso empurrar o analógico para cima ou para baixo para os lutadores irem para frente ou para trás e o eixo horizontal (esquerda-direita) serve para contornar o cenário tridimensionalmente. Normalmente em jogos 3D, o horizonte é tido como base, não importa se o personagem está de costa para você. Assim, esquerda e direita vão para frente ou para trás, enquanto o eixo vertical do controle serve para movimentar o lutador para cima ou para baixo do cenário.

Da parte de conectividade, é possível adiantar que Rebirth of Souls não é agraciado com o rollback netcode, que facilita os combates online e entrega menos latência entre jogadores. O jogo funciona com a ajuda de um netcode tradicional baseado na conectividade entre os players, e a distância entre eles influencia o gameplay (delay netcode).

Por fim, o tutorial é uma insanidade pura, extremamente complicado por conta da nomenclatura utilizada. É que, por uma questão de “história”, a enxurrada de termos bizarros que somos apresentados com 10 segundos de tutorial é absurda: “Konpaku”, “Reishi”, “Kikou”, “Reiatsu”, “Hoho”, “Soul Reverse”, “Soul Burst”, tudo isso pode parecer difícil de acompanhar, mas é só o básico dos jogos do gênero. Aprender jogando é mais fácil do que ler esse tutorial.

História inacabada

Imagem de BLEACH Rebirth of Souls Aizen foi um dos maiores personagens da história dos shonen de lutinha. Quem não se surpreendeu com a sua história? (Divulgação)

BLEACH Rebirth of Souls traz consigo uma campanha extensa, facilmente uma das maiores já vistas num jogo do gênero. O jogador deve gastar por volta de uma 10 horas, fácil, desde que não pule nenhuma cutscene pelo caminho.

A história do jogo é como uma viagem no tempo para o fã mais antigo. Volta lá atrás, no primeiro episódio do anime, apresentando Ichigo, um jovem de 15 anos que consegue interagir com espíritos. Depois de conhecer um shinigami e pegar emprestados seus poderes para salvar a sua família, sua vida nunca mais é a mesma.

A trama é contada sem pressa. Até certas lutas contra Hollows, que não estão no jogo como personagens selecionáveis, aparecem na campanha, o que é um ponto positivo – mesmo que essas lutas sejam bem simples. Diálogos longos, até mesmo algumas sequências “fillers” completam a história com momentos de distração entre um arco e outro da aventura.

No entanto, o maior problema da campanha é como ela é apresentada, através de cutscenes horrorosas animadas como se fossem executadas em tempo real. Os bonecos na tela são duros, não tem expressões faciais e as melhores partes das cenas, os combates e golpes especiais, são substituídos por cenas escuras, flashes de luz e nada mais.

Imagem de BLEACH Rebirth of Souls Se quiser essa versão do Ichigo, vai ter que jogar a campanha inteira (Divulgação)

O tempo entre um carregamento e outro é demorado também, o que pode aumentar mais ainda a carga horária necessária para zerar esse modo. E o pior de tudo, é que se você quiser liberar certos personagens (versões mais fortes de Ichigo, por exemplo), vai ter que jogar todos os capítulos da aventura. Ao final, talvez até dê uma vontade de revisitar o anime.

A grande tristeza, com certeza se dá no fato de que todo o arco da Guerra Sangrenta dos Mil Anos, a fase atual do anime, não está disponível no game. Nem mesmo o arco Fullbringer passou no corte. Ficamos mesmo só com a ação na Soul Society e no Hueco Mundo contra Aizen e companhia.

O chorinho vem como DLCs especiais da edição de luxo, com skins especiais referenciadas no arco mais recente do anime, e os futuros DLCs da primeira temporada, que serão alguns Quincy da fase atual do anime.

BLEACH Rebirth of Souls não é exatamente o jogo que os fãs estavam esperando, mas a escassez e a falta de opções além dos jogos mobile da franquia, devem ajudar o game a firmar uma comunidade. Os desenvolvedores estão antenados acompanhando a recepção do game, e talvez muita coisa mude em alguns meses, vai depender de quando a Bandai estará disposta a investir num futuro para o game. Por enquanto ele ainda deixa muito a desejar.

BLEACH Rebirth of Souls está disponível para PS5PS4Xbox SeriesXbox One e PC (via Steam).

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