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De Dragon Quest a Chrono Trigger: o legado de Akira Toriyama nos jogos
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De Dragon Quest a Chrono Trigger: o legado de Akira Toriyama nos jogos

Lendário criador de Dragon Ball contribuiu para a arte de JRPGs e do gênero de fantasia

Tayná Garcia
Tayná Garcia
01.mar.25 às 14h20
Atualizado há cerca de 1 mês
De Dragon Quest a Chrono Trigger: o legado de Akira Toriyama nos jogos
Chrono Trigger/Divulgação

Akira Toriyama é um dos mangakás mais influentes da cultura pop, sendo o responsável pela criação de muitas obras que são usadas de referência até hoje. Com Dragon Ball, Dr. Slump e diversas outras franquias conhecidas, o escritor ajudou a mudar a maneira como a indústria de mangás e animes é vista — deixando um legado imensurável.

Indo além dos quadrinhos japoneses, o artista também contribuiu de forma significativa para o mundo dos videogames. As clássicas franquias Dragon Quest e Chrono Trigger, por exemplo, simplesmente não existiriam sem sua criatividade e traços característicos.

Como uma forma de homenagear o brilhantismo da carreira de 45 anos de Toriyama, relembramos as passagens do mangaká nos jogos, desde os primeiros anos do Nintendinho até os dias atuais!

1 - Dragon Quest

Arte oficial do primeiro Dragon Quest (Imagem: Square Enix/Divulgação)

Dragon Quest foi originalmente lançado para Nintendinho, em 1986. A franquia teve início sob o comando de Yuji Horii, que trabalhou na revista Weekly Jump, da editora Shueisha — onde Akira Toriyama também trabalhava na mesma época e ainda estava nos primeiros anos de Dragon Ball.

O projeto nasceu como uma tentativa de um dos editores da revista, Kazuhiko Torishima, de produzir mais conteúdo sobre videogames para competir com a rival Famitsu. Isso levou à ideia de, literalmente, criar um jogo para relatar todo o desenvolvimento e os bastidores ao público, como uma pauta exclusiva.

“A ideia era mostrar aos leitores como um jogo é desenvolvido. Desde os primeiros esboços e artes conceituais até a produção a todo vapor. Como esse seria um jogo nosso, toda a informação era exclusiva. Foi assim que Dragon Quest começou”, explicou Horii, em entrevista para a Forbes, em 2016.

Isso fez Torishima puxar ninguém menos do que Akira Toriyama para a criação de design dos personagens e monstros de Dragon Quest, que viria a ser um dos pioneiros dos JRPGs — além de influenciar (e muito) a arte do gênero de fantasia, graças ao criador de Dragon Ball.

O esboço do Slime de Horii (esquerda), e o design final de Toriyama (direta) (Imagem: Reprodução)

Isso porque fantasia era retratada em obras da época, de forma geral, com uma arte mais rudimentar, sombria e realista, com guerreiros imensos e espadas gigantescas. Então, ao usar seu estilo vibrante, cartunesco e característico, Toriyama quebrou essa percepção. Assim, tivemos a criação do icônico Slime e uma visão artística diferente para o protagonista, o Herói, por exemplo.

A franquia Dragon Quest continua ativa, e até jogos que não tiveram contato direto com o mangaká usam e se baseiam nos designs originais de Akira.

2 - Chrono Trigger

Arte conceitual de Chrono Trigger, feita por Akira Toriyama (Imagem: Square Enix/Reprodução)

Chrono Trigger é outro jogo que teve uma contribuição marcante de Toriyama. Originalmente lançado para Super Nintendo, em 1996 — época em que Akira já estava bem conhecido na cultura pop —, o projeto é uma colaboração entre as equipes de Dragon Quest e Final Fantasy, as maiores franquias de JRPGs da época.

Essa parceria surgiu das próprias amizades entre os mangakás e desenvolvedores japoneses, que queriam criar um novo RPG juntos. O resultado foi um dos maiores clássicos do gênero até hoje.

Toriyama foi responsável principalmente pelo design de personagens e artes conceituais da história. Segundo o diretor Yoshinori Kitase, as ilustrações eram iniciais, mas deram uma inspiração imensa aos roteiristas, transmitindo toda a atmosfera e senso de mundo que refletiu no visual final do jogo.

“Ele fez as ilustrações de personagens e toda a arte conceitual, e elas nos deram muita inspiração. Elas nos deram ideias e um senso sobre o mundo de Chrono Trigger e os dramas dos personagens. É realmente incrível quantas ideias tivemos apenas de olhar para elas”, afirmou Kitase em entrevista da década de 1990 para revistas japonesas.

Além disso, o designer Tsutomu Terada completou que a equipe de artistas constantemente pensava em “como Toriyama terminaria esse desenho?” ao finalizar as artes. “Argumentamos muito com a Square [Enix, publicadora do jogo] sobre como Toriyama teria desenhado algo e como poderíamos reproduzir todo o estilo dele”, contou — o que reflete a influência gigantesca do mangaká.

Assim, os traços de Toriyama em Chrono Trigger renderam personagens carismáticos e cheios de personalidade, além de adicionar um toque de leveza e originalidade ao tom sério da trama. Algo que deu alma ao projeto e marcou a indústria de videogames.

3 - Outros jogos e franquias

Lançado em 1986, Dragon Ball: Shenlong no Nazo foi o primeiro jogo da franquia com colaboração direta de Toriyama (Imagem: Bandai Namco/Reprodução)

Além de Dragon Quest e Chrono Trigger, Toriyama também trabalhou em outros jogos como Tobal No. 1 (1996) e Tobal 2 (1997) — clássica franquia de luta do primeiro PlayStation —, e Blue Dragon (2006), um RPG exclusivo de Xbox 360.

A popularidade das obras do mangaká naturalmente também levaram ao surgimento de jogos inspirados em seus trabalhos.

De Dragon Ball: Shenlong no Nazo (1986) aos recentes Dragon Ball FighterZ (2018) e Dragon Ball Z: Kakarot (2020), há muitos games baseados na franquia de Goku. Dr. Slump e Go! Go! Ackman também tiveram adaptações no passado, e ainda há um jogo de Sand Land por vir — que, segundo a Bandai Namco, estava com supervisão do próprio Toriyama.

Foram muitos mangás, animes, filmes e jogos que Akira Toriyama agraciou os fãs de cultura pop do mundo inteiro ao longo de mais de 45 anos. Apesar de nos ter deixado no dia 1º de março de 2024, o legado do mangaká é colossal e estará presente em muitas obras que ainda estão por vir — e nos corações de cada fã.


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