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O Dublê é uma aventura divertida que brinca com símbolos do cinema | Crítica
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O Dublê é uma aventura divertida que brinca com símbolos do cinema | Crítica

Dinâmica entre Ryan Gosling e Emily Blunt é um dos pontos fortes da produção

Camila Sousa
Camila Sousa
02.mai.24 às 10h00
Atualizado há 12 meses
O Dublê é uma aventura divertida que brinca com símbolos do cinema | Crítica
(Universal Pictures/Divulgação)

Em uma época de grandes franquias, sequências e reboots, ir ao cinema se tornou realmente uma tarefa. Antes de escolher qualquer produção, é preciso saber se há alguma história por trás, algum prelúdio para assistir, praticamente uma “lição” de casa, que muitos espectadores estão cansados de fazer. Essa estafa de conteúdo, felizmente, está gerando uma tendência contrária, em que estúdios apostam em filmes mais simples, feitos 100% para apenas serem divertidos. É nesta categoria que se encaixa O Dublê.

Novo longa de David Leitch, conhecido por Deadpool 2 (2018), Trem-Bala (2022), entre outros filmes, o longa brinca com vários símbolos do cinema ao contar a história de Colt Seavers (Ryan Gosling). Dublê especializado em grandes cenas de ação, ele se vê no meio de uma conspiração maluca envolvendo o ator principal Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) e a diretora estreante Jody Moreno (Emily Blunt), por quem é apaixonado.

A sinopse simples indica exatamente uma das maiores características de O Dublê: uma descomplicação narrativa, que abre espaço para que trama e público se preocupem com outras coisas. Uma delas são as várias referências aos bastidores de Hollywood. Ao utilizar um dublê como protagonista, o longa tem momentos divertidos ao mostrar a rotina de tais profissionais, que sempre agem nos bastidores para que as sequências mais ousadas de ação cheguem ao público. Para quem conhece um pouquinho da sétima arte, é impossível não soltar um riso genuíno em vários momentos, retratados com sinceridade e humor.

Junto a isso há a boa dinâmica entre Gosling e Blunt. Surfando no sucesso de Barbie, Gosling parece mais à vontade em papéis como este, em que precisa ser o “grande herói que salva o dia”, mas sem perder um toque de ironia que jamais cai para o lado da arrogância. É fácil se identificar com o modo de viver de Colt Seavers, e esse mérito é do ator.

Já a Jody Moreno de Blunt tem menos desenvolvimento, aparecendo mais para orbitar os acontecimentos de Colt. O filme poderia ter se esforçado mais para mostrar a vida da jovem cineasta para além da interação com o dublê, mas a personagem brilha quando é necessário e as cenas entre os dois são o grande ponto alto do filme. Curiosamente, embora o casal seja romântico, e isso seja deixado claro várias vezes, é mais o sentimento de amizade que se sobressai em diversas sequências, provavelmente refletindo um companheirismo da vida real entre os atores.

Imagem de O Dublê Parceria entre Gosling e Blunt é facilmente um dos pontos altos de O Dublê (Universal Pictures/Divulgação)

Ação e alma do cinema

Ao contar a história de um dublê, é claro que a produção aposta em várias sequências de ação, em que Colt precisa mostrar porque é considerado um dos melhores profissionais de sua área. Como dito anteriormente, o personagem se mete em vários momentos inesperados ao longo do filme, e é possível ver a assinatura de ação do diretor David Leitch. Tais cenas quase sempre levam os personagens ao extremo, culminando em soluções inesperadas.

Com isso, um dos maiores trunfos de O Dublê é justamente ser bom entretenimento. As sequências em que Colt precisa fugir de alguém ou correr contra o tempo são eletrizantes, e a construção de dois protagonistas tão carismáticos faz com que o público torça pelo sucesso deles. Em termos de história, o caminho seguido é simples, com o acréscimo de uma reviravolta ou outra, que parecem mais piscadelas para o que torna o cinema tão amado, do que necessariamente grandes construções narrativas.

O final, aliás, também é mais um aceno para isso. Como nas grandes produções de uma Hollywood antiga, O Dublê termina grandioso, passando ao público a sensação de que tudo vai ficar bem no final do dia. Não é um filme que ficará na memória do espectador, justamente pela já citada descomplicação narrativa, mas cumpre bem o papel de ser diversão de final de semana, sem nenhuma lição de casa atrelada. Ainda bem.

O Dublê está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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