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Look Back é uma história emocionante e trágica sobre crescimento | Crítica
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Look Back é uma história emocionante e trágica sobre crescimento | Crítica

Filme inspirado no mangá de Tatsuki Fujimoto comove, apesar de ser rápido

Camila Sousa
Camila Sousa
26.set.24 às 09h00
Atualizado há 6 meses
Look Back é uma história emocionante e trágica sobre crescimento | Crítica
(Cinecolor/Divulgação)

Há um momento em que quase todo jovem precisa “deixar o ninho" (seja ele qual for) e crescer. E, ainda que existam muitas coisas boas nesse caminho, todos sabem que nada bate tão forte quanto a vida adulta. Esse é o tema principal de Look Back, filme de Kiyotaka Oshiyama (Devilman: Crybaby) inspirado no mangá one-shot de Tatsuki Fujimoto (criador de Chainsaw Man).

Com apenas 58 minutos, a curta produção acompanha o encontro das jovens Fujino e Kyomoto. Ambas são artistas apaixonadas por desenho, cada uma à sua maneira. Após dividirem as publicações de tirinhas no jornal da escola, as duas se encontram ao final do ensino médio e iniciam uma jornada que envolve carinho, autoconhecimento, descobrimento do mundo e uma pitada de dor.

De início, é bom dizer que o filme é rápido justamente por ser inspirado em um mangá one-shot, ou seja, que tem apenas uma edição. Logo, o formato pode assustar quem busca uma duração ou desdobramentos maiores. Porém, apesar de claramente deixar uma vontade de saber mais sobre aquele mundo e personagens, Look Back usa o tempo que tem para contar uma história potente, e é possível até dizer que o encerramento sucinto condiz com a narrativa, provando que quase nada acontece da forma que queremos.

A curta duração, no entanto, não atrapalha em nada o desenvolvimento das duas protagonistas. Assim como na leitura do mangá, é quase impossível não gostar de Fujino, uma jovem que tem total confiança nas próprias habilidades, até cruzar o caminho da tímida e estranhamente cativante Kyomoto. Juntas, as duas representam extremos do cotidiano dos adolescentes e mostram como essa fase pode ser linda, cheia de expectativas e sonhos para o futuro. É emocionante acompanhar a jornada das duas personagens em busca do que as fazem felizes, e não é raro se pegar sorrindo a cada nova conquista da dupla.

Imagem do filme animado Look Back Fujino e Kyomoto saem dos casulos para descobrir o mundo, e nos levam com elas (Cinecolor/Divulgação)

Porém, assim como na vida real, a história de Fujino e Kyomoto surpreende por seguir um caminho inesperado e dolorosamente realista. Se no mangá one-shot viramos as páginas rapidamente para saber o que vai acontecer em seguida, e ficamos estarrecidos com a resposta, o filme de Kiyotaka Oshiyama acerta em diversos momentos ao deixar a trama mais lenta, sem trilha sonora, com uma imagem quase estática em tela. Tais cenas contrastam com a euforia da juventude, mostrada anteriormente, e são um choque delicado que colocam o público novamente com os pés no chão.

A parte técnica de Look Back contribui bastante para toda essa construção. Usando a arte de Fujimoto como base e aproveitando todos os recursos que só a animação pode oferecer, a produção utiliza movimento e cor quando a vida é bela, e quietude e cinza quando precisa lembrar ao público de que o mundo lá fora é cruel e pode afetar até os mais puros entre nós.

Assistir Look Back é uma jornada, ao mesmo tempo, doce e amarga para todos aqueles que já passaram pela juventude. De certa forma, nos vemos em Fujino e Kyomoto e lembramos de como os primeiros tombos da jornada podem ser dolorosos e, muitas vezes, sem volta. Apesar disso, a produção deixa a lição de que é preciso seguir em frente, e sempre tentar honrar os jovens cheios de sonhos que fomos, mesmo que agora eles vivam somente no passado e em nossos corações.

Look Back está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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