Falcão e o Soldado Invernal é a nova aposta da Marvel para o Disney+. A série chega à plataforma duas semanas depois do fim de WandaVision e ajuda a suprir a falta que os fãs sentem das produções do estúdio comandado por Kevin Feige.
[Aviso: O texto abaixo contém spoilers e recomendamos assistir ao primeiro episódio antes de continuar.]
O primeiro episódio de Falcão e o Soldado Invernal mostra que, assim como na série focada em Wanda e o no Visão, nos aprofundaremos na vida de personagens que não tiveram tanta exposição nos filmes da Marvel. Logo no início, vemos Sam Wilson (Anthony Mackie), lidando com a ausência de Steve Rogers e se questionando sobre ter ficado com o escudo do Capitão América. O símbolo máximo do herói foi deixado com Sam no final de Vingadores: Ultimato, depois que Steve decide mudar o rumo de sua vida e ficar com Peggy Carter.
Bucky Barnes (Sebastian Stan), por sua vez, se vê obrigado a lidar com os fantasmas de seu passado e tem pesadelos sobre as atrocidades que cometeu quando era controlado pela Hydra. O capítulo mostra que os crimes do passado dele ainda o assombram e não o deixam tocar a sua vida para frente.
Somado a esses traumas, há também o fato de que o Soldado Invernal tem 106 anos e, sem seus amigos Vingadores, está sozinho no mundo. Ele tenta se relacionar até mesmo por aplicativos de relacionamentos, mas acaba se frustrando e, no único encontro que consegue – arranjado por um conhecido já idoso –, novamente é assombrado pelo seu passado.
É possível dizer que o psicológico do personagem será bastante abordado durante os capítulos, pois Bucky vai até mesmo se consultar com uma psicóloga, algo que não tinha acontecido em uma produção da Marvel até então. Neste primeiro episódio, o Soldado Invernal ainda é bastante coadjuvante, apesar de ter seu nome no título da série.
O capítulo inicial de Falcão e o Soldado Invernal se propõe a explicar tudo nos mínimos detalhes. Por exemplo, na cena em que Sam encontra a sua irmã, Sarah Wilson (Adepero Oduye), o barco da família aparece e é revelado que o nome dele é "Paul & Darlene", levando o espectador a se questionar o que aquilo pode significar. No entanto, pouco tempo depois, Sam explica que o barco foi nomeado em homenagem a seus pais, acabando com um possível mistério.
Enquanto WandaVision deixava as informações no ar, Falcão e o Soldado Invernal se dispõe a explicar tudo o que está acontecendo, de maneira verborrágica, deixando difícil para os caçadores de easter eggs e criadores de teorias da internet.
A condução diferente da série, olhando para um lado mais humano dos heróis, não deixa de lado toda a ação que ficamos acostumados com os filmes do MCU. Logo no começo da série, há uma cena de perseguição do Falcão contra Batroc (George St-Pierre), personagem que apareceu também em Capitão América 2: O Soldado Invernal. O momento traz sequências aéreas de tirar o fôlego e é um refresco para aqueles que sentem falta das cenas dos heróis da Marvel mostrando todos os seus poderes.
Somos apresentados a um novo personagem também, vivido por Danny Ramirez, que ajuda Sam durante a missão inicial. Seu nome não é dito, mas ele é creditado como Joaquin Torres, personagem da Marvel quem depois acaba se tornando o sucessor do Falcão. É por meio dele que sabemos da existência da Apátrida, organização que acredita que o mundo era melhor durante o Blip, ou seja, quando metade da população sumiu por cinco anos em decorrência do estalo de Thanos.
Nada é muito explicado ainda, mas vemos um vilão, que bate em Joaquin, porém sua identidade ainda é um mistério (e é capaz de ter gente dizendo que é o Mefisto só pra manter o meme vivo). O antagonista deve ser apresentado em breve e o fato de ainda não o conhecermos não é algo que deve preocupar os fãs, afinal os dois protagonistas não chegam nem mesmo a se encontrar durante o primeiro capítulo.
O escudo da discórdia e o Agente Americano
A ausência do Capitão América permeia todo a trama do episódio. Sam Wilson entrega o escudo a uma espécie de memorial feito a Steve Rogers, pois não sente que pode ocupar o espaço do amigo. Neste momento, Máquina de Combate, o James Rhodes (Don Cheadle), aparece e questiona Sam do porquê ele não assume o papel de Capitão América, mas o Falcão responde que "o escudo parece ser de outra pessoa" e este alguém seria Steve.
No entanto, ao final do episódio, o Falcão se arrepende dessa decisão, pois somos apresentados a John Walker (Wyatt Russel), o Agente Americano, um personagem já conhecido dos quadrinhos e que aparece pela primeira vez no MCU. Pelo o que é mostrado, o governo decide passar o escudo do Capitão América para Walker, e Sam não fica nada feliz com isso. Veremos o desenrolar desta história nos próximos episódios.
Além dos conflitos já citados, Falcão e o Soldado Invernal deve nos apresentar cada vez mais detalhes sobre a realidade dos Vingadores quando não estão juntos salvando o mundo. Por exemplo, o fato de eles não receberem salários e, como no caso de Sam Wilson, isso o impossibilita de ajudar a família financeiramente, já que nem todo mundo tem a fortuna de Tony Stark. Pelo tom desse primeiro episódio, nós veremos a realidade dos personagens sem as idealizações de WandaVision e também como o passado e o presente pode afetar a vida dos integrantes dos Vingadores.