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Eternos | Crítica
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Eternos | Crítica

Filme é contemplativo, focado nos personagens e esbanja visuais estonteantes

Priscila Ganiko
Priscila Ganiko
24.out.21 às 15h00
Atualizado há mais de 3 anos
Eternos | Crítica

Grandioso e intimista são duas palavras que parecem opostas, mas que são complementares se estiverem se referindo ao filme Eternos.

Com o planeta Terra para explorar através de milhares de anos, a diretora Chloe Zhao, que também assina o roteiro do longa, pontuou momentos importantes da história da humanidade enquanto trabalhava em relações não só dos Eternos entre si, mas também deles com os moradores da Terra retratada na ficção.

Alternando entre o passado distante e o mundo após o retorno de quem foi vítima do estalo de Thanos, a trama usa Sersi (Gemma Chan) como ponto focal, colocando-a junto de Sprite (Lia McHugh) e, em seguida, de Ikaris (Richard Madden), dando o pontapé inicial para irem atrás dos outros personagens. Embora haja certo imediatismo nas ações, motivado pelas circunstâncias do reencontro e o mistério do ressurgimento dos extintos Deviantes, o ritmo não é tão acelerado quanto o que estamos acostumados quando se trata de Marvel e este é um ponto positivo.

Ao pisar no freio e impedir que o filme engate em uma sucessão de acontecimentos frenéticos e lutas exageradas, podemos conhecer melhor cada um dos dez Eternos, entender seus poderes, suas motivações e, principalmente, seus relacionamentos. Por formarem um grupo que se conhece e trabalha junto há tantos milhares de anos, é natural que cada reencontro tenha uma carga emocional e o filme nos dá o tempo para assimilar e digerir isso.

Todos ali estão interligados, seja por laços românticos ou não, e entender estes laços é o que dá maior peso emocional a tudo o que acontece ao longo das mais de duas horas e meia de projeção — e, acredite, acontece muita coisa.

O grupo também usa roupas casuais

A trama em si é bem direta: os Eternos precisam se reagrupar após o surgimento de um Deviante misterioso que os ataca no meio rua. Acreditando que todas as criaturas deste tipo já haviam sido derrotadas, o grupo vai em busca de respostas sobre tal retorno. Vale ressaltar que os Eternos foram enviados à Terra para exterminar os Deviantes, sendo este seu único propósito no planeta.

Começa então uma espécie de reunião ao redor do mundo, passando por diversos países e recrutando (novamente) os integrantes do grupo um a um.

Kingo, interpretado por Kumail Nanjiani, é um dos primeiros a voltar e também é o núcleo cômico da história. Apaixonado principalmente por si mesmo, o personagem protagoniza algumas das cenas mais engraçadas e também presta homenagem ao cinema de Bollywood. Destacam-se as atuações de Barry Keoghan (Druig) e Lauren Ridloff (Makkari), que, ainda que não tenham tanto tempo de tela quanto outros, emocionam.

O destaque nas cenas de ação fica para Ma Dong-seok, que interpreta Gilgamesh. É imensamente satisfatório ver o personagem distribuindo socos poderosos e provando sua força de modo geral, e suas proezas fazem com que seja ainda mais especial vê-lo fora das brigas e vivendo a vida tranquilamente.

Todos os personagens tem seus momentos de destaque e evoluem conforme o longa se desenrola. Thena (Angelina Jolie) está em constante conflito consigo mesma e acaba colocando os outros em perigo por conta disso. Não podemos dizer que Phastos (Brian Tyree Henry) fica feliz em ver os ex-companheiros quando está vivendo uma vida mais calma com sua família, e Ajak (Salma Hayek) demonstra liderança e elegância sempre.

Ainda que sejam Eternos, com superpoderes e com a missão de destruir os Deviantes, o longa contrapõe esta grandiosidade com seus desejos, decisões e ímpetos como todo ser humano. O propósito, embora seja absoluto, é afetado pelas emoções e personalidades de cada um deles.

Com cenas deslumbrantes filmadas em locações reais, Eternos é um filme muito bonito tanto no visual quanto na mensagem de união e amor que passa aos espectadores. A trilha sonora é digna de nota e completa a ambientação épica, enfatizando momentos emocionantes e pontuando outras cenas para amplificar o efeito do que está acontecendo na tela.

Outro ponto peculiar é que, apesar do tom mais sóbrio e contemplativo do que estamos acostumados no MCU, o longa não tem medo de fazer referências nem a outras franquias da Disney e nem mesmo a personagens da "concorrente" DC Comics, respondendo na lata à perguntas feitas pelos fãs como "por que os Eternos não ajudaram na luta contra Thanos" e mais. É interessante ver uma resposta direta, sincera e escancarada na telona.

É um filme que te faz pensar, e quanto mais eu penso nele, mais gosto.

Eternos chega aos cinemas em 4 de novembro de 2021 no Brasil.


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