Em Hollywood, nem sempre um cineasta tem controle total sobre seu filme. São milhões de dólares investidos e os produtores querem fazer movimentos seguros para garantir que não vão perder dinheiro com ideias ousadas que podem afastar o público das salas de cinema. Apesar dessas mudanças serem uma prática comum, são poucos os diretores que falam abertamente sobre a frustração de não conseguiram fazer o longa que desejavam.
Um caso emblemático é o cineasta David Lynch, que depois do horripilante fracasso da sua adaptação de Duna nunca mais fez filmes sem ter certeza de que teria controle total sobre a produção. Mesmo nesse caso traumático, Lynch diz ter certo orgulho do seu filme.
Esse não é o caso do diretor Josh Trank, que está 'apoiando' uma campanha para "apagar da história" o seu filme do Quarteto Fantástico.
Não é segredo pra ninguém que o reboot do Quarteto Fantástico feito em 2015 não deu certo. Antes mesmo do filme estrear, Trank já estava reclamando que muitas de suas ideias estavam sendo censuradas. Rumores publicados na imprensa também diziam que o diretor tinha problemas com o elenco — se isolando da equipe e mantendo um contato distante. Apesar de tudo, o filme foi lançado sem troca de diretor ou roteirista. Resultado: uma média de 27/100 no Metacritic e a declaração de que o filme poderia ser apagado da história.
Apagando Quarteto Fantástico
Tudo começou na última quarta-feira (20), quando Trank estava criticando uma campanha do GoFundMe para "apagar digitalmente" o rato que aparece na cena final de Os Infiltrados. O diretor defendia a decisão de Martin Scorsese manter o animal na cena, quando alguém perguntou: "Joshua, você apoiaria a minha campanha do GoFundMe para apagar F4nT4stic?". O diretor respondeu: "Com todo prazer".
Horas depois, ele apagou o tuíte, salvo abaixo em uma imagem:
O fracasso de Quarteto Fantástico foi superado e o próximo filme de Trank é Fonzo, uma cinebiografia de Al Capone. Tom Hardy vai interpretar o maior gangster da história de Chicago. O foco da produção é mostrar o criminoso em seus dias finais, lidando com a demência e trazendo memórias do passado através do velho Al Capone contando suas histórias. O longa se inicia logo após o personagem passar dez anos na prisão e ser libertado.
Al Capone foi um dos maiores gangsters ítalo-americanos no século passado — realizando diversas atividades ilegais, mas tinha como sua maior fonte de renda a venda de bebidas alcoólicas durante a época da lei seca nos EUA. Ele nasceu em Nova York e foi expulso da escola logo cedo. Quando mais velho, se mostrou um ótimo comandante de negócios, agindo de forma inescrupulosa e violenta. Ele é considerado por muitos o maior mafioso da América e chegou a controlar casas de jogo, bordéis, clubes e todo tipo de negócio envolvendo apostas.
Nos cinemas, ele já foi interpretado por vários atores, incluindo Robert De Niro em Os Intocáveis.
Ainda não há previsão de lançamento para Fonzo.