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Aconteceu hoje (30) em São Paulo uma coletiva com Madeline Brewer, a Janine da série The Handmaid's Tale. A atriz falou um pouco da evolução da série, sua relevância nos dias de hoje e de seu próprio processo para superar cenas tão pesadas.
Interpretar a Janine não é fácil. A maquiagem que simula um olho arrancado leva 45 minutos para ser feita e, segundo ela, é muito irritante e restritiva, mas é bem importante pois, além de construir a personagem, ajuda a entrar no papel e também a se desvencilhar dele, quando a prótese é retirada.
A primeira temporada de The Handmaid's Tale foi uma adaptação bastante fiel ao livro, mas o último capitulo se encerra de maneira bem similar ao desfecho literário. Quando a segunda temporada foi anunciada, muitos fãs se questionaram que caminho a série iria seguir a partir disso, mas segundo Madeline os roteiristas estão seguindo o mesmo processo da autora, usando atos cruéis que acontecem de verdade ao redor do mundo.
Eu tenho quase certeza que os roteiristas falaram com pessoas da ONU sobre o que está acontecendo no mundo e trouxeram isso para a segunda temporada. Acho que pode ser por isso que é tão difícil de assistir à segunda temporada, por ser tão relevante e por parecer que está acontecendo dentro da sua casa.
A atriz citou, por exemplo, alguns casos recentes que aconteceram nos Estados Unidos, com pais e filhos sendo separados na fronteira do Texas da mesma maneira que Hannah e June foram separadas. Segundo ela, alguns dos eventos da série acontecem também na vida real poucos dias depois de irem ao ar e é preciso aprender com isso:
Se você está assistindo à série e está sentindo alguma coisa, você está empatizando, você sabe que isso pode acontecer e que você precisa lutar contra isso. Acho que algo único que a série está trazendo para o mundo é forçar as pessoas a sentirem por coisas que elas podem não ver e reconhecer os paralelos entre a ficção da série e o que está acontecendo fora da bolha delas.
Janine é uma personagem que, na primeira temporada, luta contra a própria realidade e escapa pra um mundo muito particular dentro da própria cabeça para superar trauma de ter seu olho arrancado em uma punição por se rebelar. Na segunda, o otimismo dela é uma maneira de não deixar Gilead vencer. Madeline espera justamente que essa força seja usada para lutar contra a opressão na terceira temporada, mas deixa claro que não sabe o que está por vir:
Eu realmente gostaria de ver Janine usar esse poder de maneiras mais tangíveis, de uma maneira que talvez tenha a ver com Mayday ou simplesmente usar esse fogo que vimos na primeira cena com ela, na primeira temporada. Ele ainda está lá, não conseguiram tirar isso dela. Eu ainda não sei o que acontece com ela, mas isso é o que eu espero.
A segunda temporada de The Handmaid's Tale estreia no Brasil em dia 2 de setembro, domingo, às 21h (horário de Brasília) no Paramount Channel. As operadoras Oi TV, SKY e Vivo TV estarão com sinal aberto para a estreia.
The Handmaid’s Tale é baseado em O Conto da Aia, livro de Margaret Atwood, e mostra uma sociedade distópica e teocrática, onde as mulheres não têm direito à própria identidade e são obrigadas a seguir um conjunto de regras fascista e servir aos homens ao seu redor.
Gabriel Avila
Paloma Pinheiro)
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