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The Boys mistura bizarrice prevista com comoção inesperada | Recap
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The Boys mistura bizarrice prevista com comoção inesperada | Recap

Série encerra arcos e faz conexões com o derivado Gen V no quinto episódio da quarta temporada

Gabriel Avila
Gabriel Avila
27.jun.24 às 15h22
Atualizado há 10 meses
The Boys mistura bizarrice prevista com comoção inesperada | Recap
Amazon Prime Video/Reprodução

A essa altura, o espectador de The Boys já sabe o que esperar da produção, que tempera a história com humor sombrio, por vezes absurdo, e muita violência. A receita é colocada à prova novamente em "Cuidado com o Jaguadarte, Meu Filho", quinto episódio da quarta temporada, que adiciona ainda o inesperado ingrediente da comoção em um episódio que desenha caminhos para a quarta temporada – e além.

[A partir daqui, spoilers do quinto episódio da quarta temporada de The Boys]

Lançado nesta quinta-feira (27), o episódio começa com uma clássica cutucada de The Boys na concorrência. O capítulo mostra os heróis da Vought reunidos no V52, um evento aos moldes da D23, em que a Disney costuma anunciar novos projetos de suas franquias, incluindo as da Marvel. Uma brincadeira recorrente no episódio, que traz os supers da casa para anunciar filmes e séries do “Universo Compartilhado da Vought”, que tem previsão de chegar à Fase 19.

Esse evento também repercute os acontecimentos dos episódios anteriores. A principal delas é a do Capitão Pátria (Anthony Starr), que surge perturbado após voltar ao local em que foi criado e matar boa parte dos envolvidos. Soterrado por pensamentos, o super parece reavaliar a própria trajetória, ao menos no que diz respeito à paternidade de Ryan (Cameron Crovetti).

Ao perceber o desconforto do filho com a série de TV que a Vought está preparando para ele, o Capitão Pátria dá carta branca para que o garoto faça o que bem entender, inclusive falar não para a empresa. Para o pai, ter sido manipulado a vida toda foi tão ruim que ele não quer fazer isso com o filho, que fica surpreso com a liberdade.

Inesperado, esse momento faz com que o público se questione se a experiência no laboratório foi capaz de trazer alguma humanidade ao personagem. Porém, essa dúvida dura pouco, já que ele não demora a mostrar que continua sendo o mesmo psicopata de sempre, o que é demonstrado com o próprio Ryan.

Capitão Pátria tenta corrigir erros do passado com o filho, Ryan (Amazon Prime Video/Reprodução) Capitão Pátria quer corrigir erros do passado com o filho, Ryan (Amazon Prime Video/Reprodução)

Aproveitando a liberdade dada pelo pai, o garoto diz que quer ajudar as pessoas de verdade. Com essa deixa, o Capitão Pátria ensina o filho a defender uma assistente que está claramente sendo assediada pelo diretor Adam Bourke (P.J. Byrne). Porém, ele ensina o garoto a fazer isso com crueldade, abusando de sua posição de poder para que o homem faça exatamente o que ele quer, incluindo apanhar de livre e espontânea vontade. A satisfação de ver uma vítima se vingando do agressor é acompanhada pelo gosto amargo de como essa “lição” pode marcar o jovem.

Qualquer dúvida sobre uma possível redenção do Capitão Pátria chega ao fim depois, quando ele reúne os supers – incluindo Sam (Asa Germann) e Cate (Maddie Phillips) do derivado Gen V – em um discurso inflamado sobre como eles precisam salvar os Estados Unidos fazendo coisas impiedosas e cruéis por um ‘bem maior’. E que chegou a hora de agirem como Deuses cheios de ira.

Como primeira prova, eles pedem para que todos se juntem para matar Cameron Coleman (Matthew Edison), jornalista da Vought que acaba culpado pelos vazamentos. Ele se torna o bode expiatório graças a Ashley (Colby Minifie), que aponta ele tanto para salvar o Trem-Bala (Jessie T. Usher) quanto porque Coleman terminou o caso que tinham após ela ser rebaixada do cargo de CEO. Resta saber quais serão os próximos atos de ira, especialmente no momento em que Os Sete parecem rachar mais uma vez após a Espoleta (Valerie Curry) ameaçar abertamente a Mana Sábia (Susan Heyward), braço direito do Capitão Pátria.

A Revolução dos superbichos

Fora do Vought-verso, as coisas também estão conturbadas. Após os desastrosos eventos do episódio anterior, Billy Bruto (Karl Urban) chega à antiga equipe contando sobre o vírus capaz de matar supers – mostrado em Gen V – e seu pequeno problema: a substância está em posse de Victoria Neuman (Claudia Doumit), justamente uma das pessoas que eles pretendem matar. Para dar um jeito nisso, ele arma um plano que é o foco do time no capítulo.

A missão da vez é retirar Stan Edgar, o ex-chefão da Vought, da cadeia e usar os conhecimentos dele para encontrar onde Neuman, que foi criada por ele, escondeu o vírus. Um mote que dá ao episódio o sabor especial de trazer o ator Giancarlo Esposito de volta, uma participação muito bem aproveitada no capítulo por conta da dinâmica entre ele e os rapazes.

Graças a Edgar, a equipe – com exceção de Hughie (Jack Quaid) – chega a uma casa com sinais de luta, como marcas de sangue pelas paredes. No local, eles encontram um laboratório que depois é revelado como de Sameer (Omid Abtahi), cientista, marido de Neuman e pai da filha dela. O choque de um laboratório que manipula Composto V, e provavelmente o vírus, é interrompido pela chegada da própria Victoria, que estava monitorando Stan o tempo todo.

O primeiro encontro entre Stan e Victoria desde que ela o traiu é marcado por uma lavação de roupa suja e um alerta sobre como ela está em perigo por tentar manipular o Capitão Pátria. Do outro lado, a equipe de Bruto está aos pedaços, cada um tentando lidar com os próprios problemas enquanto esconde dos outros – incluindo o próprio Billy, que antes de embarcar na missão teve a lealdade dos colegas questionada por Joe Kessler (Jeffrey Dean Morgan).

Nesse quesito, o episódio traz alguns dos melhores momentos do time para além da pancadaria. As conversas de Luz-Estrela (Erin Moriarty) e Francês (Tomer Capone) sobre fé e perdão trazem de volta o tema do passado enquanto alimentam dramas do presente – como, por exemplo, o medo dele em se abrir com a Kimiko (Karen Fukuhara) por não saber lidar com qualquer reação dela.

Essas questões pessoais são interrompidas pela bizarrice da vez. Na busca por Sameer, eles chegam a um celeiro cheio de animais que tiveram contato com Composto V, o que torna os bichos máquinas de matar, algo mostrado na prática com uma galinha explodindo um dos agentes que acompanham Neuman.

Marca registrada de The Boys, a bizarrice sangrenta é hilária e dá ao time um obstáculo inusitado que exige medidas desesperadas. Quando finalmente encontram o Sameer, o cientista diz que só sobrou uma dose do vírus. A contragosto de Bruto, que queria usar para matar Neuman, eles decidem infectar um cadáver para os animais insanos comerem e, por consequência, morrerem.

O plano dá certo, mas as repercussões são sinistras. Em primeiro lugar, Stan Edgar acaba livre após Victoria Neuman matar o homem que devia levá-lo para a cadeia. Em segundo, Bruto forja a morte de Sameer apenas para prender o cientista e obrigá-lo a produzir o vírus novamente. Por fim, o Francês decide se entregar para a polícia e pagar pelos crimes que cometeu. Ganchos que adicionam novas peças ao quebra-cabeças de uma temporada tensa.

Nada mais The Boys do que uma ovelha assassina criada a base de Composto V (Amazon Prime Video/Reprodução) Nada mais The Boys do que uma ovelha assassina criada a base de Composto V (Amazon Prime Video/Reprodução)

The Boys e a hora de partir

Por fim, o capítulo também dedica um tempo ao drama familiar de Hughie. Retomando o episódio anterior, o pai do garoto (Simon Pegg) acorda após ter o Composto V injetado nas veias pela ex-esposa, Daphne (Rosemarie DeWitt). Contrariando as suspeitas levantadas anteriormente, ela diz que apenas usou a substância por ter visto o frasco caindo dos bolsos de Hughie.

Inicialmente, tudo vai bem e dá a Hughie a chance de confrontar o próprio pai. Consciente, o Hugh Sr. explica que deu os poderes para desligar os aparelhos a ex porque o filho é tão apegado que não seria capaz de deixá-lo morrer, por pior que fosse a situação. Uma dura lição que o garoto precisa aprender na prática.

Quando começa a agir, o Composto V traz uma combinação perigosa: além de conceder superpoderes, a substância causa um tipo de Alzheimer em Hugh. Confuso, ele perde o controle, mata pessoas e chega a perseguir a ex por não se lembrar que já havia superado e perdoado o abandono por parte dela.

Simon Pegg como Hughie Sr. em um dos momentos mais comoventes de The Boys (Amazon Prime Video/Reprodução) Simon Pegg como Hughie Sr. em um dos momentos mais comoventes de The Boys (Amazon Prime Video/Reprodução)

No meio do frenesi, Hughie consegue chamar o pai à razão e acalmá-lo. Brevemente consciente, Hugh Sr. se desespera por sentir que tem algo de errado com ele e que não sabe o que fazer. Para evitar o sofrimento do pai, que não se reconhecia e estava fazendo mal para os outros, Hugh decide matá-lo, desfazendo a “trapaça” do Composto V.

Em seus momentos finais, o pai dá razão ao garoto e tem uma despedida emocionante carregada pelo enorme talento de Simon Pegg, ator que serviu de base para o visual do Hughie nas HQs e que se despede da série de forma inesperadamente comovente. Um momento de emoção que encerra o arco paralelo do garoto ao mesmo tempo em que o obriga a crescer.

Com esse enorme sacrifício, The Boys deixa claro que, a partir de agora, Hughie é capaz de tomar medidas drásticas, por mais que isso doa a ele. Algo que a série certamente deve usar agora que está na reta final.

The Boys ganha novos episódios no Amazon Prime Video às quintas-feiras.

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