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The Boys transforma metade da 4ª temporada em filme de terror | Recap
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The Boys transforma metade da 4ª temporada em filme de terror | Recap

Série do Prime Video traz novas perguntas em capítulo alimentado pela polarização

Gabriel Avila
Gabriel Avila
20.jun.24 às 13h00
Atualizado há 10 meses
The Boys transforma metade da 4ª temporada em filme de terror | Recap
Amazon Prime Video/Reprodução

Se a quarta temporada de The Boys estreou de olho no passado de seus personagens, esse interesse chegou ao ápice no quarto episódio. Lançado nesta quinta-feira (20), “A Sabedoria dos Tempos” transforma nostalgia em filme de terror ao mesmo tempo em que abre novas perguntas enquanto alimenta a polarização de seu universo.

[A partir daqui, spoilers do quarto episódio da terceira temporada de The Boys]

O ponto de partida do capítulo que marca a metade da quarta temporada de The Boys é a visita do Capitão Pátria (Anthony Starr) ao laboratório da Vought em que cresceu. A chegada do super é antecipada por câmeras de vigilância que saem do ar e comunicações que não funcionam. O recado é claro: o pior está para acontecer.

A atmosfera de pavor que o personagem instaura ao pisar no local é apenas o início de uma trama que parece saída direto de um filme de terror, e não é para menos. O Capitão Pátria está ali para lavar a roupa suja de uma infância de torturas e abusos da única forma que consegue: torturando e abusando.

Essa trama conta ao público algumas coisas. A primeira são alguns episódios traumáticos da juventude, que ajudaram a tornar o líder d’Os Sete o psicopata que acompanhamos hoje. Além de um teste de resistência a altas temperaturas realizado em uma espécie de forno, ele ainda foi humilhado ao ser pego se masturbando.

Crueis, esses momentos ficam piores quando levado em conta que ele era apenas uma criança, algo que torna o Capitão imune às súplicas de que eles estavam “apenas seguindo ordens”, repetida por todos. O resultado são repressões que ele carregou para o resto da vida – vide que, na 2ª temporada, ele se masturba no topo de um prédio enquanto diz que ‘pode fazer o que quer’ com ódio.

Capitão Pátria abre o forno para retribuir a tortura a um dos cientistas (Amazon Prime Video/Reprodução) Capitão Pátria abre o forno para retribuir a tortura a um dos cientistas (Amazon Prime Video/Reprodução)

Como resultado, ele pune os agressores na mesma moeda: cremando um cientista no forno e obrigando o outro a se tocar na frente de todos antes de usar raios laser nas partes íntimas dele.

A verdadeira descoberta, porém, surge com a chegada de Barbara (Nancy Lenehan), que parece ser a cabeça da divisão. Ela é quem chega mais perto de falar com ele de igual para igual sem demonstrar medo, e a razão está no fato de que a Vought usou psicologia para criar nele uma necessidade de amor e aprovação como forma de prendê-lo, já que fisicamente eles seriam incapazes. Uma necessidade mostrada na relação com Madelyn Stillwell (Elisabeth Shue) na primeira temporada e captada pela Mana Sábia (Susan Heyward) na quarta, ao montar todo um plano para que o mundo o adore.

Barbara afirma que essa necessidade é o que o torna humano, justamente do que ele quer se afastar ao ponto de não aceitar ser chamado de “John”, mas sim Capitão Pátria. Pois ele acredita que John pode até sido humano, mas o Capitão Pátria vem de uma raça superior e que, portanto, ele, seu filho e sua “raça” são os verdadeiros donos da Terra, no lugar dos crueis e inferiores humanos.

Esse pedaço chega ao fim com o super matando todos os presentes da forma mais sangrenta possível e deixando apenas Barbara viva, provavelmente por orgulho. Por um lado, esse parece ser o adeus definitivo do personagem à própria humanidade enquanto deixa clara sua maior vulnerabilidade. Resta saber se a cientista, que sabe como usar essa fraqueza, conseguirá ajudar a impedi-lo de uma vez por todas.

Luz-Estrela contra o mundo

Do lado de fora do laboratório dos horrores, as coisas não estão menos tensas. O outro grande foco do episódio está em um programa de TV de seis horas que a Espoleta (Valorie Curry) montou para destruir a reputação da Luz-Estrela (Erin Moriarty). Uma disputa que até chega a uma briga física no final, mas que é travada principalmente em um xadrez de manipulação.

Arquitetado pela genial Mana Sábia, dispondo dos recursos quase infinitos da Vought, o circo traz de volta os comentários sociais feitos por The Boys. Com pouca sutileza, a produção volta a refletir sobre como as pessoas estão propensas a cair em campanhas de desinformação desde que as mentiras que os algoritmos disseminam digam o que elas querem ouvir.

Não há exemplo melhor do que o fato de que as mentiras que a Espoleta inventa sobre a Luz-Estrela ser abusiva tenham mais força na mídia do que o fato de que a própria membra d’Os Sete teve relações sexuais com um menor de idade. E é justamente por saber jogar o jogo em que mentiras tem mais força do que fatos que ela própria publica a informação ao ser chantageada por Billy Bruto (Karl Urban) e Leitinho (Laz Alonso) e utiliza o próprio crime como forma de se vitimizar perante quem a apoia cegamente.

Luz-Estrela partindo para o confronto contra a Espoleta (Amazon Prime Video/Reprodução) Luz-Estrela partindo para o confronto contra a Espoleta (Amazon Prime Video/Reprodução)

Após horas de mentiras e exposição de podres, como o fato de que a heroína cegou uma pessoa no primeiro resgate da carreira, é exposto um aborto que a Luz-Estrela fez no passado. Cega pelo ódio de um golpe tão sujo, a heroína vai local e espanca a Espoleta em rede nacional, uma surra que claramente estava nos planos da Mana Sábia e joga de vez o nome de Annie no lixo, ao ponto de o presidente Bob Singer (Jim Beaver) encerrar a parceria que tinham firmado para que ela ajudasse a aprovar a legislação anti-supers.

Acontece que a Luz-Estrela e a própria série deixam o mundo ao redor em segundo plano e focam no pessoal da heroína. Amparada por Hughie (Jack Quaid) e Kimiko (Karen Fukuhara), a personagem reflete sobre o aborto e as consequências dele ter sido exposto, justamente por saber como as pessoas vão reagir a um assunto que é tão delicado.

Cenas para os próximos capítulos

No meio de tudo isso, The Boys ainda reservou tempo para deixar mais dúvidas para o restante da temporada. A primeira delas foi a revelação de que Billy Bruto tomou o Composto V definitivo em uma tentativa desesperada de sobreviver. Apesar de não ter ajudado, a substância parece ter dado poderes a ele, já que ele estava prestes a ser morto pelo super Ezekiel (Shaun Benson) ao invadir o camarim da Espoleta, mas acordou com o adversário feito em picadinhos.

Outra trama que deu uma complicada foi a de Hughie, cujo pai entrou em estado de morte cerebral e teve os aparelhos desligados. Desesperado, o garoto fez um trato em que perdoou o Trem-Bala (Jessie T. Usher) em troca de Composto V, que queria usar como último recurso para manter o pai vivo. O garoto desistiu do plano, mas a mãe Daphne (Rosemarie DeWitt) parece ter injetado a droga no ex-marido. O motivo fica para o futuro revelar.

Por fim, o Francês (Tomer Capone) finalmente tomou coragem para contar que matou toda a família de Colin (Elliot Knight), que por sua vez o espancou e deixou a promessa de que o mataria caso se aproximassem novamente. Resta saber se esse afastamento marca o fim desse arco ou se ele traz mais reviravoltas no restante da temporada.

A quarta temporada de The Boys está em transmissão no catálogo do Amazon Prime Video. A produção ganha episódios inéditos às quintas-feiras.

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