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"Doença do sono" mostrada em Sandman foi pandemia da vida real - saiba mais
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"Doença do sono" mostrada em Sandman foi pandemia da vida real - saiba mais

Pandemia ocorrida no mundo real foi levada para a HQ e para a série da Netflix

Gabriel Avila
Gabriel Avila
08.ago.22 às 15h44
Atualizado há quase 3 anos
"Doença do sono" mostrada em Sandman foi pandemia da vida real - saiba mais

Um dos pontos mais surpreendentes de Sandman, seja a HQ ou a série da Netflix, é a revelação que o aprisionamento do protagonista causou uma doença que afetou o sono dos vivos. Mais surpreendente ainda, é descobrir que tal doença não apenas existe no mundo real, como foi se tornou uma pandemia no início do século XX.

Logo no início, Sandman conta que Sonho, a entidade que personifica o conceito do sonhar e comanda o mundo onírico, foi capturado por uma seita ocultista. Sua captura causa graves problemas no mundo todo, incluindo uma misteriosa "Doença do Sono" que impede as pessoas de dormir ou acordar.

Esses eventos parecem diretamente inspirados por uma doença real que tomou conta da Europa e da América do Norte no início do século XX. Chamada Encefalite Letárgica, essa enfermidade tem diferentes sintomas, mas sua principal marca é atacar o cérebro de forma que a vítima fica incapaz de se mover ou se comunicar.

De acordo com a BBC, a Encefalite Letárgica deixou aproximadamente quatro milhões de pessoas em estado catatônico e causou a morte de quase um milhão. Segundo o pesquisador Constantin von Economo, a doença é causada por danos no tecido cerebral, de forma similar ao que acontece às vítimas do mal de Parkinson.

Curiosamente, um dos afetados pela doença do sono foi Mervyn Peake, escritor inglês cuja obra foi descoberta por ninguém menos que Neil Gaiman ainda na infância. Ao Telegraph, o autor de Sandman relembrou a experiência de encontrar a obra de Peake na biblioteca da escola:

“Li-os com alegria e nunca suspeitei de como estava perto de uma das terras da imaginação de Peake. É sempre uma alegria regressar a eles, pinturas em palavras de um lugar que me emociona imaginar.”

Registros apontam que a pandemia da Doença do Sono começou por volta de 1916 e chegou ao fim aproximadamente uma década depois. Segundo o pesquisador Oliver Sacks, a doença chegou deixou o status de pandemia de forma abrupta e misteriosa, aparecendo apenas de forma isolada após este período.

Esse evento histórico foi incorporado em Sandman como consequência do aprisionamento do Perpétuo Sonho, responsável por comandar e organizar o Mundo dos Sonhos. Tanto a série, quanto as HQs destacam a doença na figura da jovem Unity Kinkaid, que adormeceu ainda criança e só foi despertar após Morfeu se libertar de seus captores.

Ao contrário do que é mostrado na série, muitas das vítimas da Encefalia Letárgica não conseguiram retomar a vida normal após despertar. A maioria das pessoas seguiu com sequelas, incluindo dificuldade em se movimentar e falar. Isso é representado nas HQs pelo jovem Daniel Bustomante, que segue em estado catatônico mesmo após a libertação do Lorde dos Sonhos.

Unity Kinkaid e Daniel Bustamonte em Sandman Unity Kinkaid e Daniel Bustamonte em Sandman

Ainda que Gaiman nunca tenha confirmado a inspiração em tais eventos reais para criar a história de Sandman, vale lembrar que o autor é conhecido por incluir diversas referências em sua obra, até mesmo para a criação do protagonista.

A primeira temporada de Sandman está no catálogo na Netflix.

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