HBO Max aposta em história sobre a Amazônia com o lançamento de O Hóspede Americano

A chegada de novas plataformas de streaming ao Brasil traz consigo um aumento na produção nacional, já que vários estúdios apostam em séries e filmes que vão gerar mais identificação com o público. Esse é o caso de O Hóspede Americano do HBO Max, minissérie em quatro episódios que narra a ida de Theodore Roosevelt (Aidan Quinn) à Amazônia no início do século 20.

Durante coletiva de imprensa realizada virtualmente este mês, Bruno Barreto, diretor da produção, falou sobre sua motivação para contar essa história, desconhecida por boa parte dos brasileiros:

“Eu queria muito contar essa história, porque considero Theodore Roosevelt uma figura incrível, assim como [Cândido] Rondon. Mas a história do ponto de vista de Roosevelt é mais interessante, porque ele é a pessoa que vai para a Amazônia ao lado do filho. Além disso, ele também tem algo que é bem raro, que é a complexidade. Em uma época de polarização, de esquerda e direita, bem e mal, sinto que Theodore Roosevelt traz um frescor de 100 anos atrás”.

Conhecida como Expedição Científica Rondon-Roosevelt, a aventura do americano pelo Brasil começou após uma dura derrota na campanha presidencial americana. Ao lado do amigo Farrel Nash (David Herman) e do filho Kermit (Chris Mason), Roosevelt se une ao Coronel Cândido Rondon (Chico Díaz) para explorar o último rio não cartografado do país: o Rio da Dúvida, em Rondônia.

“Eu estava muito interessado em Roosevelt, essa figura complicada, um americano do melhor e do pior tipo. Ele era bem agressivo, mas também tornou-se um protetor do direito das mulheres e dos trabalhadores, além de apoiar a preservação das florestas americanas. Sem a sua proteção, acredito que teríamos problemas para respirar na América do Norte. Então é interessante ter um personagem como esse indo para um lugar como a Amazônia, conhecida como o ‘pulmão do mundo’, e encontrando um homem como Rondon - que considero como um otimista”, afirmou o roteirista Matthew Chapman durante o evento.

Marechal Rondon, interpretado por Chico Díaz

Formado em engenharia, o Marechal Rondon ficou conhecido por explorar diversos pontos da Amazônia e de Mato Grosso, e também por apoiar os povos originários do Brasil, uma discussão que é mostrada na minissérie e que ressoa com vários acontecimentos atuais. Essa conexão entre passado e futuro foi pensada pelo diretor, que também falou sobre as mudanças climáticas vividas pelo mundo atualmente e seu ceticismo sobre mudanças:

“Acho que vivemos em um tempo em que as pessoas se tornaram surdas, porque elas só ouvem o que querem ouvir. Não há espaço para a complexidade. Acho que O Hóspede Americano, acima de todos os personagens, é sobre complexidade. Mas sou um pouco cético sobre a série ajudar a mudar alguma coisa. Eu tenho esperança, mas não vejo isso acontecendo”, completou Barreto.

Já o protagonista Aidan Quinn afirmou que foi triste filmar na Amazônia atualmente com todas as mudanças que estão acontecendo, mas que há alguma esperança:

“Acho que começamos a falar de mudanças climáticas há 40 anos, quando eu estava na escola. É realmente triste, mas acho que há esperança, porque conheço várias pessoas que questionavam as mudanças climáticas, mas agora não têm dúvidas. É inegável. Acho que precisamos de lideranças que permitam a complexidade [de discussões]”.

O Hóspede Americano estreia em 26 de setembro na HBO Max e HBO.