Nos dias 15 e 16 de março, participamos do Netflix Labs, um evento que aconteceu nas cidades de San Francisco e Los Gatos, na Califórnia, que permitiu conhecer mais fundo todo o processo de produção de uma série da Netflix e também de inovações do próprio serviço de streaming.
Enquanto estivemos por lá, conversamos um pouco com Tony D'Amore, colorista das séries da Marvel, junto com outros jornalistas da América Latina.
Tony D'Amore trabalhou nas principais séries da parceria Marvel e Netflix, como Jessica Jones, Demolidor, Luke Cage, Punho de Ferro, além de alguns episódios de produções de outros canais, como Legion, Elementary, Fargo, The Big Bang Theory, Criminal Minds, Two and a Half Men e Lost.

O colorista começou sua apresentação explicando um pouco sobre as diferentes cores usadas para dar mais personalidade para as séries da Marvel:
Cada uma das séries da Marvel tem uma paleta de cores distinta; Demolidor é amarelo e verde, Luke Cage tende mais para laranja e Marrom, e Jessica Jones é mais azul e fria de modo geral. Para Punho de Ferro, a direção de cor é mais limpa, branca a ciano, para definir o tom da série.
Ao ser questionado sobre o fato de as séries da Marvel usarem tons mais sombrios que as outras séries em que ele trabalhou, como Legion e Elementary, e se isso seria um desafio maior para ele como colorista, Tony D'Amore respondeu:
Eu diria que é uma responsabilidade maior, mais do que um desafio maior. E isso vem do fato que existe uma paleta bem ampla que está aprimorando o que é importante.

Punho de Ferro é a primeira série da parceria Marvel e Netflix que foi filmada com HDR em mente e isso fez diferença no resultado final, segundo Tony:
Em Punho de Ferro eles estavam criando alguns tipos de cenas que oferecem aos espectadores uma nova experiência em HDR – capturando diferentes temperaturas de cor em locações na cidade com tijolos e vidro, diferentes texturas como interiores com superfícies de alto brilho e janelas nas quais você pode perceber detalhes delicados através delas e mais separação de cor. Eles estão criando uma nova estética.
Tony também comentou como esse maior alcance dinâmico de cores é usado a favor da maneira que a história é contada, permitindo que mesmo os brilhos e sombras de algumas cenas revelem detalhes que seriam perdidos em uma produção que não usa HDR.