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Como o primeiro ano de séries da Marvel no Disney Plus impactou o MCU
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Como o primeiro ano de séries da Marvel no Disney Plus impactou o MCU

O legado instantâneo de WandaVision, Loki, Gavião Arqueiro e mais

Gabriel Avila
Gabriel Avila
22.dez.21 às 11h00
Atualizado há mais de 3 anos
Como o primeiro ano de séries da Marvel no Disney Plus impactou o MCU

O ano de 2021 marcou a chegada definitiva da Marvel às séries. Após estabelecer um universo compartilhado sólido nos cinemas, o estúdio investiu pela primeira vez em seriados 100% integrados ao MCU. Destaque da chamada Fase 4, essa leva inicial começou com WandaVision, passou por Falcão e o Soldado Invernal, Loki, What If…? e agora chega a o fim com Gavião Arqueiro. Entre sucessos e tropeços, a empreitada expôs o que a produção tem de melhor e deixou grandes lições para o futuro.

Antes de falarmos sobre as séries da Marvel no Disney+, é preciso tirar o elefante da sala e lembrar que já houveram séries ligadas ao Universo Cinematográfico da Marvel antes. Em tempos recentes, os heróis passaram por emissoras como ABC (Agents of S.H.I.E.L.D.; Agent Carter, Inumanos, Manto & Adaga), Hulu (Fugitivos; Helstrom), e claro, a Netflix (Demolidor; Jessica Jones; Luke Cage; Punho de Ferro, Defensores e Justiceiro).

Ainda que façam referência aos eventos dos filmes e ocasionalmente até recebam alguns personagens, essas produções sempre ficaram à margem do que acontecia nos cinemas. Essa separação provavelmente está ligada ao fato de que o chefão Kevin Feige e sua equipe não tinham completo controle criativo sobre essas histórias e personagens ao lidar com outras empresas. Sendo assim, é impossível separar a chegada do Disney+ do sucesso das séries da Marvel neste ano.

Foto de Os Defensores (Divulgação/Netflix) Luke Cage, Demolidor, Jessica Jones e Punho de Ferro, heróis da Marvel na Netflix

Com uma casa nova ansiosa para receber conteúdos inéditos que convertessem o enorme público da Marvel em novos assinantes, o estúdio teve a oportunidade perfeita de colocar as séries em evidência em seu universo. Para essa primeira leva, o estúdio jogou seguro e apostou em velhos conhecidos do público. Dos cinco títulos lançados em 2021, três são focados em Vingadores, um acompanha vilão carismático e o último mostra versões alternativas dos personagens amados pelo público.

Essa estratégia de focar no seguro pode ser vista até mesmo no enredo dessas histórias. Em sua maioria, eles partem do princípio de aprofundar coadjuvantes das grandes aventuras do MCU que eram reconhecidos e ao mesmo tempo não haviam ganhado grande destaque. Não à toa quase todas elas tiveram sua semente plantada em Vingadores: Ultimato (2019), filme que chegou a se tornar a maior bilheteria da história.

É o caso do luto de Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) após a perda do Visão (Paul Bettany), a responsabilidade de Sam Wilson (Anthony Mackie) e Bucky Barnes (Sebastian Stan) em manter o legado do Capitão América, o paradeiro de Loki (Tom Hiddleston) após escapar com o Tesseract e até o período em que Clint Barton (Jeremy Renner) virou o vigilante sanguinário conhecido como Ronin.

Séries da Marvel no Disney+ em 2021

A partir daí, elas seguiram o padrão de contar histórias que desenvolvem seus protagonistas ao mesmo tempo em que expandem este universo. O trunfo da Marvel foi mascarar esse padrão ao trazer diferentes gêneros e temas para suas produções. WandaVision lidou com dor e perda, mas abriu as portas para a magia. Falcão e o Soldado resgatou os filmes policiais enquanto apontou para questões sociais e traumas. Loki colocou um deus diante do espelho enquanto apresentou o bê-á-bá do Multiverso, que também deu as caras em What If…?. E quando tudo pareceu grandioso demais no infinito do cosmo, Gavião Arqueiro voltou a atenção para as ruas para lembrar que ainda há aventuras por aqui.

Cada uma dessas histórias ampliou o MCU à sua maneira e ainda deixou a Marvel entre os assuntos mais comentados durante grande parte do ano. Desde a estreia de WandaVision, em janeiro, até a conclusão de Gavião Arqueiro, que foi ao ar nesta quarta-feira (22), o estúdio lançou episódios inéditos no Disney+ durante 34 semanas – o que corresponde a aproximadamente dois terços do ano.

Considerando o contexto de pandemia – que causou o fechamento das salas de cinema e deixou grande parte do público presa em casa –, essa primeira leva de séries foi fundamental para não deixar o interesse no Universo Marvel esfriar e ainda colocou o estúdio para brigar nas premiações. WandaVision fez história ao ser a primeira série da Marvel a ganhar troféus no Emmy – vencendo três categorias das 23 que disputou.

Queridinhas de público e crítica, as séries ainda estabeleceram os próximos passos do MCU. Até o momento, é possível ligar as séries de 2021 a filmes já anunciados, como Doutor Estranho 2, The Marvels, Capitão América 4, Pantera Negra 2, Homem-Formiga 3 e até a produções inéditas, como séries derivadas de WandaVision e Gavião Arqueiro focadas em Agatha Harkness (Kathryn Hahn) e Eco (Alaqua Cox), e ainda abriu-se a porta para que personagens de outros universos como a Netflix retornem.

Imagens de WandaVision e Gavião Arqueiro (Divulgação/Marvel) Agatha Harkness e Eco, coadjuvantes que vão ganhar séries próprias

Nem tudo são flores

O saldo deste primeiro ano de séries da Marvel é positivo, mas também sofreu com deslizes pelo caminho. O principal deles certamente está no ritmo de suas produções, que mais parecem filmes divididos em pedaços. O formato televisivo é muito rico e cheio de especificidades para tratar a narrativa desta forma, o que acaba refletido no produto final. A maioria levou alguns episódios para engatar e chegou ao fim com uma conclusão quase brusca.

Conclusões essas que por vezes são prejudicadas pelo estilo Marvel de sempre deixar ganchos para o futuro de seu universo. Enquanto WandaVision guardou essa ponte para sua cena pós-créditos, Loki praticamente parou a história que vinha contando e dedicou o final da primeira temporada a abrir portas para o que vem a seguir.

E se a pauta são os problemas, é impossível ignorar What If…?. Primeira animação do Marvel Studios a carregar a responsabilidade de fazer parte do MCU, a série pareceu desconjuntada ao apostar no formato de antologia para abandoná-lo na reta final. Com um estilo visual pouco inspirado, a produção teve sim pontos altos – como o episódio do Doutor Estranho do mal e o finale grandioso –, mas ficou aquém das expectativas geradas em torno dela.

Imagem de What If...? (Divulgação/Marvel) Doutor Estranho maligno, um dos pontos altos de What If...?

Ainda assim, o futuro é promissor. Seja em live-action ou nas animações, a Marvel tem um catálogo enorme de personagens e tramas para investir. A próxima leva de séries no Disney+ se mostra especialmente interessante de acompanhar, já que voltará seus esforços a apresentar personagens inéditos – Ms. Marvel, Mulher-Hulk e Cavaleiro da Lua darão as caras já em 2022. Resta ao estúdio aparar as arestas e voltar fazendo o que faz de melhor: contar grandes histórias.

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