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França e o Labirinto | Lucas Radaelli e a acessibilidade da áudiossérie
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França e o Labirinto | Lucas Radaelli e a acessibilidade da áudiossérie

Engenheiro do Google e conhecido do público do NerdCast serviu como consultor da trama de Jovem Nerd e Spotify

Pedro Siqueira
Pedro Siqueira
26.ago.23 às 10h00
Atualizado há mais de 1 ano
França e o Labirinto | Lucas Radaelli e a acessibilidade da áudiossérie
Crédito: Jovem Nerd/Twitter/Reprodução

O que fazer quando se é um detetive particular na cola de um perigoso assassino, mas com um pequeno detalhe: você perdeu, completamente, a visão há anos? Esta é a vida do destemido Nelson França, vivido por Selton Mello na áudiossérie França e o Labirinto, produção original de Jovem Nerd e Spotify.

Além do empolgante jogo de "gato e rato" entre França e um serial killer que retorna ao crime após décadas, o projeto se esforçou, desde as primeiras versões do roteiro, em retratar da maneira mais fiel possível a experiência real de um personagem cego. A preocupação veio com a ajudinha fundamental do engenheiro de software do Google e, para os íntimos, “Demolidor brasileiro”, Lucas Radaelli.

Velho conhecido dos ouvintes do NerdCast (ouça aqui o episódio especial com Radaelli), Lucas esteve ao lado de Leonel Caldela, roteirista da áudiossérie, na concepção de Nelson França enquanto personagem, auxiliando também na base da trama:

“[França e o Labirinto] era uma ideia antiga. Lembro do Deive [Pazos] comentar comigo num jantar, ali por 2012, 2013… Com o sucesso dos NerdCasts RPG e a parceria com o Leonel, a ideia ficou mais séria. Quando começaram o roteiro, perguntaram se eu toparia receber o Leonel em casa. Passamos um fim de semana juntos, conversando por mais de 15 horas. Ele me perguntou muita coisa.”

O "intensivão" com Radaelli deu o tom da personalidade de Nelson França que, depois, ainda ganhou o toque único da interpretação de Selton Mello. Mas não espere habilidades mirabolantes ou nada do tipo, já que também houve a preocupação em manter não só o realismo na deficiência visual de França, como em não cair em clichês de histórias do gênero. Lucas explica:

“Faz parte da natureza humana procurar compensações para as coisas. Se uma pessoa perde um sentido, espera-se que ela tenha outros mais aguçados. A gente vê muito isso em filmes, quadrinhos… E tá tudo bem! Mas, de um ponto de vista prático, quando me perguntaram qual vantagem um detetive cego teria, eu respondi: nenhuma. São mais dificuldades. Mesmo assim, acredito que dá para criar um personagem realista, que consegue encarar essas dificuldades para ser um detetive.”

Na história, França perde a visão anos após resolver um caso notório. O detetive mantém uma rotina organizada e tem o auxílio do simpático cão-guia Bonaparte. Ao longo dos episódios, o ouvinte perceberá o personagem em situações e equívocos comuns pelas quais passam pessoas com deficiência visual. O próprio Lucas Radaelli percebe paralelos entre si próprio e o detetive:

“Tem várias frases que saem da boca do França que vêm do que conversei com Leonel. É impressionante como ele é atento. Algumas situações, piadas… são coisas que aconteceram e eu fiz piada, Leonel conseguiu encaixar tudo isso de uma forma muito legal.”

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Não espere também nenhum grau de condescendência com França, já que ele, antes de ser cego, é um detetive, e muito bom no próprio trabalho. O personagem reúne pistas para retomar uma investigação que tomava como encerrada há décadas, mas que pode esconder a chave para a solução de uma nova série de assassinatos.

É justamente a faceta de suspense e ação que Lucas destaca e conclui como o grande trunfo da série:

“O objetivo não é falar sobre a cegueira. É uma história interessante que, por acaso, tem um protagonista cego. Não há problema em séries que explorem as dificuldades, os dramas da cegueira, mas o legal é que, antes de tudo, França é uma história de detetive, de investigação. É, um pouco, como penso a minha própria vida. Eu não penso todo dia sobre não enxergar, penso que levo uma vida normal que, de vez em quando, tem dificuldades pela falta de visão. A cegueira é um detalhe, não a protagonista.”

França e o Labirinto chega com 13 episódios ao Spotify em 29 de agosto. A áudiossérie estará disponível tanto para os assinantes premium quanto na versão gratuita da plataforma. Luiz Carlos Persy, Maíra Góes e Jorge Lucas completam o elenco principal de vozes, sob direção de Fernanda Baronne.


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