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Citadel não justifica orçamento polpudo em trama de ação genérica
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Citadel não justifica orçamento polpudo em trama de ação genérica

Produção dos irmãos Russo, de Vingadores: Ultimato, une Richard Madden e Priyanka Chopra em trama de espionagem

Pedro Siqueira
Pedro Siqueira
28.abr.23 às 10h11
Atualizado há quase 2 anos
Citadel não justifica orçamento polpudo em trama de ação genérica
Crédito: Amazon Prime Video/Divulgação

O que se faz depois que se chega ao topo do mundo? Para os irmãos Anthony e Joe Russo, a resposta parece descer o caminho de volta aos trancos e barrancos. Diretores de Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Ultimato (2019), eles retornam aos holofotes como produtores de Citadel, série de espionagem que estreia nesta sexta (28), no Amazon Prime Video.

Mas não espere a inventividade e tensão das sequências de ação que fizeram a fama dos irmãos na Marvel, porque Citadel é vazia, derivativa e, pecado capital para uma trama de ação que se preze, enfadonha.

O Nerdbunker conferiu os primeiros episódios da trama, estrelada por Richard Madden (Game of Thrones) e Priyanka Chopra Jonas (Quantico, Matrix Resurrections). A dupla interpreta, respectivamente, os espiões internacionais Mason Kane e Nadia Sinh. Ambos são partes da agência Citadel, formada pela elite da elite das organizações secretas ao redor do mundo. Mas a vida na linha de frente muda quando a organização é dizimada por uma associação rival, com planos mais nefastos. Mason e Nadia sobrevivem ao atentado, mas acabam desmemoriados, tentando levar uma vida normal 8 anos após o incidente até, claro, o mundo precisar ser salvo novamente.

Interessante em um primeiro olhar, a premissa até daria pano para manga em uma trama que sustentasse melhor os conflitos emocionais que dois espiões com amnésia podem trazer (vide os filmes de Jason Bourne, com Matt Damon). Citadel, no entanto, se limita a transitar nos denominadores comuns mais rasos de histórias de espionagem.

Estão lá as bugigangas tecnológicas, os planos mirabolantes dos vilões visando a dominação mundial e até as diferentes localidades ao redor do mundo, ostentando a grana que o streaming colocou no projeto. Mas falta personalidade e, por que não, até charme, para tirar Citadel das meras cópias de James Bond e companhia. Se nos filmes do espião britânico, a megalomania e as locações exóticas são parte fundamental do que os tornaram icônicos na cultura pop, em Citadel, tudo parece vir apenas para cumprir uma lista de afazeres determinada por algoritmos.

Stanley Tucci e Richard Madden em Citadel. Crédito: Amazon Prime Video/Divulgação

Richard Madden faz o que pode com Mason Kane, que não ajuda o já limitado ator a sair do feijão com arroz. Para ser justo, o ator embarca de cabeça no que é pedido do personagem, mas precisará percorrer um longo caminho se quiser mesmo se firmar como astro de ação. Priyanka Chopra Jonas traz todo o aprendizado do currículo em produções de ação com sequências de porradaria empolgantes, mas nem assim consegue diferenciar Nadia de outras “femme fatales” do gênero.

A surpresa fica com Stanley Tucci, no papel do veterano Bernard Orlick. O astro de O Diabo Veste Prada (2006) embarca no espírito mirabolante da trama ao levar razoavelmente a sério o que o roteiro pede, mas com sutis tiradas que parecem uma piscadinha à plateia ao estilo “sim, gente, é isso aí mesmo…”.

Além dos Russo, Citadel é assinada por David Weil, criador da divertida Hunters, também do Prime Video. As referências do time poderiam indicar que, ao menos na ação, a produção poderia brilhar, mas assim como o resto da trama, sequências com potencial alucinante parecem feitas a toque de caixa. Há uma longa perseguição na neve, inclusive, que fará o espectador torcer o nariz se o orçamento foi mesmo bem distribuído entre o time de efeitos especiais.

Ainda assim, o passe dos Russo e da série chegou bem valorizado, com uma segunda temporada já garantida e derivados internacionais, incluindo versões na Itália, Índia e Alemanha em diferentes fases de produção. Se bem feita, a expansão pode ser a origem de uma interessante franquia. Mas será preciso bem mais do que só tiros e explosões para conquistar.

Citadel estreia em 28 de abril, com dois episódios. Os próximos quatro capítulos chegam ao streaming semanalmente. Os derivados internacionais ainda não têm data de estreia.

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