A Casa do Dragão mergulha em conflito na metade da temporada

A Casa do Dragão chegou ao meio de sua segunda temporada. Ao todo, a nova leva é composta por oito episódios e o quarto capítulo, “O Dragão Vermelho e o Dourado”, finalmente entregou o que muitos fãs estavam esperando do derivado de Game of Thrones.

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[Spoilers de A Casa do Dragão a partir daqui]

Porém, antes do grande conflito que encerra o episódio, a série segue desenvolvendo temas iniciados anteriormente, como a perturbação de Daemon Targaryen (Matt Smith) dentro do castelo de Harrenhal. Além do sentimento de perseguição, o príncipe parece sentir culpa, tanto pelas atitudes quando o irmão (e rei) era vivo quanto pela relação com Rhaenyra (Emma D'Arcy).

Embora tenha tido momentos de parceria, a verdade é que o relacionamento entre tio e sobrinha sempre teve questões complicadas, e a forma como Rhaenyra reagiu ao plano de Daemon deixou claro para o príncipe que ela não confia nele. Neste caso ele está, talvez pela primeira vez na vida, lidando com as consequências dos próprios atos, especialmente em relação a alguém que parece amar de verdade.

Em meio aos sentimentos melancólicos do personagem, A Casa do Dragão volta para o quartel general do time da cor Preta, mostrando que Rhaenyra retornou de Porto Real em segurança. As atitudes da personagem, porém, cansam o conselho da mesma forma que parecem cansar o público.

Em vez de agir como a chamada “Rhaenyra, a Cruel”, ela foi até o território inimigo colocar em prática um plano que só daria certo levando em consideração que Alicent (Olivia Cooke) pudesse ser razoável. Seus aliados, assim como o público, ficam irritados com tamanho perigo e até Jace (Harry Collett) confronta a mãe. Para ele, é como se a filha de Viserys (Paddy Considine) valorizasse mais a amizade de infância, do que a gravidade da situação atual.

E tal momento grave finalmente chega. Após uma temporada completa e metade da segunda, a famosa Dança dos Dragões começa, fazendo A Casa do Dragão lembrar os bons momentos de Game of Thrones. Aqui, Sor Criston Cole (Fabien Frankel) reúne homens em Porto Real e parte para um conflito, defendendo o lado dos Verdes. Apesar de parecer um pouco despreparado para algumas situações, o capitão da Guarda Real sai na frente e monta um plano em que Aemond (Ewan Mitchell) vai surpreender os inimigos, chegando ao local montado em Vhagar.

Do lado dos Pretos, quem sai para a batalha é Rhaenys (Eve Best), montada em Meleys, uma dragão também experiente em conflitos. Porém, para deixar tudo ainda mais significativo, um terceiro montador de dragões decide ir a campo aberto: o próprio Aegon II (Tom Glynn-Carney), rei coroado, montado em Sunfyre.

O que acontece a seguir é uma sequência extremamente aguardada pelos fãs: um conflito de dragões com muita selvageria, fogo e consequências para os dois lados. Tecnicamente falando, a luta entre as grandes criaturas é bem executada, com peso e movimentos que deixam claro a grandiosidade do que está acontecendo. Há algumas escorregadas aqui e ali em termos de efeitos visuais, mas nada que comprometa a imersão que o final do episódio proporciona.

Como dito anteriormente, há perdas para os dois lados, e um resgate claro do sentimento que Game of Thrones era especialista em causar, com personagens queridos tendo destinos terríveis, e a sobrevivência de outros ficando no ar. Quando o capítulo termina e os créditos sobem, não é raro perceber que estamos (literalmente) de boca aberta olhando para a tela.

No fim, o episódio “O Dragão Vermelho e o Dourado” acerta por finalmente entregar algo muito antecipado narrativamente, ainda que a chegada pareça um pouco atrasada. A nova produção passa longe de ter o carisma e personagens tão interessantes quanto sua série de origem, mas prova neste domingo que pode entregar grandes momentos mesmo assim.

A Casa do Dragão ganha novos episódios aos domingos, às 22h, na HBO e na Max.