Um rápido momento no teaser da segunda temporada de Invencível fez os fãs sonharem com um encontro entre o herói e o Homem-Aranha. Apesar de ter sido descartado por Robert Kirkman, criador, produtor e roteirista da animação, o crossover fez burburinho o suficiente para causar curiosidade sobre como ele aconteceu nas HQs.
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Antes, é preciso voltar 20 anos no tempo. Em 2004 (sim, 2004 foi há 20 anos), Robert Kirkman já era um roteirista conhecido graças a quadrinhos como Invencível, The Walking Dead e alguns trabalhos para a Marvel. A editora, então, o convidou para comandar uma nova versão de Marvel Team-Up, título focado em aventuras que uniam os personagens da casa. E, justamente por estar comandando um título focado em parcerias, a ideia de unir seu próprio herói com um figurão da Casa das Ideias pareceu boa demais para não tentar a sorte.
“Um dia, enquanto estava conversando com [o editor] Tom Brevoort sobre edições futuras, eu disse, como piada, ‘por que não usamos o Invencível em uma? Conheço os criadores daquele cara’”, revelou o próprio Robert Kirkman em um texto ao final da revista. “Depois de uma papelada chata, nós colocamos a ideia em movimento no que é a coisa mais maneira que aconteceu na minha carreira até então”.
Para a missão, ele se reuniu com Cory Walker e Bill Crabtree, respectivamente o artista e o colorista original da HQ de Invencível. Junto, o trio contou uma história no Universo Marvel que, na verdade, se passava durante uma aventura solo do herói.

Invencível e Homem-Aranha através do multiverso
A edição 14 de Marvel Team Up começa com uma clássica luta entre Homem-Aranha e Doutor Octopus, que acaba interrompida pela súbita chegada do Invencível por um portal. O jovem derruba o vilão tão rápido que o Cabeça de Teia sequer o vê, chegando a acreditar que é o Nova.
Depois de dar uma pancada tão forte que o Doc Ock sai voando, os dois colocam o papo em dia e o Invencível desabafa com o Teioso. Ele conta que foi enviado por Angstrom Levy, um vilão capaz de abrir portais para realidades alternativas. Para piorar, o malfeitor estava com a mãe do garoto como refém.
No meio do desabafo, ele resume a própria história de vida até ali, desde ter herdado os poderes do pai, Omni-Man, até a revelação de que ele na verdade é um vilão. Ao mesmo tempo em que buscava apresentar o herói para os leitores da Marvel, esse encontro surpreendeu até mesmo os leitores que estavam em dia com Invencível, já que o ataque de Angstrom Levy ainda não tinha acontecido na revista ainda.

De volta ao encontro, o Homem-Aranha oferece companhia ao herói e se apresenta, o que dá início a uma sequência de piadas a respeito dos nomes heróicos de cada um. O Invencível acusa o Teioso de ser preguiçoso pela escolha de nome e diz que, por exemplo, ele próprio seria pouco criativo se escolhesse se chamar “Superman” só porque tem superpoderes – pois é.
Depois de uma troca de farpas, eles decidem partir em busca do Doutor Octopus, a desculpa que a trama usa para o Cabeça de Teia apresentar o Invencível para Tia May, Mary Jane e até para os Vingadores. No fim, eles encontram o vilão e o derrotam a tempo de Mark aproveitar o próximo portal para casa.

Curta, a história não é um clássico para nenhum dos lados. Porém, as interações que os heróis têm em tão pouco tempo é divertida o bastante para aquecer o coração dos fãs. Especialmente porque a influência do Teioso é tão grande, que é justo dizer que Mark Grayson não existiria sem Peter Parker. Com isso, o que fica é uma anedota divertida saída diretamente de uma piada.
As duas temporadas de Invencível, assim como o episódio especial focado em Eve Atômica, estão disponíveis para streaming no Amazon Prime Video.