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Diretor e produtor de Street Fighter 6 falam sobre sucesso do game
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Diretor e produtor de Street Fighter 6 falam sobre sucesso do game

Conversamos com Takayuki Nakayama e Shuhei Matsumoto durante a Capcom Cup X

Jeff Kayo
Jeff Kayo
06.mar.24 às 15h00
Atualizado há cerca de 1 ano
Diretor e produtor de Street Fighter 6 falam sobre sucesso do game

Tanto Takayuki Nakayama, diretor de Street Fighter 6, quanto Shuhei Matsumoto, produtor, não poderiam estar mais felizes com o sucesso do título. Lançado em junho de 2023, o game não passou por nenhum tipo de problema no seu lançamento, entregou muito conteúdo offline aos jogadores e também um suporte robusto para os confrontos online com um netcode extremamente eficiente.

Durante a Capcom Cup X, tivemos a oportunidade de falar com eles à respeito do game em seu estado atual, do futuro de Street Fighter e, claro, sobre o torneio e a iniciativa da Capcom em bancar um prêmio milionário (literalmente) ao vencedor da Capcom Pro Tour, o circuito oficial de Street Fighter 6.

O diretor contou que está bastante satisfeito com o andamento do game ao longo dos meses, mas está surpreso com a forma que os jogadores estão se divertindo com ele.

“A gente está extremamente satisfeito com o jogo, muito feliz de ver a recepção dos jogadores e a felicidade de cada um deles jogando nosso jogo. Mas ficamos surpresos que a maioria deles está no Fighting Grounds, a parte mais focada nas lutas entre jogadores. A gente achou que a grande maioria ia ficar no World Tour, e alguns até estão, mas ficamos surpresos com a quantidade de pessoas interessadas apenas no aspecto do combate em si”, explicou Nakayama.

Uma das principais discussões da FGC (fighting game community, comunidade de jogos de luta) diz respeito ao atual balanceamento do game, como manuseamento do Drive Rush e seu uso no neutro, custo do Drive Impact, dano causado, dano escalado, Perfect Parry, e claro, personagens fortes demais. Se depender da comunidade, eles querem mexer em tudo ao mesmo tempo.

É muita gente jogando Street Fighter 6 em busca de um futuro na Capcom Pro Tour, e com isso, pouco espaço para arriscar e escolher bonecos fora do escopo conhecido como “top tiers”, ou, na linguagem mais casual, os “apelões” do jogo.

Nakayama disse que entende a atual situação do game, e que os jogadores podem ficar tranquilos. “A nossa equipe de ‘battle balance’ lida diretamente com a situação. Estão sempre em busca de problemas, testam os personagens, eles jogam todos os dias e buscam uma forma de polir ainda mais o game. Eles também estão sempre de olho nos comentários da comunidade, nas reclamações e elogios (ele riu). Mas nem só de jogadores hardcores vive a audiência do game. Eu também preciso me preocupar com o que o jogador casual está achando do game no geral”, disse o diretor, que parece realmente não esquecer de ninguém.

Diretor e produtor de Street Fighter 6 Ambos já estiveram no Brasil para divulgar SF6 em 2022, durante a Brasil Game Show (Reprodução)

Street Fighter e o mundo dos animes

Aproveitando a ocasião, perguntamos a ele sobre referências de Street Fighter 6 ao mundo dos animes. Não sei se todos sabem, mas tanto Nakayama quanto Matsumoto são fãs de jogos de lutas clássicos e animes em geral. E todo mundo que acompanha Street Fighter por todos esses anos sabe que referências à animes e cultura pop em geral são comuns até, como Guile e Rose (ambos inspirados em personagens de JoJo's Bizarre Adventure) e o próprio M. Bison (inspirado no vilão de Riki-Oh).

“Ah [Matsumoto-san], ele está querendo saber sobre as referências a Sailor Moon e Hajime no Ippo de Street Fighter 6 [risos]. Acontece que lá no nosso escritório, os desenvolvedores são muito fãs de animes e filmes em geral. E isso acaba aparecendo ‘inconscientemente’ no trabalho deles, então, de alguma maneira essas referências escaparam e foram aparecendo no jogo, como uma forma de homenagem também”, explicou. Então é tudo verdade mesmo, tá? Não é coisa da nossa cabeça!

O lançamento de Ed também era o motivo da nossa conversa com o diretor. O terceiro personagem de DLC em Street Fighter 6 foi lançado no final de fevereiro – Rashid, Aki, e, em breve, Akuma completam a primeira temporada do jogo. Muita gente se perguntou, desde o seu anúncio, a razão de Ed estar presente na primeira temporada, com tantos personagens “mais importantes” que poderiam aparecer no primeiro ano de jogo.

Ed não era o que a gente podia chamar de popular em Street Fighter V. No entanto, ele deu o que falar por conta das suas mecânicas únicas em SFV, sem comandos de meia luta ou shoryuken. “Ed é um personagem com um backstory bastante peculiar, bastante envolvido com o lore de Street Fighter V. No entanto, acho que muita gente gostava dele por conta do seu estilo de jogo, um experimento que fizemos e que se tornou a base do sistema moderno de SF6”, Nakayama contou.

Assim como as pessoas notaram em algum momento, o chapéu de M. Bison está presente no novo cenário do jogo, “Ruined Lab”. A relação entre Ed e Bison era um tanto quanto prejudicial (para o Ed, já que o mesmo é um experimento de corpo sobressalente para o vilão). Óbvio que a gente quer saber se o chapéu ali é uma deixa para que o vilão retorne ao lado de Ed ou algo assim.

“Da mesma forma que Luke, Jamie e os demais personagens novos do SF6, a história de Ed vai evoluir ao longo do tempo, e a sua independência vai chegar. Ele não vai precisar depender mais de M. Bison ou ninguém para se sustentar. Mas esse elo entre os personagens não necessariamente será o seu foco narrativo”, disse. E se você ver o final da história do personagem no game, vai entender do que Nakayama-san está falando.

Diretor e produtor de Street Fighter 6 Além de conversar com a imprensa, eles também tiraram um tempinho para autografar pôsteres (Reprodução)

Aproveitando o ensejo, acabamos perguntando sobre os personagens de Street Fighter III. Afinal, Street Fighter 6 finalmente avança a narrativa da história para além do jogo lançado originalmente em 1997. Desde então, os jogos da linha principal de Street Fighter eram lançados antes dos acontecimentos de SFIII, até que SFV criou o elo entre as timelines, e SF6 pôde avançar a história.

Mas onde estão os personagens de Street Fighter III? “Bem, eles estão por aí”, disse. Ao ser indagado sobre a Makoto, uma das personagens mais pedidas pelo público desde 2016, a resposta foi sincera: “É, a gente está ciente que ela é bem requisitada”, finalizou. Bom saber que ele sabe, né? Mas ele claramente se esquivou da resposta.

A entrevista já estava chegando no fim, e era a hora de tentar arrancar alguma coisa diferente do diretor e do produtor. Não sei se é de conhecimento geral, mas Nakayama-san e Matsumoto-san são grandes fã de jogos de luta em geral (ele sempre acaba soltando alguma pérola sobre fighting games em sua conta no X), e seria interessante saber se ambos estão ansiosos pelos jogos prestes a serem lançados pelos seus concorrentes.

“Eu gosto bastante de fighting games em geral, e sou bastante fã do trabalho do pessoal envolvido com a Riot (2XKO) e SNK (novo Garou, KOF). Estou bastante ansioso para ver os seus projetos no mercado no futuro, e gostaria que todos nós conseguíssemos fazer crescer ainda mais a cena dos jogos de luta que tanto gostamos”, finalizou. Ao que parece, o mídia training estava afiado nesse dia.

Ps.: Antes de começarmos a entrevista e montar o equipamento, estávamos discutindo sobre um jogador mexicano cujo apelido é “Kusanagi”.

“Nakayama-san, conhece Kusanagi, né?”, perguntei, em referência ao protagonista da série The King of Fighters.

“Ah, conheço sim. Você sabia que o motion designer responsável pelo Luke, é um grande amigo meu que também trabalhou no design do Kyo Kusanagi enquanto ainda estava no seu primeiro ano trabalhando na SNK? Ele também criou Iori Yagami, e depois que saiu da SNK, foi para a Saikyo, onde trabalhou em ‘The Fallen Angels’ e criou o personagem Haiji Mibu. E só depois disso foi para a Capcom, onde trabalhou com Dante, de Devil May Cry, e Masamune Date, de Sengoku Basara. Ele é um artista incrível, o conheço há mais de 15 anos e fiquei bem tranquilo quando o coloquei para trabalhar com Luke, o personagem principal de SF6”, disse, assim sem motivo aparente. É claro que eu não sabia! E a entrevista ainda nem tinha começado.


Street Fighter 6 está disponível para PlayStation 4 e 5, PC e Xbox Series X|S.

Essa entrevista foi feita em uma viagem internacional a convite da Capcom.

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