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Slitterhead resgata a atmosfera dos jogos de terror das antigas | Preview
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Slitterhead resgata a atmosfera dos jogos de terror das antigas | Preview

Jogamos quase uma hora do novo projeto do criador de Silent Hill na Summer Game Fest

Tayná Garcia
Tayná Garcia
20.jun.24 às 16h40
Atualizado há 10 meses
Slitterhead resgata a atmosfera dos jogos de terror das antigas | Preview
Slitterhead/Bokeh Game Studio/Divulgação

Slitterhead é o primeiro projeto do Bokeh Game Studio, um pequeno estúdio japonês com foco em jogos de terror — mas que é comandado pelo lendário Keiichiro Toyama, criador de franquias icônicas como Silent Hill, Siren e Gravity Rush.

O NerdBunker esteve presente na Summer Game Fest 2024 no início de junho e, em um cantinho discreto do evento, lá estava um estande do Bokeh, com uma demonstração com muito potencial para alegrar os corações de fãs de títulos clássicos e antigos do gênero.

Assim, tivemos a oportunidade de jogar quase uma hora de Slitterhead, que tem tanta personalidade e esquisitice (no bom sentido!) que até parece ter saído diretamente da década de 1990.

Cabeças cortantes — e criativas!

O toque único de Slitterhead começa logo na proposta de não ter um protagonista. O jogador controla, na verdade, um espírito chamado Hyoki que é capaz de possuir outros humanos — e precisa combater criaturas bizarras que ameaçam a humanidade.

Com esse contexto, a história é um grande mistério, em que você descobre mais sobre a entidade que controla ao coletar memórias pelos cenários.

Jogamos o início do game, que começa no controle de um cachorrinho até passar para humanos. A ideia, então, é constantemente possuir as pessoas pelo caminho para trocar de corpo e avançar pelos ambientes, superando obstáculos como paredes, sacadas, precipícios, prédios, objetos e por aí vai.

Você não faz ideia do que é (ou quem é) o espírito misterioso, e precisa progredir na história para desvendar os mistérios aos poucos (Imagem: Slitterhead/Bokeh Game Studio/Divulgação)

Além de superar obstáculos, também é preciso enfrentar monstros com fome por carne humana, que, segundo Toyama, são inspirados em mangás como Jujutsu Kaisen e Tokyo Ghoul, e nos Yaoguai, uma espécie de demônio da mitologia chinesa que se alimenta de cérebros.

Isso nos leva à jogabilidade, que é, no mínimo, curiosa. Isso porque apresenta um aspecto truncado, mas que conversa com a narrativa, de certa maneira. Afinal, você enfrenta criaturas poderosas com humanos “comuns”, que não são treinados para combate contra forças sobrenaturais — então é uma situação em que a quantidade precisa superar a força, e tudo o que você tem para lutar é uma arma corpo a corpo e a troca de pessoas.

Algo divertidíssimo é estar no meio da pancadaria contra um monstro terrível e inconscientemente possuir uma idosa que está passando pelo local. Simplesmente do nada, você é uma senhorinha de chinelos com um porrete sobrenatural na mão. Apenas uma segunda-feira normal, né?

Há muito gore para todo o lado, acredite! (Imagem: Slitterhead/Bokeh Game Studio/Divulgação)

A ideia do aspecto “truncado”, no entanto, muda com a aparição de seres humanos que são especiais, denominados “Rarities”. Eles têm habilidades baseadas em sangue, então conseguem causar mais dano e são mais velozes. A jogabilidade até ganha mais opções de ataque e um pouco de fluidez, mas ainda apresenta uma movimentação limitada.

Esse conceito de troca de corpos, curiosamente, teve origem de uma mecânica cortada do clássico Siren, originalmente lançado em 2003.

“Em Siren, teríamos um sistema chamado ‘sightjacking’ [‘roubo de visão’, em tradução livre], em que você poderia ver do ponto de vista de outra pessoa. Com Slitterhead, tentamos redefinir essa ideia, indo além do ponto de vista para o controle completo do corpo. Pensamos que daria um sistema ainda mais interessante”, explicou Toyama ao NerdBunker.

Slitterhead é ambientado em uma cidade fictícia na década de 1990, que se inspira em elementos e características que eram comuns na Tóquio dessa época, como placas com cores neon e pequenos estabelecimentos bem tradicionais — e é possível sentir uma boa dose de nostalgia na atmosfera que foca numa estética urbana japonesa. Em cima disso, ainda existe um toque sobrenatural, com bastante gore pelos cenários.

O visual, no entanto, oscila de qualidade com frequência. Há momentos que são bem chamativos e polidos, outros nem tanto, chegando a aparecer inacabados. Mas jogamos uma versão ainda em desenvolvimento, então é possível que os gráficos melhorem até o lançamento.

Os "Rarities" têm habilidades especiais, como porretes mais fortes e ataques únicos (Imagem: Slitterhead/Bokeh Game Studio/Divulgação)

De forma geral, Slitterhead transmitiu um estilo experimental de terror, me levando de volta aos momentos em que joguei Silent Hill e Siren pela primeira vez — uma mistura de horror com mistérios e esquisitices.

Isso gerou uma empolgação nostálgica, sentindo que veremos Toyama com bastante liberdade criativa, uma vez que trabalha sob seu próprio estúdio agora (sem as amarras de nenhum executivo). Então, possivelmente, teremos um jogo que pode ser não ser um dos maiores projetos do ano, mas um dos mais originais.


Slitterhead será lançado no dia 8 de novembro para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.

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