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Saviorless impressiona com jornada sombria e visual deslumbrante | Review
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Saviorless impressiona com jornada sombria e visual deslumbrante | Review

Jogo indie cubano brinca com narrativa, em meio a desafios de plataforma e quebra-cabeças empolgantes

Paloma Pinheiro
Paloma Pinheiro
02.abr.24 às 11h00
Atualizado há cerca de 1 ano
Saviorless impressiona com jornada sombria e visual deslumbrante | Review
Empty Head Games/Divulgação

Após mais de sete anos em desenvolvimento, Saviorless finalmente está entre nós. Primeiro indie cubano a colaborar com uma publicadora internacional, o jogo do estúdio Empty Head Games chamou atenção há alguns anos, quando lançou uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Indiegogo.

De lá para cá, o caminho não foi fácil. Os desenvolvedores enfrentaram uma série de obstáculos em razão de tensões políticas, problemas orçamentários e uma disputa pelo nome do jogo — que, anteriormente, seria apenas Savior.

Apesar das adversidades, Saviorless encontra a salvação quando brinca com a própria construção da narrativa. Além disso, o game de plataforma 2D une resolução de quebra-cabeças e um combate desafiador, com um toque especial — um visual deslumbrante, desenhado à mão.

Embarque em uma jornada perigosa

Saviorless traz uma história envolvente e não linear. Imagem: captura de tela

A narrativa de Saviorless tem um papel central no jogo. Inicialmente, o game apresenta um narrador, que conta uma história curiosa a seus aprendizes. Nessa aventura, o protagonista é Antar, um garoto que busca alcançar um objetivo: chegar às Ilhas Sorridentes e desvendar os segredos do local.

Logo de cara, é possível perceber que o narrador dessa aventura é apegado às regras e a um certo modo de contar histórias. Portanto, ele não gosta de mudanças e tenta limitar seus alunos a todo custo. Contudo, as coisas saem de controle quando ele cai no sono. Buscando dar uma nova emoção à velha e tediosa história, seus aprendizes rompem as normas e fazem surgir um novo protagonista, eventos inéditos e reviravoltas inesperadas.

Nesse contexto, durante o game, o jogador assume o controle de três personagens: Antar, o jovem destemido, Salvador, um avatar mascarado, e Nento, um caçador impiedoso. Curiosamente, cada um deles possui um papel importante nessa sombria aventura, com mecânicas únicas em relação à jogabilidade.

Desafios de plataforma, puzzles e corridas contra o tempo

Saviorless combina a estética clássica de jogos de 16 bits com um visual único. Imagem: captura de tela

Como dito antes, cada protagonista de Saviorless tem habilidades únicas, e essa é uma das partes mais divertidas do gameplay. No começo, o jogador assume o controle de Antar, cuja jogabilidade consiste nos tradicionais desafios de plataforma e resolução de quebra-cabeças. Dessa forma, o jogador deve andar, pular e se agachar, em uma aventura perigosa por cenários sombrios e macabros. Em meio a vários obstáculos, há uma série de puzzles, que colocam o jogador para pensar.

Enquanto se movimenta e tenta solucionar os desafios, Antar também deve coletar uma série de páginas arrancadas de um velho livro. A cada capítulo do jogo, há um número delimitado de folhas perdidas e reuni-las garante uma recompensa relacionada à história. Por isso, é muito importante recolher todas as páginas. Mas, não se preocupe. Caso o jogador deixe alguma folha para trás, é possível refazer a "fase" inteira do zero ao encontrar um personagem específico.

A jogabilidade ganha um gostinho mais desafiador com a adição de Savior e Nento. Com os personagens, Saviorless coloca o jogador para enfrentar diferentes inimigos e chefões, além dos tradicionais desafios de plataforma. A partir daqui, mecânicas simples como dar "dash" (impulso) abrem novos caminhos para o gameplay. Em outros momentos, por exemplo, uma habilidade que envolve o tempo traz um nível a mais de dificuldade.

Particularmente, levei cerca de dez horas para finalizar o game, repetindo algumas fases para encontrar páginas perdidas que ficaram para trás. No PlayStation 5, o game rodou de forma fluida e agradável. Contudo, em alguns momentos, me deparei com um bug que envolvia a habilidade de ataque tanto do Savior quanto de Nento. O problema desaparecia quando fechava o jogo e abria novamente, um erro que deve ser facilmente corrigido em uma atualização.

De forma geral, os momentos mais desafiadores aparecem da metade para o final, quando jogo reúne todos os seus pontos fortes de uma vez só — o resultado é uma narrativa ousada, diferentes desafios de plataforma, combate veloz e empolgantes corridas contra o tempo.

Uma jornada sombria com visual único

Cenários e animações de Saviorless dão originalidade ao game. Imagem: Saviorless/Captura de tela

Saviorless é um jogo de plataforma 2D que se beneficia tanto dos elementos de puzzle quanto do combate ágil. Mas, além dessas características, um detalhe rouba a cena e deixa tudo com um tom encantador: o visual.

Desenhados à mão, os cenários e personagens do jogo cubano conseguem sintetizar a essência perturbadora e melancólica dessa fantasia sombria. De belas paisagens a monstros grotescos, o visual de Saviorless consegue ser assustador e encantador, ao mesmo tempo.

Um resultado que traduz o empenho do time de desenvolvedores ao longo desses sete anos, fortalece a cena cubana de videogames independentes e ainda pode ser um prato cheio para possíveis speedrunners.


Esta review foi feita no PlayStation 5, com uma cópia cedida pela Empty Head Games. Saviorless está disponível para PS5, Nintendo Switch , PC e Mac (via Steam, GOG e Epic Games).

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