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Neva explora ciclo da vida em jornada emocionante | Review
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Neva explora ciclo da vida em jornada emocionante | Review

Jogo evolui a fórmula de Gris com combate e ambientes desafiadores

Priscila Ganiko
Priscila Ganiko
15.out.24 às 13h00
Atualizado há 6 meses
Neva explora ciclo da vida em jornada emocionante | Review
Reprodução

Com seu título de lançamento, Gris, o estúdio espanhol Nomada Studio conseguiu cativar jogadores do mundo todo com uma jornada de luto e a forma delicada com que o assunto foi tratado.

Agora, o estúdio entrega seu segundo game, Neva, apostando nas mesmas sutilezas que consagraram o primeiro, expandindo o escopo sem perder o foco nas emoções.

Em Neva, o jogador acompanha e vive toda uma jornada de desenvolvimento não da personagem humana, Alba, mas sim de quem dá nome ao jogo. Neva é uma espécie de loba, que vai crescendo a cada capítulo, acompanhando diferentes estações em uma janela de tempo indeterminada.

A cena de abertura dá o tom: logo após uma sequência frenética de eventos, representada pela arte impecável do estúdio e pela trilha sonora emocionante do grupo Berlinist, vemos o início da aventura de Alba e Neva, que atravessam uma floresta verdejante no período do verão.

Imagem do jogo Neva. A personagem principal, Alba, negra, de cabelos crespos e brancos, está ao lado de Neva, um filhote de lobo branco com pequenos chifres, em meio a um campo verdejante. Ao fundo, é possível ver árvores e uma montanha, além de javalis gigantes. A aventura começa no verão (Reprodução)

Neva, que é um filhote, precisa ser chamada e, por vezes, confortada por Alba, que a encoraja, ensina e incentiva. A dinâmica entre as duas personagens é muito cativante, e quem já teve filhos ou bichinhos vai se identificar imediatamente com a alegria e orgulho ao ensinar algo novo, mas também com o receio de que algo ruim aconteça.

Conforme o jogo progride e Neva cresce, é possível ver uma evolução na personagem, que aprende novos truques para ajudar Alba a sobreviver num mundo que está sendo tomado por um tipo de “corrupção”, capaz até de atingir animais silvestres.

Imagem do jogo Neva. A tela está tomada por nuvens escuras, com raios de sol pálidos atravessando. A personagem, negra, de cabelos crespos e brancos, está no meio de uma construção em ruínas, cercada por torres formadas pelos inimigos feitos de sombra. As cores são usadas de forma marcante (Reprodução)

Tais inimigos têm um quê de Studio Ghibli, lembrando o icônico Sem-Face de A Viagem de Chihiro. Além deles, o jogador também deve resolver quebra-cabeças do ambiente, que, por muitas vezes, possuem elementos de plataforma.

O combate é interessante e, ainda que entregue uma experiência simples, não dá para dizer que não é desafiador. Ao avançar pelas estações, surgem novos inimigos e até mesmo mecânicas de cenário. Destaque para a fase das reflexões, que, além de belíssima, usa a ideia de forma engenhosa.

Imagem do jogo Neva. A protagonista, negra, de cabelos crespos e brancos, cavalga em cima de Neva, uma loba branca com galhada de cervo. Ambas estão sobre um lago congelado, com a imagem das duas correndo refletida na superfície. Ao fundo, montanhas roxas e azuis se estendem pelo campo de visão. Neva transmite muitas sensações com sua arte (Reprodução)

Uma das preocupações do Nomada Studio era garantir que Neva fosse acessível para quem não tem familiaridade com videogames, e, para isso, encontraram uma solução inteligente. Em vez de eliminar o combate, que é essencial para a dinâmica, os desenvolvedores implementaram uma opção de dificuldade em que a personagem não perde vida ao ser atingida. Ou seja, ainda que tenha a animação de sofrer o dano, Alba não tem penalidades maiores e a luta continua.

Arte jogável

Como já contamos no texto da nossa visita a Barcelona e na conversa com o diretor criativo, Conrad Roset, esse é o segundo título do estúdio em que a parte artística é o centro de tudo.

Neva é uma experiência sensorial impressionante. Seja nas cores, que mudam de acordo com a estação do ano (verde vibrante para o verão, a solitude do branco no inverno), ou com a trilha sonora impecável, que usa instrumentos de cordas para criar a ambientação perfeita para momentos de alegria, dor e também na hora do combate, as decisões artísticas coroam o título como algo especial, que preenche os requisitos de videogame e também de obra de arte.

Captura de tela do jogo Neva. A imagem mostra uma moça negra, com os cabelos crespos brancos, vestida com uma capa vermelha, ao lado de um filhote de lobo branco, que olha curiosamente para um cervo, que retribui o olhar com curiosidade, e não medo. O cenário é de primavera, com árvores e muitas folhas cor de rosa espalhadas pelo chão. A luz do sol entra em meio às árvores, das quais enxergamos apenas os troncos. Cada momento é um fundo de tela potencial (Reprodução)

O resultado é algo que não pode ser definido apenas como um, ou como outro, assim como Roset, que afirma que não é mais artista que desenvolvedor de jogos ou vice-versa.

O ciclo infinito

Ainda que comece com um fim, Neva conta a história de uma vida inteira. Acompanhando a pequena canídea felpuda desde a infância, é impossível não criar uma ligação emocional com as personagens e sofrer com a dor, comemorar as vitórias e descobertas e passar por todo o espectro de emoções que é natural do ciclo da vida.

Esse é mais um excelente título do Nomada Studio, que pegou todos os acertos de Gris e os evoluiu, trazendo novos conceitos e complexidade à uma fórmula regada a sentimentos, em uma experiência que só pode ser chamada de arte.

O jogo chega com textos em português brasileiro, para PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC em 15 de outubro de 2024.


Esta review foi feita com uma cópia de PC cedida pela Devolver Digital.

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