A Geração Millenial, que compreende os nascidos entre o final dos anos 1980 e o começo dos anos 2000, possui hábitos diferentes das gerações anteriores. Enquanto os baby boomers sonhavam com o casamento, uma casa própria, uma família e um cachorro, os millennials, num geral (me incluo), estão mais preocupados com experiências de vida, como viagens de mochilão, idas à festivais de músicas e piqueniques no parque, como aponta estudo feito em 2016.
Pensando nisso, a Hasbro está lançando a versão Millennial de Monopoly, o clássico Banco Imobiliário. Aqui, os jogadores não precisam comprar dezenas de imóveis, e sim acumular experiências. A informação é do Global News. A caixa do jogo diz:
O dinheiro nem sempre compra a felicidade, mas compra experiências que, sejam boas ou esquisitas, duram para sempre. O Monopoly para Millennials celebra isso. Em vez de guardar o máximo possível de dinheiro, jogadores são desafiados a acumular o máximo de experiências para ganhar.
Apesar de celebrar o estilo de vida Millennial, o novo Monopoly também aproveita para dar algumas provocadas na nova geração: os jogadores não são estimulados a guardar dinheiro "porque não pagam aluguel" e precisam esquecer o mercado imobiliário "porque não conseguem pagar, de qualquer jeito".
Dentre as experiências possíveis no jogo estão restaurantes veganos, cursos de yoga e um festival de música que dura três dias.
Na internet, as reações não foram muito positivas:
"Hasbro, você pode mandar o link para o seu site oficial de Monopoly para Millenials, onde vocês insultam a minha geração porque os baby boomers causaram uma catástrofe econômica que nos deixou financeiramente impotentes por uma década? Obrigado!"
"Eu ficaria incomodado com esse insulto do Monopoly para Millennials, mas o jogo original girava em torno de reunir a maior fortuna possível ao custo dos seus amigos, enquanto você ria e falia eles, então... pelo menos não somos caracterizados dessa forma?"
"Existe uma versão escrota de Monopoly para os Millennials priorizando comprar 'experiências' em vez de comprar/alugar imóveis. Eu seria 'millennial demais' se pedisse um boicote, então vamos apenas dizer que é estúpido"
Como um representante da geração millennial, devo dizer que esse jogo não condiz com a realidade. Ele estaria condizente com a realidade se os jogadores começassem sem dinheiro, não conseguissem fazer muita coisa do que querem e tivessem crises de ansiedade no meio do caminho. Além disso, em vez da prisão, os jogadores teriam de ouvir parentes nos almoços de família dizendo "no meu tempo tudo era melhor, o jovem não era assim igual vocês hoje".