Os jogadores de Final Fantasy XIV podem celebrar, pois a aguardada expansão Dawntrail já está disponível, trazendo muitas novidades para o universo da franquia em termos de história e jogabilidade.
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Então ajeitem a sela dos seus chocobos, peguem suas bússolas etéricas, e vamos partir para uma viagem à Tural nesta review da mais nova expansão do MMORPG.
Tudo novo de novo?
Por 10 anos, desde o lançamento de A Realm Reborn (2013), a história principal de FFXIV amarrou pontas soltas que estavam em aberto desde a versão 1.0, ao mesmo tempo em que teceu novas, sempre com foco central nos conflitos contra os Primals, Ascians e o Império Garlean. Porém, a expansão Endwalker (2021) colocou um ponto final adequado a cada um desses tópicos, permitindo ao jogo seguir horizontes inéditos, mais especificamente a Oeste de Eorzea, em Tural.
Em Dawntrail, o objetivo é ajudar um dos candidatos no rito de sucessão ao trono de Tuliyollal e, de quebra, tirar férias. Isso nos coloca na companhia de Wuk Lamat que, ao lado de outros concorrentes, está passando por várias provações. Só este ponto já é uma inovação da história, já que não controlamos o personagem principal da narrativa.
Em nossos últimos feitos dentro de Final Fantasy XIV, nos tornamos Guerreiros da Luz, salvamos Eorzea, libertamos nações, salvamos estrelas e matamos os próprios deuses. Ou seja, sempre começávamos a jornada por uma nova expansão como totais desconhecidos, que precisavam se provar.

E isso também mudou. Dessa vez carregamos o peso de nossos feitos, e somos reconhecidos por tal, o que justifica a forma de lidar com os problemas, afinal, nosso objetivo agora é acompanhar e aconselhar um personagem sobre uma disputa que não é nossa.
Tal mudança também tornou o andamento da história diferente. O que antes era uma montanha-russa de adrenalina, caos e súbitas calmarias, virou uma leve ondulação entre aprendizado sobre novas culturas e um clímax à altura.
Para alguns jogadores, o começo da história de Dawntrail pode parecer arrastado. Mas, a meu ver, isso contribuiu com o andamento da narrativa, para que os momentos mais calmos não se tornassem maçantes como em outras expansões, em que o jogador descobre um perigo iminente, mas é obrigado a resgatar alguém de uma árvore ou cuidar de bichos fofinhos.
Dito isso, apesar da calmaria inicial da primeira parte da história, ela cresce em emoção e conflitos, exatamente como é de se esperar, em sua segunda parte, com um andamento mais fluido.
Gameplay: novas mecânicas e batalhas difíceis
Por falar em arregaçar as mangas, não é só de história que é feita a jornada de Dawntrail. Falando sobre gameplay, a expansão teve um aumento no nível máximo das classes para o 100, e a adição de diversas novas dungeons, raids e trials, que ainda virão nos patches futuros.
Tais lutas tiveram um aumento significativo no grau de dificuldade, algo extremamente bem-vindo, com novas mecânicas que exigem muito mais atenção e raciocínio rápido do jogador e não apenas mais danos, curas potentes ou melhor gerenciamento de habilidades defensivas.

As dificuldades não se limitaram apenas aos trials, batalhas que normalmente já são mais difíceis, mas também estão presentes ao longo das dungeons e de seus respectivos chefões. Com isso, é preciso também uma boa compreensão das classes, se os jogadores não quiserem ficar mais tempo que o normal em um combate.
Para somar à lista de classes disponíveis no jogo, Dawntrail trouxe o Viper, um DPS físico melee e o Pictomancer, um DPS caster à distância. Após desbloquear, ambos começam no nível 80, 10 abaixo do necessário para participar das primeiras missões. Por isso, ao longo da jornada, segui com minha classe de todos os dias, Warrior.
Visual (aspectos gráficos e sonoros)
A temática de Dawntrail inclui um misto de de culturas bem distintas, e até um pouco distantes, que com certeza fará você se questionar como é possível que todas estejam presentes na mesma narrativa. Felizmente, Final Fantasy XIV consegue dar sentido e equilibrar todas em um mesmo contexto.
Mapas como Tuliyollal, Urqopacha e Kozama’uka têm uma pegada mais mesoamérica, com músicas animadas, que lembram obras como A Nova Onda do Imperador (2000), Donkey Kong (1994) e Final Fantasy Crystal Chronicles (2003).
Já a região de Shaaloani é um verdadeiro faroeste com direito a duelos, saloons e bolas de feno perdidas, e uma música mais calma, que lembra um pouco algumas trilhas de Final Fantasy XV (2016) e Crisis Core: Final Fantasy VII (2007).

Por fim, temos a futurista Solution 9, que é apresentada com uma pegada cyberpunk, incluindo músicas eletrônicas que lembraram minha infância com Digimon World 3 (2002), tendo essa temática estendida não só para mapas e cidades, como também para as dungeons e trials.
Tudo isso regado a fortes referências a Final Fantasy IX (2000) e XI (2002), pegando emprestado personagens, monstros, chefes, mapas e trilha sonora, um prato cheio para os fãs, resgatando um sentimento aconchegante e alegre de nostalgia que casa perfeitamente com a trama de Dawntrail.
Não é a primeira vez que Final Fantasy XIV nos dá a oportunidade de imaginar como seriam os clássicos da franquia com os gráficos atuais. Exatamente por isso o jogo é considerado um “parque de diversões” para os fãs. Dessa vez, o update gráfico contribuiu muito não só para os novos mapas, como também para a melhoria dos antigos, principalmente aqueles com grande quantidade de vegetação ou com pouca iluminação.
Considerações finais

Dawntrail começa cumprindo o que prometeu, ao trazer um sentimento de férias e viagem para o Guerreiro da Luz, mesmo que ao acompanhar Wuk Lamat em suas provações. E, como é de se esperar, a expansão também nos leva a novos desafios que somente o salvador de Eorzea e matador de Deuses poderia lidar.
Mesmo tocando em dilemas pessoais do dia a dia, como não se sentir bom o suficiente, se comparar aos outros, cobranças pessoais e aprender a lidar com a perda, o título como um todo trouxe um sentimento reconfortante de alegria, amizade e nostalgia deixando um quentinho no coração ao final da jornada.
Essa review foi feita com uma chave de acesso antecipado cedida pela Square Enix.
Final Fantasy XIV, e suas expansões, estão disponíveis para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S e PC.