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Como as microtransações impactam Dragon's Dogma 2
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Como as microtransações impactam Dragon's Dogma 2

Jogo oferece alguns itens para compra com dinheiro real, o que levantou debates dos fãs

Tayná Garcia
Tayná Garcia
27.mar.24 às 10h29
Atualizado há cerca de 1 ano
Como as microtransações impactam Dragon's Dogma 2
Dragon's Dogma 2/Capcom/Divulgação

Expectativas foram criadas em cima de 12 anos de espera e declarações ambiciosas dos desenvolvedores, então os holofotes estavam voltados para Dragon’s Dogma 2, quando o jogo foi finalmente lançado no final de março.

Muitos jogadores se empolgaram com a nova jornada, mas algo inesperado chamou a atenção da comunidade: a venda de itens do game com dinheiro real.

Debates sobre microtransações não são novidade na indústria, então críticas são inevitáveis — afinal, ninguém gosta da ideia de ter o cartão de crédito como uma mecânica do jogo. Mas o caso de Dragon’s Dogma 2 tomou proporções maiores, chegando a viralizar nas redes sociais e até a confundir os fãs. Então, vamos entender o que aconteceu e como a situação reflete na experiência.

O que está à venda com dinheiro real?

(Imagens: Dragon's Dogma 2/Capcom/Divulgação)

Ao todo, há nove diferentes tipos de itens in-game de Dragon’s Dogma 2 à venda nas lojas digitais da PlayStation, Xbox e PC. São eles:

  • Cristais de Fenda: pontos para contratar peões
  • Incenso de Fenda: opção de mudar a personalidade do peão
  • Cristalporto: ponto de viagem rápida escolhido pelo jogador
  • Arte da Metamorfose: possibilita mudar a aparência do personagem
  • Vitalita: pedras que ressuscitam personagens
  • Pingente cálido: aprofunda o relacionamento com um personagem
  • Kits de acampamento
  • Sinais de fumaça de Harpia
  • Chaves da prisão

Os preços nacionais variam de R$ 5,50 a R$ 30, dependendo do item, plataforma e quantidade.

Como as microtransações impactam o jogo?

(Imagem: Dragon's Dogma 2/Capcom/Divulgação)

O que é importante dizer, logo de cara, é que todos os itens que estão à venda podem ser adquiridos normalmente dentro do jogo — alguns em abundância e com facilidade, outros nem tanto.

Isso, é claro, não torna a presença de microtransações totalmente "aceitável", mas faz com que a prática seja considerada menos predatória. Afinal, os itens vendidos não são exclusivos ou decisivos para a jogabilidade, sendo facilitadores opcionais para jogadores mais apressados.

Um exemplo é a venda do Cristalporto. Ele serve como um ponto de destino personalizável para viagens rápidas, e apenas dois podem ser encontrados ao jogar pela primeira vez. Portanto, ter alguns extras em mãos apenas agiliza a locomoção, sem afetar ou prejudicar a progressão no game.

Ter o Cristalporto à venda, no entanto, fez alguns jogadores estranharem a jogabilidade de Dragon's Dogma 2. Ao considerar que ter viagens rápidas limitadas é uma decisão de design dos desenvolvedores, muitos chegaram à conclusão de que algumas mecânicas foram propositalmente dificultadas para "forçar" as microtransações. Mas esse não é o caso — e leva à questão de que é preciso relembrar o histórico da franquia Dragon’s Dogma e da própria Capcom.

(Imagem: Dragon's Dogma/Capcom/Divulgação)

O primeiro Dragon’s Dogma foi lançado em 2012, mas não teve tanta atenção no lançamento. Não à toa, o jogo se tornou um clássico cult com o tempo por ter sido incompreendido por muitos na época — e um dos motivos é a presença de mecânicas que dificultam a jogabilidade em vez de facilitá-la. O maior exemplo é a viagem rápida limitada, que é defendida pelo criador Hideaki Itsuno por prezar que a jornada vale mais a pena do que o destino final. Essa filosofia é levada a sério na franquia, e não é algo exclusivo da sequência.

Com isso em mente, também há o fato de que o original foi lançado com microtransações similares. Isso, no entanto, foi algo presente apenas na versão inicial para consoles — ou seja, não chegou no PC e nem na edição Dark Arisen.

Mas esse não é o único exemplo de microtransações na Capcom. Essa estratégia de liberar alguns itens para compra não é incomum para a publicadora, que aplica a mesma ideia com outras franquias conhecidas, como Resident Evil. O recente remake de Resident Evil 4, por exemplo, tem maletas, amuletos, mapas de tesouro, armas e até cupons de melhorias à venda. Algo bem similar a Dragon's Dogma 2.

(Imagem: Dragon's Dogma 2/Capcom/Divulgação)

Tudo reafirma que Dragon's Dogma 2 não foi "modelado" com o objetivo de ter microtransações. Mas isso não impede que a presença delas frustre alguns jogadores — o que acabou acontecendo.

No fim, a presença de "facilitadores" que podem ser adquiridos por dinheiro (em vez de esforço e vontade) prejudica apenas a imagem de Dragon's Dogma 2 e da própria Capcom com a comunidade, e não a experiência em si. Afinal, não teve uma comunicação clara sobre a estratégia das vendas de itens até tudo pipocar de surpresa nas lojas digitais no lançamento, o que intensificou o sentimento de confusão entre os fãs. Além disso, a venda de alguns itens até vai contra o design escolhido para o game, como apressar a locomoção com o Cristalporto, o que contradiz a ideia de jornada que o próprio Itsuno defende. E, até o momento da publicação desta matéria, a empresa não comentou sobre as críticas.

Seja como for, muitos fãs ainda lamentam (e me sinto incluída nesse grupo) que muitos infelizmente tiveram uma primeira impressão bem negativa de um jogo que tem tudo para ser uma referência dentro do gênero de RPGs de ação — e não merecia ser ofuscado por uma decisão ruim de comunicação e marketing.


Dragon's Dogma 2 está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.

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