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Wendel Bezerra fala sobre desafios e novidades de Dragon Ball Super: SUPER HERÓI
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Wendel Bezerra fala sobre desafios e novidades de Dragon Ball Super: SUPER HERÓI

Voz brasileira do Goku, Bezerra também foi diretor de dublagem do novo filme da saga

Gabriel Avila
Gabriel Avila
18.ago.22 às 18h14
Atualizado há mais de 2 anos
Wendel Bezerra fala sobre desafios e novidades de Dragon Ball Super: SUPER HERÓI

Dragon Ball Super: SUPER-HERÓI marca o retorno do universo de Akira Toriyama aos cinemas. E, a convite da Sony, o NerdBunker bateu um papo com Wendel Bezerra, voz brasileira do Goku e diretor de dublagem do longa que está em cartaz nos cinemas..

Presente na franquia desde o final dos anos 1990, Bezerra se disse empolgado com o novo filme de Dragon Ball por trazer elementos inéditos à saga dos Guerreiros Z:

“Esse é um filme que sai um pouco da curva. Acho que tem muito fanservice, coisas que o público pedia em relação ao Gohan e estão lá. Acho que ele consegue ser intenso, mas com humor. Os gráficos são muito envolventes e essa coisa dos personagens novos é muito interessante, dá um refresh na história e naquele universo. Gostei bastante.”

A produção mostra o ressurgimento da Força Red Ribbon, organização maligna que já deu trabalho nos animes Dragon Ball e Dragon Ball Z. Uma das novidades é que, dessa vez, a história é protagonizada por Gohan e Piccolo, o que dividiu o coração da voz nacional de Goku:

“Óbvio que, como dublador, eu lamentei que o Goku não entrou tanto, ele apareceu pouco. Mas, como espectador, acho que é algo novo que nunca foi visto e que tá muito bom. Tá muito bem feito, trazendo muitas coisas que os fãs pediam, inclusive no Japão. E tenho certeza que o pessoal vai gostar muito.”

Cartaz do filme Dragon Ball Super: SUPER HERO Cartaz do filme Dragon Ball Super: SUPER HERO

Além de voltar a dublar o Kakaroto, SUPER-HERÓI marca o retorno de Wendel Bezerra à direção de dublagem. A respeito da responsabilidade de comandar as vozes de um projeto tão importante quanto um novo filme de Dragon Ball, ele explica que é preciso tomar vários cuidados:

“Eu preciso que os dubladores entrem naquele nível de intensidade. Preciso ficar muito atento nas piadas, nos gritos… Por exemplo, se tem um personagem que grita muito, eu preciso pensar em quem vou escolher. Porque tem dublador que não consegue ou até não quer gritar. Então preciso achar alguém que tope gritar e que consiga gritar daquele jeito por uma hora… E já tenho que ir preparando o psicológico da pessoa antes da gravação. Porque não sabem quem é, mas quando chega na hora e descobre que é Dragon Ball é bacana, mas preciso preparar o psicológico para a pessoa estar pronta para entregar o que o público espera e o que a dublagem original exige.”

Uma das tarefas mais importantes para a direção de dublagem é escolher as novas vozes que se juntarão ao universo de Dragon Ball. Considerando que essa franquia conta com um elenco de vozes bastante conhecidas pelo público, é preciso uma seleção cuidadosa para não acabar repetindo dubladores:

“Esse foi um cuidado com os personagens novos. Não só ‘quem vai ficar legal’?, como também ‘quem ainda não fez nada nesse universo?’. Porque o fã conhece. Mesmo que ele não saiba o nome, ele reconhece a voz dos personagens, então seria muito ruim para a experiência do público fazer essa associação com algum personagem.”

Como a dublagem de Dragon Ball mudou com o tempo

Wendel Bezerra se juntou ao elenco de dublagem de Dragon Ball como o Goku adulto em 1999. Mais de duas décadas depois, muita coisa mudou no ramo da dublagem e a franquia acompanhou cada passo. Uma das grandes diferenças está no acesso ao material original, coisa que não era fácil antigamente:

“No caso do Dragon Ball Z, que foi quando comecei a dublar o Goku, a gente recebia em espanhol com a dublagem do México. Então demorei muitos anos para ouvir a voz original do Goku.

Primeira aparição do Goku adulto Primeira aparição do Goku adulto no anime Dragon Ball

Outra grande diferença está nos aparatos tecnológicos. Para ilustrar como a tecnologia de captação e edição de áudio evoluiu, o dublador lembra como era difícil gravar a Fusão entre dois personagens:

“Quando eu fazia a fusão com o Vegeta, dublava junto ali no microfone junto com o Alfredo Rollo. A gente gravava um do lado do outro, era complicado. Hoje grava um de cada vez e o segundo vai ouvir só o primeiro e repetir no mesmo ritmo. Vai sair muito perto, mas aí com os programas dá para ajustar. Antes tinha que fazer na unha, porque não tinha a tecnologia para isso.”

Por fim, a maior novidade trazida pela modernidade é a forma como os fãs consomem uma obra. O fácil acesso a um anime assim que ele é lançado no Japão cria um falatório tão grande ao redor do mundo que, por vezes, causa ansiedade até na equipe de dublagem:

“Aconteceu, por exemplo, como Goku Black. Muito antes de chegar para a gente dublar a galera já estava falando. Então eu comecei a ficar até tenso. ‘Tão falando tanto disso, como vou fazer? E se ficar uma porcaria?’. Você começa a sofrer (risos). Então impacta sim, o que o público quer, pede e fala.”

O maligno Goku Black de Dragon Ball Super O maligno Goku Black de Dragon Ball Super

A responsabilidade de ser Goku

Como dito acima, Bezerra é a voz do Goku adulto há mais de 20 anos. Porém, engana-se quem acredita que todo esse tempo deixou o dublador acomodado com a tarefa de dublar um dos personagens mais importantes da cultura pop:

“Toda vez tem um friozinho na barriga. E tem que ter, porque se não você entra de qualquer jeito. O frio na barriga é muito importante para o ator. Ainda mais hoje, que eu tenho a dimensão do tamanho de Dragon Ball e da paixão que existe. Então cada vez tem mais responsabilidade. A gente fica empolgado, ansioso e até nervoso.”

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