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Planeta dos Macacos: O Reinado é sequência competente, mas pouco desafiadora | Crítica
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Planeta dos Macacos: O Reinado é sequência competente, mas pouco desafiadora | Crítica

Novo filme tem aventura irregular que não se justifica em comparação ao próprio legado

Pedro Siqueira
Pedro Siqueira
09.mai.24 às 10h00
Atualizado há 11 meses
Planeta dos Macacos: O Reinado é sequência competente, mas pouco desafiadora | Crítica
(20th Century Studios/Divulgação)

Há diversas armadilhas em retomar uma história que já tem uma conclusão perfeita, e ainda mais ciladas se a tal história já tem algumas décadas de erros e acertos na conta. Nesse contexto, Planeta dos Macacos: O Reinado é um caso curioso, já que pode ser um filme competente ou não, a depender muito do que se espera.

Como prelúdio do Planeta dos Macacos clássico, aquele da década de 1960, com Charlton Heston e companhia, a nova trama tem todos os elementos que foram eternizados na telona, e, de certa forma, é a produção que mais se assemelha ao tom de aventura da saga sessentista. Só que, no meio do caminho, havia um Cesar.

Isso porque O Reinado também é uma continuação da trilogia mais recente do Planeta dos Macacos, com Andy Serkis no papel do icônico primata. Nesse sentido, com o sarrafo alto de três filmes praticamente irretocáveis, a nova aventura derrapa por nem trazer o elemento de vitalidade que destacou os três filmes mais recentes, nem algo novo que justifique mais uma visita ao pós-apocalipse símio.

Situada séculos após Planeta dos Macacos: A Guerra (2017), o filme acompanha o jovem chimpanzé Noa (Owen Teague), que parte numa jornada para resgatar seu clã, sequestrado pelo tirano Proximus (Kevin Durand). Na aventura, há espaço também para a humana Nova (Freya Allan), que parte na missão com o macaco, mesmo com interesses próprios ocultos.

Freya Allan vive a humana Nova. Crédito: 20th Century Studios/Divulgação

Embora mantenha uma distância segura dos três filmes anteriores, O Reinado não escapa da sombra de Cesar dentro e fora da tela. Primeiro, porque o legado do primata ainda é tema importante na sociedade construída pelos símios, sendo a razão de boa parte dos conflitos da narrativa. Mas também porque a comparação entre os novos protagonistas e o macaco de Andy Serkis é inescapável pelo próprio roteiro — mesmo que em última análise isso seja injusto, por se tratar de uma história nova.

Por mais que Teague impressione com o trabalho de captura de movimentos e expressões, Noa não convence mais do que um protagonista comum, sem algo que o destaque ou torne sua jornada mais empolgante. No lado de carne e osso, a jovem Freya Allan, da série The Witcher, faz o que pode com sua personagem, mas não escapa de alguns conflitos bem básicos de qualquer história de aventura moderna.

Não que todo filme precise reinventar a roda, mas, se a franquia provou não uma, mas três vezes de que um macaco velho ainda aprende novos truques, é desapontador que a trama opte pela acomodação.

Se não surpreende, a direção de Wes Ball (Maze Runner) também não decepciona, se permitindo até alguns momentos de verdadeira inspiração. As belas tomadas do mundo devastado dos primatas, com edificações humanas tomadas pela natureza, são prova da constante excelência do design de produção de franquia, e servem de quadro para o cineasta mergulhar na imersão em um mundo realmente novo.

Sem falar, claro, dos próprios macacos, que de alguma forma, estão mais impressionantes do que nunca. O nível de esmero, desde as expressões faciais até micro detalhes, como um movimento de olhos ou uma babinha escorrendo pelos dentes dos símios, garantem o dinheiro bem gasto nos sempre competentes animadores do estúdio WETA.

Noa luta para libertar seu clã do tirano Proximus. Crédito: 20th Century Studios/Divulgação

O problema é que toda essa embalagem enfeita um longa correto em todos os aspectos técnicos, mas problemático na narrativa.

As duas horas e vinte e cinco minutos de projeção se estendem num ritmo irregular, com uma trama indecisa entre ser uma aventura, um road movie (filme de estrada) de família ou uma p*ta crítica social.

Se escolhesse um único caminho e apostasse todas as fichas na decisão, O Reinado facilmente poderia ao menos conquistar um lugar de honra em todo o legado na franquia, mas a opção pela marcha neutra em boa parte da trajetória não impedem o questionamento da necessidade de mais um filme na franquia. Quer dizer, além, claro, dos milhões de motivo$ que a gente já sabe.

Planeta dos Macacos: O Reinado está em cartaz nos cinemas. Aproveite e conheça todas as redes sociais do NerdBunker, entre em nosso grupo do Telegram e mais - acesse e confira.

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