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Entenda o final de Jung_E, novo filme coreano da Netflix
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Entenda o final de Jung_E, novo filme coreano da Netflix

Produção mistura RoboCop e Ghost in the Shell em trama futurista

Pedro Siqueira
Pedro Siqueira
23.jan.23 às 16h32
Atualizado há mais de 2 anos
Entenda o final de Jung_E, novo filme coreano da Netflix
Jung_E está disponível em streaming. Crédito: Netflix/Divulgação

Uma implacável máquina de combate é testada à exaustão em busca de finalmente acabar com uma guerra de décadas entre comunidades humanas em um futuro distante. Essa é a premissa de Jung_E, novo filme coreano da Netflix, já em streaming pela plataforma.

A trama de Yeon Sang-ho, diretor do elogiado Invasão Zumbi/Train to Busan (2016), tem a porradaria que os fãs de ação e ficção científica adoram, mas também guarda reflexões importantes sobre o que nos torna ou não humanos - especialmente no final impactante.

[Atenção: Zona de spoilers de JUNG_E a partir daqui]

No filme, somos apresentados à Capitã Yun Jung-yi (Kim Hyun-joo). Ela aparece aos trancos e barrancos em uma zona de combate, aparentemente morrendo depois de uma brutal luta contra robôs de combate. Descobrimos, então, que trata-se de uma simulação militar que busca reconstruir a Jung-yi real ao copiar a consciência da guerreira para corpos protéticos, a JUNG_E (percebeu?). O experimento é liderado pela Dra. Yun Seo-hyun (Kang Soo-Yeon), filha da mercenária.

O time consegue recriar com perfeição a fisionomia e dotes de combate da Jung-yi original, com uma falha: a androide não consegue escapar da simulação da missão real que deixou a mercenária em coma.

Kang Soo-yeon (à direita) como Dra. Yun. Crédito: Netflix/Divulgação

Amor de mãe

Mais adiante, é revelado que a Jung-yi real tornou-se mercenária para arcar com os custos de uma importante cirurgia para a filha, autorizando que sua consciência fosse replicada para os mais diversos usos.

Às voltas com as sucessivas falhas na simulação, a corporação por trás do projeto decide encerrar JUNG_E, preferindo voltar a consciência da guerreira a inteligências artificiais domésticas. É então que Dra. Yun descobre o real motivo pelo qual a mãe nunca conseguiu retornar.

Ao rodar uma última simulação, Yun e equipe percebem o aumento de um indicador comportamental não descoberto antes, superior até à dor e à combatividade de JUNG_E. Embora nunca seja explicitado, subentende-se que o amor da Jung-yi original pela filha segue vivo, mesmo em uma consciência artificial, e é isso que a faz lutar para ser livre. A mercenária, inclusive, é derrotada na missão real por se distrair com uma boneca dada pela jovem Yun, antes da partida.

Depois de muito tiro, porrada e bomba, Yun consegue libertar a “mãe” ao transferir a consciência de Jung-yi para um novo modelo de androide, se sacrificando, mas não sem antes deixar um presente. A cientista remove todas as memórias de si própria do cérebro artificial de JUNG_E, além de destruir todas as cópias da mãe. Em uma última despedida, no entanto, a androide mostra que, de alguma forma, ainda reconhece e ama a filha.

É nesse ponto que a jornada da robô culmina, ao questionar o que é "estar vivo" e quem podemos ser enquanto seres conscientes. JUNG_E tem todas as lembranças e sentimentos de Jung-yi, mesmo sem ser de carne e osso. Se a memória é parte importante de quem somos, é apropriado que a androide termine o filme como um quadro vazio, não mais forçada a reviver um passado que é e também não é seu. Ao livrá-la dessa amarra, mas ainda deixar claro de que há, sim, uma Jung-yi em JUNG_E, o longa encerra a trajetória da robô com o livre-arbítrio, tão prezado por nós, humanos.

JUNG_E consegue liberdade ao final do filme. Crédito: Netflix/Divulgação

JUNG_E então parte sozinha, livre para ser quem quiser, onde quiser, e em busca de novas aventuras. Ou, no mínimo, uma continuação. Certo, streaming vermelho?

O filme está em streaming na Netflix. Ryu Kyung-soo e Lee Dong-hee completam o elenco principal.

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