Às vésperas dos 50 anos de O Poderoso Chefão, Francis Ford Coppola ganhou longo perfil na revista GQ. O cineasta repassou momentos da sua vida e obra, e comentou o cenário atual para produções do cinema, criticando o modelo formulaico de muitos blockbusters.
Entre outras coisas, Coppola lamenta a obrigação das grandes produções em seguir determinadas métricas, o que, segundo ele, acaba deixando os filmes muito parecidos, prejudicando até mesmo a visão de cineastas autorais que assinam grandes produções.
Coppola diz:
“[Antigamente] Havia filmes de estúdio. Hoje, temos filmes da Marvel. E o que é um filme da Marvel? É um protótipo que é feito de novo, de novo e de novo para parecer diferente. Até mesmo pessoas talentosas, você poderia pegar cenas de Duna, do Denis Villeneuve, e de 007 - Sem Tempo Para Morrer, dirigido por Cary Fukunaga, dois artistas extremamente talentosos, e misturá-las. Uma mesma sequência com um monte de batidas de carro. Todos têm essas coisas, e eles são quase obrigados a ter, se é para justificar o orçamento. E isso falando dos filmes bons e dos cineastas talentosos.”
No perfil, o cineasta também comentou detalhes da produção de seu novo longa, Megalopolis, e relembrou O Poderoso Chefão, chegando a afirmar que o filme “arruinou sua vida”, por ter feito tanto sucesso que todos os seus outros filmes eram comparados com a obra.
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O longa venceu o Oscar de Melhor Filme em 1973, e deu origem a duas continuações, em 1974 e 1990.