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Catherine Called Birdy | Crítica
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Catherine Called Birdy | Crítica

Bella Ramsey brilha em história de amadurecimento comandada por Lena Dunham

Camila Sousa
Camila Sousa
07.out.22 às 11h00
Atualizado há mais de 1 ano
Catherine Called Birdy | Crítica

Histórias de amadurecimento são clássicas no cinema, TV e literatura. Dentro dessa proposta, de vez em quando alguma produção se destaca ao propor uma certa inovação, e isso acontece em Catherine Called Birdy, novo filme original do Amazon Prime Video, comandado por Lena Dunham (Girls).

A trama é focada em Birdy (Bella Ramsey), uma jovem que está passando da infância para a adolescência rapidamente, e vive todas as alegrias e confusões dessa época. O que a torna diferente é sua personalidade. Sem medo de falar o que sente e criticar os costumes da época medieval, a protagonista encanta de primeira ao mostrar uma certa rebeldia misturada com inocência, levada para a tela de forma cativante por Ramsey.

O roteiro, inspirado no livro de Karen Cushman e também assinado por Dunham, ajuda nessa construção, ao dar falas inteligentes para Birdy, mas nunca tornando-a mais esperta do que deveria ser, de acordo com sua idade. Isso torna mais fácil se relacionar com a jovem já que, ao mesmo tempo em que faz um comentário sarcástico e certeiro, ela também tem dúvidas comuns da puberdade, como quando questiona o que significa ser “uma virgem”.

Essa construção narrativa gera dois pontos positivos para Catherine Called Birdy. O primeiro é a capacidade de tornar o filme leve, mesmo em momentos mais densos. A esperteza ingênua de Birdy arranca pequenos sorrisos em diversas cenas, até quando as estranhezas do período medieval se tornam mais evidentes. E o segundo ponto é a clara comparação entre costumes da época e os atuais, com destaque para o papel das mulheres. Birdy fala constantemente que não quer se casar e ter filhos, especialmente com os pretendentes arranjados pelo pai, e sim desfrutar da liberdade a que os homens têm direito.

Além da boa atuação de Ramsay, que será a Ellie na série de The Last of Us, o longa conta com bons momentos de Andrew Scott como Lord Rollo, pai de Birdy, e Billie Piper, que interpreta Lady Aislinn, a mãe. Embora tenha menos tempo em tela, a matriarca da família tem uma relação complexa de brigas e compreensão com a filha, algo comum no período da adolescência.

Catherine Called Birdy perde um pouco da força com a chegada de George (Joe Alwyn), tio de Birdy, que desperta uma estranha admiração por parte da sobrinha. É incômodo ver uma protagonista tão nova tendo crush em um homem mais velho, mas a produção acerta ao menos ao mostrar que isso acontece apenas na cabeça de Birdy, em uma confusão de sentimentos com os quais ela ainda não sabe lidar.

Ao final, há uma certa satisfação ao ver que a garota começa a entender melhor como funciona o mundo ao seu redor e suas próprias emoções. Após várias cenas em que simplesmente grita pelas injustiças da vida, aos poucos Birdy entende uma dura realidade: a vida geralmente é injusta, e é preciso encontrar uma forma de ser feliz, mesmo em meio ao caos.

Catherine Called Birdy termina passando uma mensagem simples, e não tenta ser mais grandioso do que realmente é. Exatamente por isso, a produção é uma boa escolha de filme leve e divertido, que nem por isso deixa de ter um roteiro afiado e boas atuações.

O filme está disponível no Amazon Prime Video.

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