Star Wars – O Despertar da Força é o filme de Star Wars que você estava procurando. Ele traz tudo que um bom longa da franquia precisa ter e lembra do que realmente importa em um universo onde a Força existe.
Seja você um fã de longa data ou alguém que nem gosta tanto assim de Star Wars, a experiência de entrar no cinema, ver aquele logo icônico e ouvir a música de John Williams é um momento que impacta e prepara para tudo que está para acontecer. É quase como se todo mundo na sala de cinema pudesse sentir a Força fluindo, mesmo que seja a Força do hype.
De fã para fã
O capricho com a produção e com os efeitos práticos é perceptível. Parece haver um carinho muito grande em trazer de volta pequenos detalhes que lembrem os originais e despertem o sentimento de nostalgia. O Despertar da Força não nega as origens e em nenhum momento deixa de instigar a curiosidade para saber o que mudou nesses mais de 30 anos desde os acontecimentos de O Retorno de Jedi.
O ritmo pode ser um pouco lento no começo, mas é preciso levar em conta que existe toda uma geração de espectadores que não necessariamente são familiarizados com aquele universo e precisam ser apresentados ou relembrados sobre tudo que se passa ali.
As cenas de ação têm coreografias bem feitas e CG de alta qualidade que não abusa de efeitos 3D pulando na plateia o tempo todo. Elas não pecam pelo excesso, como foi o caso da trilogia lançada na década passada ou da versão remasterizada do episódio IV que tem um tiro a mais do que deveria.
Mesmos olhos em rostos diferentes
Rever rostos conhecidos é pura alegria para os fãs de longa data, mas quem não está tão familiarizado com a franquia vai se reconhecer em Finn e Rey: personagens bem construídos que vão aprendendo sobre a grandiosidade daquele universo junto com os espectadores da nova geração.
Nenhum dos novos personagens de Star Wars - O Despertar da Força é um clone barato do que veio antes. Eles se complementam e enriquecem a história de maneiras distintas. São gerações diferentes mostrando o seu valor ao seu modo.
Finn tem conflitos muito bem estabelecidos, assim como motivações para cada um dos passos que dá ao longo da história. Seja no ápice ou em seus pontos mais baixos, tudo é justificado.
Já Rey é quase como a materialização de todos os fãs que desejam fazer parte daquele universo, compilados em um único personagem. Ela cresceu ouvindo as histórias sobre os Rebeldes e o Império, os Jedi e os Sith, só não imaginava que um dia todas aquelas histórias se tornariam realidade e que ela faria parte de tudo.
O pequeno droid BB-8 é um personagem colocado ali com o intuito de agradar os espectadores mais jovens e vender brinquedos, mas é tão adorável que é impossível não ser cativado por ele mesmo sem fazer parte do público-alvo.
Existiu um cuidado também em estabelecer personalidades fortes no lado sombrio da Força. Kylo Ren e o General Hux também tem seus momentos para brilhar, ou melhor: oprimir e amedrontar.
Histórias que se repetem
Existem muitos paralelos a serem traçados entre a trilogia original e a nova. Mas são elementos que simplesmente ecoam e se repetem de maneira natural, não simplesmente cópias. Não há como afirmar que algum droid/humano/alien dessa geração é melhor que outro dos filmes antigos, pois todos recebem oportunidades para mostrarem a sua grandeza. A preferência vai depender unicamente da sua conexão emocional ou memória afetiva com cada um deles.
E é justamente isso que torna Star Wars – O Despertar da Força algo tão grandioso: o respeito pelo que veio antes e o espaço que ele dá para os novos personagem se destacarem.
Mesmo que o Episódio VII fosse apenas um filme “bom”, isso já seria o suficiente para atender todos os desejos de quem queria mais histórias naquele universo. Porém, J. J. Abrams foi além e entregou uma excelente experiência cinematográfica que honra as origens e não perde tempo com explicações desnecessárias e midi-chlorians.
Houve realmente um despertar.