Em 2017, os astrônomos do Observatório Haleakalā, no Havaí, detectaram um objeto estranho passando próximo à Terra. Batizado de Oumuamua, o objeto apresenta forma de disco e foi considerado o primeiro corpo sólido vindo de fora do Sistema Solar a entrar na órbita do Sol.
Shmuel Bialy e Abraham Loeb, do Centro de Astrofísica Smithsonian, da Universidade de Harvard, escreveram um artigo levantando a possibilidade do Oumuamua (palavra que, em havaiano, significa "Mensageiro distante") ter tido origem em uma civilização alienígena. Os pesquisadores fundamentam a hipótese com na alta velocidade do objeto e em sua trajetória, que teve "variações significativas" de uma órbita Kepleriana tradicional. A informação é do Boston Globe.
Bialy e Loeb levantam a ideia de que o Oumuamua age de forma similar a uma vela náutica, usando a pressão radioativa do Sol como uma forma de propulsão para o objeto. "A questão que surgiu é como ele está acelerando dessa forma", escreve Loeb, "e a possibilidade que sugerimos é que está sendo empurrado pela radiação solar".
Se a hipótese da pressão radioativa estar agindo sobre o Oumuamua estiver correta, então ele representa uma nova classe de um material interestelar fino, produzido naturalmente ou artificialmente. Se ele for artificial, uma possibilidade é de que o Oumuamua é um veleiro, flutuando no espaço interestelar como o destroço de um equipamento tecnológico avançado. Uma outra alternativa, mais exótica, é de que o Oumuamua pode ser uma sonda completamente operacional mandada intencionalmente para a Terra por uma civilização alienígena.
Parte da comunidade científica olhou para a pesquisa com desconfiança, e Loeb diz que a reação "ilustra a quantidade de preconceito que existe nessa área".
Eu não vejo esse caso de forma diferente de qualquer outro que está no mainstream do que todos estão trabalhando. Usei os mesmos métodos.
Steven Beckwith, professor de astronomia na Universidade de Berkeley, na Califórnia, disse que a hipótese se encaixa em uma frase de Carl Sagan: "Hipóteses extraordinárias precisam de evidências extraordinárias". Como o Oumuamua passou rapidamente pela Terra e não pôde ser fotografado, Beckwith diz que as evidências são fracas, mas que "acha divertido pensar na situação por esse ângulo".