O ouro é um elemento abundante em nosso universo, mas sua origem continua um mistério. Estudos anteriores apontavam a colisão de estrelas de nêutron como a matriz, mas os resultados de uma pesquisa mais recente revelaram que essa não pode ser a única fonte.
Reunindo referências de outros 341 estudos, a astrofísica Chiaki Kobayashi e sua equipe da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, chegaram a conclusão de que a quantidade de ouro encontrada no universo é muito maior do que é estimado para as colisões de estrelas conhecidas:
Há duas camadas nessa questão. A primeira é: a fusão de estrelas de nêutrons não é suficiente. A segunda é: mesmo com a segunda fonte, ainda não podemos explicar a quantidade de ouro.
Os estudos anteriores mostram que há tipos de colisões que realmente causam uma chuva do elemento: explosões extremamente energéticas são capazes de gerar reações nucleares que resultam em elementos mais pesados do que o ferro, como ouro, prata, tório e urânio.
O fenômeno da chuva de ouro vinda da explosão de uma estrela é visto raramente entre as supernovas, que por si só já são um acontecimento raro.
Amanda Karakas, astrofísica da Universidade de Monash, na Austrália, reforça essa teoria:
Até as estimativas mais otimistas de colisão de estrelas de nêutrons simplesmente não dão conta da pura abundância desses elementos no universo. Isso foi uma surpresa. Parece que supernovas giratórias com campos magnéticos fortes são a fonte real da maioria desses elementos.
Publicado em 15 de setembro no The Astrophysical Journal, o estudo também comenta diferentes tipos de materiais produzidos pela explosão de uma estrela, apontando que apenas o hidrogênio pode ser criado por um único tipo de estrela, e afirmando que a massa do corpo celeste influencia nos elementos gerados.
Apesar de não responder a pergunta "de onde veio todo esse ouro?", a pesquisa confirmou a colisão como uma das fontes, e servirá como ponto de partida para novas análises de dados a fim de descobrir novas origens do elemento, ou mais colisões de estrelas de nêutron. Com informações do Science Alert e do Live Science.