Pela primeira vez, os astrônomos conseguiram ver duas estrelas de nêutrons colidindo.
O fenômeno, chamado de kilonova, aconteceu na constelação de Hydra, que fica a 130 milhões de anos-luz daqui. A força desse evento cósmico, porém, foi sentida mesmo com toda essa distância: sensores na Terra conseguiram captar ondulações causadas pela colisão.
O que é uma estrela de nêutrons
Uma estrela de nêutrons é formada após uma supernova, a explosão que marca a "morte" da estrela após ela esgotar toda sua energia nuclear. Antes de explodir, a parte central da estrela se contrai por conta da gravidade, e esse fenômeno de "compactação" faz com que os elétrons se combinem com os prótons, por isso o nome de estrela de nêutrons.
Essa estrela possui um campo gravitacional muito forte, chegando até a desviar a luz, e é extremamente densa, além de ter uma rotação tão rápida que pode chegar aos milésimos de segundo.
Quando se trata de matéria estável, estrelas de nêutrons são o exemplo máximo da densidade — um pouco mais de massa do que isso e ela pode acabar se tornando um buraco negro, mas os cientistas e astrônomos ainda não conseguiram determinar qual é o limite para isso.
A colisão
O encontro brutal das duas estrelas foi causado por seus campos gravitacionais, que puxaram os corpos celestes um contra o outro até que eles colidissem.

Tal colisão libera os nêutrons no espaço e eles prontamente começam a reagir e a formar elementos pesados, como o ouro, a platina e a prata, entre outros. De acordo com medições da LIGO, responsável pelo monitoramento de ondas gravitacionais.
O vídeo abaixo demonstra como foi a "última dança" entre as duas estrelas:
Todo o processo de localização e registro desse fenômeno foi feito de forma colaborativa por astrônomos espalhados por todo o mundo: a partir do momento em que a onda gravitacional foi captada, estudiosos de todo o planeta começaram a escanear o céu em busca de atividades fora do padrão.

A descoberta indica que esse tipo de evento fez parte do período de formação da Terra — muito provavelmente é por causa de um encontro de duas estrelas mortas que temos ouro, prata e outros elementos pesados em nosso planeta.
O vídeo abaixo mostra o resultado da colisão:
Esse resultado do esforço conjunto dos estudiosos também indica que, com as ferramentas que temos atualmente, o aprendizado sobre o universo e tudo mais está garantido. E com iniciativas como a de Elon Musk e informações vindo de sondas como a Cassini, certamente vamos aprender mais rápido.