Antes de Dragon Ball Z se tornar sinônimo de pancadaria desenfreada e lutas que marcaram a infância de muitos jovens otakus, a franquia começou com uma história mais leve e divertida, contada no anime e mangá Dragon Ball, apelidado carinhosamente de "Dragon Ballzinho". Claro, lá estavam muitas características importantes da saga, como a força descomunal de Goku e os diversos vilões, mas não há como negar que o tom de diversão e aventura era o foco, para além dos insanos treinamentos e combates.
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E essa é a energia resgatada por Dragon Ball Daima, anime que soa como uma grande reverência ao universo criado por Akira Toriyama. O próprio mangaká idealizou o projeto, e exatamente por isso há a sensação de que este é um último presente para a geração que cresceu ajudando a criar a famosa Genki Dama.
Erros e acertos de Daima

Quando falamos sobre um tom mais leve, isso se reflete também na história de Daima, especialmente no começo. Aqui, um novo oponente transforma os Guerreiros Z em versões mais jovens, para que suas forças diminuam e ele possa derrotá-los facilmente. Assim, o anime é focado na jornada para encontrar novas Esferas do Dragão, desta vez no Reino dos Demônios, para que todos possam virar adultos novamente.
Tal premissa foi explicada rapidamente no começo do anime, e afastou de imediato muitos fãs que buscavam algo mais semelhante a Dragon Ball Z. A chegada de uma história mais leve no lugar de uma evolução natural de poderes de Goku e cia. soou desinteressante para alguns, e é válido dizer que os motivos do Rei Gomah para transformar os Guerreiros Z em crianças não são exatamente bem trabalhados. Na realidade, muita coisa em Dragon Ball Daima pede uma dose extra de suspensão de descrença, e é compreensível que uma parte da audiência não queira fazer isso.
Outra crítica válida é que, ao longo de 20 episódios, Daima teve dificuldade entre balancear a progressão da história com momentos mais dinâmicos, que só apareceram de fato nas últimas aventuras do anime. Logo, alguns capítulos foram realmente morosos, e não ajuda que os novos personagens não sejam tão carismáticos assim para gerar um interesse maior nos acontecimentos.
A parte curiosa é que, os espectadores capazes de relevar esses problemas tiveram a oportunidade de acompanhar uma aventura muito divertida.
Vegeta, banhos e batalhas

Deixando de lado a falta de profundidade em alguns acontecimentos de Daima, o anime tem momentos realmente divertidos para os fãs da franquia Dragon Ball. Ver Goku como criança novamente, por si só, já é um acontecimento memorável (levando em consideração que a saga GT não é considerada totalmente canônica), e o anime brinca com isso o tempo todo, mostrando ele recuperando o famoso bastão da série clássica, entre outros elementos.
Outro ponto que ajuda na ideia de uma grande aventura é o visual e abertura do anime. Em termos técnicos, a produção é uma das mais belas do universo de Dragon Ball, com cenas visualmente impactantes, que utilizam cor, movimento e som para transmitir a ideia de que estamos entrando em um terreno novo e inexplorado, cheio de possibilidades.
Essa sensação, aliás, é o que fez Dragon Ball Daima remeter à infância de muitos otakus, hoje já na vida adulta. No lugar de um grande inimigo, que se torna cada vez mais poderoso, e batalhas que colocam nossos heróis em riscos reais, entra a ideia de exploração, e de que qualquer coisa pode acontecer em cada um dos reinos visitados pelo pequeno Goku. No lugar do medo, a sensação é de empolgação.
Junto a isso, está o humor característico de Akira Toriyama, que pode ou não agradar a todos. O pequeno Goku, por exemplo, comete o mesmo erro sempre que encontra o jovem Glorio, e até personagens mais sérios protagonizam momentos únicos de galhofa, como Vegeta e Bulma falando sobre banhos. É bobo? Sim. Mas é igualmente encantador para quem chegou ao anime com a expectativa correta.
Na verdade, “expectativa” é uma das palavras cruciais sobre a experiência de Dragon Ball Daima. Quem queria apenas mais um torneio saiu da sala logo no começo, mas quem queria viver uma aventura como nos velhos tempos, encontrou uma pequena mina de ouro.

O final da jornada de Dragon Ball Daima tem um sentimento claro de recompensa, não somente pela adição das aguardadas cenas de ação, mas também pela certeza de que tivemos a oportunidade de acompanhar mais uma jornada desses personagens, da forma que o criador da franquia a imaginou. E pensar que o anime exibiu o último episódio no Japão exatamente um ano após a morte do mestre Toriyama, torna tudo ainda mais especial.
Dragon Ball Daima está completo no catálogo da Crunchyroll, e também exibe episódios na Netflix e Max.
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