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Fãs de Naruto e Cowboy Bebop, executivos da Crunchyroll falam sobre “nova onda” otaku
Animes e Mangás

Fãs de Naruto e Cowboy Bebop, executivos da Crunchyroll falam sobre “nova onda” otaku

Conversamos com Rahul Purini e Gita Rebbapragada durante a CCXP 2024

Camila Sousa
Camila Sousa
13.dez.24 às 15h34
Atualizado há 4 meses
Fãs de Naruto e Cowboy Bebop, executivos da Crunchyroll falam sobre “nova onda” otaku
(Divulgação)

Quando a organização da CCXP 2024 anunciou que as credenciais teriam artes de animes em parceria com a Crunchyroll, uma coisa ficou clara: essa edição do evento teria um foco otaku. Essa percepção se provou verdadeira com o passar das semanas, quando um estande foi anunciado, além das presenças de vários talents e dos executivos Rahul Purini e Gita Rebbapragada.

A convite da Crunchyroll, o NerdBunker teve a oportunidade de conversar com a dupla sobre a nova “onda otaku” em todo o mundo, os desafios da indústria e até sobre os animes favoritos de cada um.

A importância do público brasileiro

Imagem da CCXP 2024 Rahul Purini e Gita Rebbapragada falaram sobre o mercado otaku durante a CCXP 2024 (Divulgação/CCXP 2024)

E se há um tema que o brasileiro gosta é falar sobre animes. Segundo os executivos, o Brasil é o segundo maior mercado em termos de assinantes pagantes da Crunchyroll, o que coloca o país em posição de destaque nas estratégias da empresa.

“Os fãs de anime no Brasil são muito apaixonados e, de uma forma bem similar a outras regiões, eles querem mais acesso e mais rapidamente, então nossa estratégia para o país é similar à estratégia global: queremos dar aos fãs mais conteúdo e no idioma da região, incluindo legendas e dublagem. Cerca de 40% dos fãs brasileiros assistem animes em português, então queremos ter mais conteúdo disponível para eles”, diz Rahul Purini, que ocupa o cargo de presidente da empresa desde 2022, após atuar por vários anos como Diretor de Operações.

Já para Gita Rebbapragada, atual Diretora de Operações da empresa, estar em um evento como a CCXP é um ponto importante para divulgar melhor todas as frentes em que a Crunchyroll atua: “O Brasil tem uma relação especial não só com os animes, mas com a cultura japonesa de um modo geral. Tudo isso ressoa conosco na Crunchyroll, porém sentimos que há uma parte do público que ainda não conhece a plataforma. Ou que já ouviu falar, mas não sabe quantos animes temos no catálogo, que temos jogos, filmes. Então é por isso que eventos como este são tão importantes para nós.”

A onda otaku veio para ficar?

Imagem da CCXP 2024 Gita Rebbapragada durante painel no Unlock da CCXP 2024 (Divulgação)

Quem é otaku “das antigas” sabe que a distribuição de animes e mangás sempre teve problemas no país. Afinal, era muito difícil encontrar episódios legendados ou raridades que chegavam ao país anos após a exibição ou publicação originais. Com o avanço do streaming, hoje há eventos como a estreia de Kaiju Nº 8, por exemplo, que teve exibição simultânea no Japão e no Brasil.

Questionados sobre a importância da Crunchyroll na nova onda otaku, Purini e Rebbapragada admitem que o streaming tem um papel importante, mas acreditam que a nova “onda otaku” acontece por vários fatores, especialmente pela qualidade das produções japonesas. Segundo Purini:

“Attack on Titan, My Hero Academia, Demon Slayer, todos esses lançamentos são grandes, populares, e trouxeram muitas pessoas para o mundo dos animes. Então acho que grande parte do crédito é dos animadores japoneses. Se a Crunchyroll teve um papel nisso? Sim, temos um papel pequeno dentro de todo um ecossistema. Até porque, durante muito tempo, nós éramos a única plataforma global em que você poderia encontrar animes.”

E uma consequência natural da chegada de um novo público é o choque de gerações. Não é raro, por exemplo, encontrar pais e filhos curtindo animes juntos, embora os mais velhos possam preferir Os Cavaleiros do Zodíaco no lugar de Boruto, por exemplo. Essa mudança também é sentida nos bastidores da Crunchyroll, como explica Rebbapragada:

“Há formas diferentes de falar com as diferentes gerações que gostam de animes. Mas é muito legal ver essa mistura de gerações consumindo os conteúdos. Vimos isso com o lançamento de Dragon Ball Super: Broly, que teve pessoas de várias idades juntas assistindo. E há uma boa parcela do público que, quando não está assistindo anime, está jogando videogames. E é por isso que trouxemos jogos para a plataforma também, porque entendemos que é importante para este público.”

Há um anime para cada um

Imagem da CCXP 2024 Otakus brasileiros vibrando com painel de Demon Slayer na CCXP 2024 (Divulgação)

Tudo isso mostra como há animes para todos os tipos de pessoas, gostos e idades, indo além da ideia de “desenhos japoneses feitos para crianças”. E, mais do que conquistar um novo público, a Crunchyroll busca estar presente onde os fãs estão, como explica Gita Rebbapragada:

“Sinto que queremos ficar mais próximos do público que já ama os animes, e há muita diversidade já dentro deste público. Nem todo fã de anime vai em eventos específicos, mas alguns deles vão a eventos como a CCXP, e alguns não vão em nenhum. Então diria que estamos tentando menos a ideia de alcançar um novo público, e mais de chegar ao nosso público, onde quer que ele esteja.”

Para encerrar o papo, os dois falaram um pouco sobre os animes que marcaram suas vidas. Abrindo o coração otaku, Rahul Purini afirma que:

“Meu anime favorito, que eu volto de vez em quando para assistir novamente, é Cowboy Bebop. Foi a obra que me fez gostar de animes, mas há também filmes como Akira, que realmente me influenciaram. Também vou citar Dragon Ball Z. Tenho dois filhos agora, incluindo um de 9 anos, que é um grande fã de Naruto, já minha filha gosta muito de Haikyuu!, então há histórias para todos.”

E Gita Rebbapragada não vai por um caminho muito diferente: “Acho que muitas pessoas sentem [essa conexão] com Naruto, que é uma história realmente inspiradora, que abriu meus olhos para os animes. Também gosto de Astro Boy e alguns títulos da ‘velha guarda’, mas também de alguns mais novos, como as primeiras temporadas de My Hero Academia, o filme Your Name, de Makoto Shinkai. Foi mais ou menos com esse filme que comecei a apreciar a diversidade narrativa dos animes. Também lembro de assistir Cowboy Bebop e achar muito interessante. Chainsaw Man, Death Note, Yuri!!! on Ice… Há muitas emoções diferentes: você pode se divertir, você pode pensar, ficar curioso.”

Fica claro que a nova “onda otaku” deve durar bastante tempo e, ao menos para os brasileiros, talvez nunca vá embora. “Estamos em uma posição única, em que podemos fazer muitas coisas. E queremos, acima de tudo, fazer os fãs felizes. Nosso maior desafio é também nossa maior oportunidade: continuar adicionando valor para nossos assinantes e dar a eles o que eles querem ver”, finaliza Rebbapragada.

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