Casa de franquias importantes como DC, HBO, Harry Potter, Looney Tunes, Game of Thrones e mais, a Warner Bros. chega ao centésimo ano de história em 2023. Mas nem só de festa vive a empresa, porque as comemorações chegam em meio a uma turbulenta reformulação, que custou projetos inteiros abandonados, relações estremecidas com astros da TV e do cinema e uma grande interrogação na cabeça de muitos fãs: Afinal, como será o próximo ano da WB?
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Desde abril deste ano, o estúdio é gerido por David Zaslav, após compra e fusão com o grupo Discovery. A chegada do executivo chacoalhou produções com as novas medidas de contenção de gastos. Se você acompanhou o Nerdbunker ao longo de 2022, viu notícias de projetos como um filme dos Super Gêmeos levando o corte. Nem longas praticamente filmados, como Batgirl, se seguraram.
Não ajuda também as declarações públicas de cineastas veteranos da casa, como Christopher Nolan e Denis Villeneuve, contra a estratégia de lançamento simultâneo de filmes nos cinemas e no HBO Max, em 2021. Outrora responsável pela biblioteca de cineastas como Kubrick, Clint Eastwood, Martin Scorsese e mais, a Warner se vê na posição delicada de recuperar o prestígio com criadores, fazendo jus à própria história.

Isso sem contar a DC, que passa por uma reformulação própria. Com quatro produções engatilhadas para lançamento em 2023 (Shazam! Fúria dos Deuses, The Flash, Besouro Azul e Aquaman e o Reino Perdido), o estúdio teve uma troca de chefia, com James Gunn e Peter Safran assumindo como CEOs da empreitada, e o desafio de trazer uma guinada positiva que pode inclusive trazer novos rostos para papéis queridinhos do público.
Uma nova Liga vai dar liga?
Convocados para a DC em outubro, Gunn e Safran prometeram já para o início do ano o anúncio dos próximos projetos do estúdio. Na imprensa internacional, o burburinho é de uma reescalação completa da Liga da Justiça. O rumor ganhou mais força com o próprio Gunn confirmando a produção de um novo longa do Superman, sem Henry Cavill.
O diretor de O Esquadrão Suicida (2021) definiu o projeto como a história de um jovem Superman, embora não se trate de uma história de origem. Tanto o cineasta quanto o astro confirmaram o fim da parceria, encerrando o ‘vai ou não vai’ envolvendo Cavill desde 2018.

A mudança muito provavelmente deve afetar os outros heróis. Diretora dos dois Mulher-Maravilha, Patty Jenkins confirmou que um terceiro filme foi descartado. Publicações como o THR afirmam que o Aquaman de Jason Momoa também foi por água abaixo, embora o ator deva retornar em outro papel.
Se confirmadas, as mudanças marcarão o fim do SnyderVerso como conhecemos, e um amanhecer inédito para a Liga nos cinemas. E que comecem as apostas de quem serão os novos heróis. Ao menos já sabemos que em streaming eles terão uma casa diferente.
Max, traga minhas séries

Se você já se acostumou com o HBO Max, é melhor se preparar para o adeus. O streaming, ao menos como o conhecemos, dará lugar ao Max (isso mesmo, só Max), já no primeiro semestre de 2023. A nova plataforma combina as bibliotecas do HBO Max e Discovery+ e também chegará ao Brasil.
Por enquanto, informações sobre assinaturas, catálogo e mais ainda não foram confirmados. A fusão é mais uma das estratégias de Zaslav e companhia para alavancar os produtos da casa. Só o HBO Max tem atualmente 76 milhões de usuários pelo mundo, com mais 24 milhões vindo do Discovery+.
E a telona?
Apesar de ter perdido a parceria com Christopher Nolan (o diretor de Batman - O Cavaleiro das Trevas optou pela Universal para o lançamento de Oppenheimer, em julho), a Warner chega com títulos importantes no cinema ao longo do ano.

Além dos já citados longas da DC, o calendário de blockbusters tem:
- Magic Mike 3 (fevereiro)
- Evil Dead Rise (abril)
- Barbie (julho)
- Megatubarão 2 (agosto)
- A Freira 2 (setembro)
- Duna: Parte 2 (novembro)
- Wonka (dezembro)
As continuações de séries de sucesso como Duna e o universo Invocação do Mal podem ser o respiro necessário para o estúdio, além do curioso caso de Barbie, que pode tornar-se uma surpresa nas bilheterias com o poder do “Mas que p***a?!”.
Para o bem e para o mal, a Warner Bros. chega aos 100 anos em plena mudança. Resta saber a que caminhos as pedras colocadas agora levarão na estrada do estúdio — e o que isso significará para as próximas décadas de conteúdo. Quem viver, verá.