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The Boys encerra terceira temporada impecável em grande estilo
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The Boys encerra terceira temporada impecável em grande estilo

Oitavo capítulo do terceiro ano já chegou ao Amazon Prime Video

Gabriel Avila
Gabriel Avila
08.jul.22 às 09h17
Atualizado há quase 3 anos
The Boys encerra terceira temporada impecável em grande estilo

São vários os ingredientes para o sucesso de The Boys. Seja a sátira ao popular universo dos super-heróis, os momentos absurdos que dão o que falar ou um elenco competente, é fato que há um que une a todos: a qualidade da história.

A maior prova está no oitavo episódio da terceira temporada. Lançado nesta sexta-feira (8), o capítulo encerrou um ano impecável com ação, surpresas, ganchos para o futuro. Tudo isso enquanto concluiu vários de seus arcos de forma admirável.

[A partir daqui, spoilers do final da terceira temporada de The Boys]

O capítulo que encerra a terceira temporada de The Boys começou com a responsabilidade de responder às grandes questões deixadas pelo sétimo. A principal delas é se a revelação de que Capitão Pátria (Antony Starr) é seu filho impediria o Soldier Boy (Jensen Ackles) de matá-lo.

Mesmo com essa dúvida no caminho, Billy Bruto (Karl Urban) decide levar o super à torre dos Sete para que possam concluir as próprias missões. A ideia da dupla é simples: Bruto mata o Capitão Pátria enquanto o Soldier Boy dá um fim no Black Noir (Nathan Mitchell), o último membro do Revanche. Porém, eles precisam reformular a tática quando as coisas mudam e peças importantes se mexem no tabuleiro.

A primeira delas é o próprio Black Noir, que retorna à torre dos Sete e se prepara para acertar as contas com Soldier Boy. Porém, antes que ele pudesse se vingar do homem que lhe causou tanto mal no passado, ele é confrontado pelo Capitão Pátria. Se sentindo traído pelo colega nunca ter lhe contado sobre o parentesco com o soldado, Pátria o mata a sangue frio – colocando fim a uma amizade cujo início foi mostrado na animação Diabólicos.

A segunda é Hughie Campbell (Jack Quaid), que é nocauteado e abandonado por Bruto. Essa é a forma bizarra que Billy encontrou de proteger o rapaz após descobrir que o uso contínuo de Composto V pode matar e da alucinação em que relembrou a morte do irmão. Ao acordar, o rapaz encontra Luz-Estrela (Erin Moriarty), cuja grande motivação era salvá-lo e impedir Bruto e Soldier Boy de causar ainda mais destruição em um possível embate contra o Capitão Pátria.

Assim, o casal une forças a Leitinho da Mamãe (Laz Alonso), Kimiko (Karen Fukuhara), que acabou de recuperar os poderes, e Rainha Maeve (Dominique McElligott), que se libertou da prisão da Vought, para impedir a carnificina. O plano é usar uma substância criada pelo Francês (Tomer Capone) para nocautear o Soldier Boy para que ele não surte e mate inocentes novamente.

Acontece que Maeve não está interessada na paz e decide que eles devem se concentrar em matar o Capitão Pátria sim. Para isso, ela joga a substância capaz de sedar o Soldier Boy fora e prende o restante do time em um cofre para que não se machuquem na grande batalha.

A aguardada pancadaria

Assim como no episódio do Herogasm, o final da temporada promove mais uma pancadaria de respeito. Mais do que golpes elaborados e boas coreografias de luta, que estão presentes, as lutas se tornam marcante por toda a carga emocional envolvida. Como se não bastasse todo o drama envolvendo os adultos, o conflito ainda é precedido pela apresentação de Ryan (Cameron Crovetti) ao vovô Soldier Boy.

A chegada do garoto é a cereja do bolo para o tema de como a paternidade ruim pode levar a uma noção tóxica de masculinidade que só se converte em mais violência. Todos os quatro são assombrados por um pai ruim e, sem perceber, acabam passando essa maldição adiante – seja Bruto rejeitando Ryan ou o Soldier Boy repetindo a frase do pai e definindo o Capitão Pátria, o próprio filho, como fracasso.

A partir daí, a pancadaria se torna a materialização de todas essas frustrações e traumas guardados no íntimo de cada um dos personagens. O trio, somado a uma Rainha Maeve com sede de vingança, cai na porrada enquanto o restante do elenco principal se livra e corre para a torre da Vought para impedir a carnificina.

No local, o Francês corre para criar uma nova versão da anestesia enquanto Kimiko o protege. De forma sutil, a série conclui o arco dos dois ao mostra-los finalmente aceitando quem são e usando seus dons com convicção. Não é acaso que a jovem promova uma verdadeira chacina ao som da canção “Maniac”, do clássico filme Flashdance - Em Ritmo de Embalo (1983). Juntando ação sangrenta e musicais, a jovem finalmente mostra estar no controle da própria vida .

Outro arco concluído na pancadaria é o de Hughie. Após finalmente se dar conta do monstro que estava se tornando no sétimo episódio, o rapaz demonstra que aprendeu a lição ao resistir à tentação de usar V temporário para ajudar os colegas. Pelo contrário, ele só age para potencializar os poderes de Luz-Estrela, que é mais poderosa e experiente do que ele poderia se tornar com a substância.

No fim, Billy Bruto, Capitão Pátria e até a Rainha Maeve precisam deixar as gigantes diferenças de lado para dar um fim na ameaça do Soldier Boy. Em um momento realmente heróico, a super percebe que ele está prestes a explodir e o empurra janela fora. Ela é pega pelo estouro e os dois caem prédio abaixo, colocando fim à briga.

Rastejando dos destroços

Depois da grandiosa batalha, The Boys recolhe os cacos e se prepara para o futuro. De um lado há finais felizes, como a informação de que Soldier Boy foi contido e agora hiberna sob controle do governo ou a revelação de que Maeve perdeu o Composto V e agora está livre para viver com a namorada Elena (Nicola Correia-Damude).

Outra conclusão satisfatória foi a reunião dos Rapazes, que agora conta com o reforço da Luz-Estrela. Inimiga número um da Vought, a chegada de Annie pode vir a calhar agora que o grupo voltou a ter apenas Kimiko como super. O que nos leva às más notícias.

Em uma consulta médica após a pancadaria generalizada, Billy Bruto confirmou o que Luz-Estrela tentou avisar: o uso de V temporário causou lesões e ele tem poucos meses de vida pela frente. Com isso em mente, ele volta para a equipe que não faz a menor ideia da triste surpresa.

A novidade deve motivar Bruto nas suas duas grandes missões no futuro: derrotar o Capitão Pátria e recuperar Ryan. Ao rejeitar o garoto, Billy acabou jogando-o nos braços do maligno pai. Se quiser fazer valer a promessa que fez à esposa Becca (Shantel VanSanten) e cuidar do garoto, ele vai ter que suar no pouco tempo que lhe resta.

Especialmente agora que o garoto foi acolhido não apenas pelo Capitão Pátria, como também por seus seguidores. Fãs esses que finalmente viram o lado violento de seu ídolo e o apoiaram cegamente. Essa ovação abre um precedente perigoso, já que agora o super mostrou seu lado sádico e ainda assim recebeu respaldo, o que pode tornar ele e o filho grandes ameaças para o futuro.

Por fim, a terceira temporada também fechou dois outros arcos com ganchos curiosos. O primeiro é o do Trem-Bala (Jessie T. Usher). Com um coração novinho em folha, ele busca pelo irmão (Christian Keyes) com uma proposta de reatar a parceria. Porém, Nathan o rejeita por ter matado o Falcão Azul e o manda embora. Resta saber se esse desprezo fará com que o velocista volte a ser irresponsável ou seja a motivação que faltava para que ele finalmente se torne um dos mocinhos.

O outro arco foi o de Victoria Neuman (Claudia Doumit), que deu um passo além na carreira após destronar Stan Edgar (Giancarlo Esposito) como chefão da Vought. Graças à uma parceria com o Capitão Pátria, ela encomendou o assassinato do então vice do candidato líder das pesquisas para se tornar presidente dos EUA. Caso a chapa vença o pleito, ela estará a um grau de se tornar a pessoa mais poderosa do país, o que pode muito bem acontecer considerando que ela própria tem poderes capazes de cometer um assassinato sem ser pega.

É nessa mistura de dramas pessoais e possibilidades de catástrofes mundiais que The Boys encerra sua grandiosa terceira temporada. Comprovando o sucesso da fórmula de misturar absurdos com uma boa história, a produção faz bonito ao conferir importância e peso dramático à jornada de seus personagens.

É claro que passeios por pênis gigantes e orgias de super-heróis certamente foram chamarizes para uma parte do público, mas foi a força dessa história que segurou a audiência ao longo de oito episódios que nunca deixaram a qualidade cair.

Um feito de dar inveja a várias outras produções de super-heróis, gênero que parece cada vez mais saturado e cansado. Chega a ser irônico que The Boys, a série que tem a missão de destruir os super-heróis, seja uma das responsáveis por manter o gênero interessante.

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