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Stranger Things 4: Volume 2 | Crítica
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Stranger Things 4: Volume 2 | Crítica

Série se prepara para final grandioso, mas ainda sofre com roteiro que não sai do lugar

Camila Sousa
Camila Sousa
01.jul.22 às 12h44
Atualizado há mais de 1 ano
Stranger Things 4: Volume 2 | Crítica

Diferente de outras plataformas que costumam lançar episódios semanais, a Netflix mantém a característica de soltar temporadas inteiras. No entanto, o streaming tem adotado algumas estratégias para manter o interesse dos fãs, como dividir a quarta temporada de Stranger Things em dois volumes. Com o fim da série se aproximando, havia muita expectativa para os capítulos “Papai” e “E o plano de Onze”, sendo que o segundo tem 2h22 de duração. E ainda que os episódios sejam bem executados tecnicamente, a série ainda sofre com um roteiro enrolado em si mesmo.

Os novos capítulos começam exatamente onde o Volume 1 termina, antecipando um grande embate entre o vilão Vecna e Eleven (Millie Bobby Brown). Enquanto isso, o núcleo de Hawkins decide que é hora de voltar ao Mundo Invertido só que, dessa vez, mais preparado para enfrentar a ameaça. A ideia do Volume 2 de Stranger Things é mostrar esse ataque conjunto, partindo de várias frentes. A premissa é boa, mas a concretização da ideia deixa a desejar em termos narrativos, especialmente quando falamos de dois episódios tão aguardados pelos fãs.

Há um ar de guerra enquanto Dustin (Gaten Matarazzo), Eddie (Joseph Quinn), Steve (Joe Keery), Robin (Maya Hawke) e os demais personagens se preparam para a grande batalha. Enquanto arrumam armas e defesas para voltar ao lar de Vecna, os jovens conversam sobre suas relações, em diálogos que soam até como grandes despedidas. Essas partes funcionam e aumentam a conexão dos fãs com a série. O grande problema é que nada disso se justifica ao final da temporada.

Para quem esperava a “carnificina” citada em uma entrevista recente, o que o Volume 2 de Stranger Things entrega é mais do mesmo, com despedidas que podiam ser antecipadas de longe. Vários personagens queridos correm perigos reais, mas até quando a série se aproxima de ter uma grande consequência, ela volta atrás, tirando todo o peso da construção feita até ali. É como se os criadores estivessem constantemente vendo as conversas nas redes sociais e não tivessem coragem de desagradar os fãs, mesmo que isso seja melhor para a história.

A decisão de avançar e retroceder diversas narrativas cria uma sensação de que não há história suficiente para preencher tanto tempo de tela. Os combates físicos da temporada são satisfatórios e há cenas que serão celebradas pelos fãs mais apaixonados por muito tempo. Porém, falta conteúdo dentro de uma entrega visual tão bonita, e o Volume 2 termina com a impressão de que tudo foi prolongado demais. Não havia necessidade de dividir a temporada em duas partes e, claramente, também não era necessária uma duração tão grande para os capítulos finais.

Entre os pontos positivos, não há como negar que os dois episódios (especialmente o último) entregam um bom entretenimento em preparação para a quinta e última temporada. A trilha sonora ajuda nessa percepção, aumentando a empolgação do espectador em momentos importantes. A parte visual também merece destaque. A série mantém sua identidade nesse quesito, com o uso de cores e luzes que faz qualquer um saber de longe que está assistindo Stranger Things. É uma pena que tudo isso seja entregue com um recheio tão vazio.

Se o Volume 1 de Stranger Things 4 terminou deixando um gosto de “quero mais” nos espectadores, isso se repete aqui. Mesmo com algumas explicações sobre o Mundo Invertido e o choque de força entre Vecna e Eleven, a série, mais uma vez, indica que “o melhor ainda está por vir”, com uma cena final catártica. Com a quinta temporada já anunciada como a última, a expectativa é que, ao menos, tudo seja melhor desenvolvido no último ano.

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