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Sonic: O Filme | Crítica
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Sonic: O Filme | Crítica

Apostando na simplicidade, filme diverte sem depender de uma ameaça mundial

Priscila Ganiko
Priscila Ganiko
13.fev.20 às 12h47
Atualizado há mais de 1 ano
Sonic: O Filme | Crítica

Quando o primeiro trailer de Sonic: O Filme foi divulgado, em 30 de abril de 2019, a reação da internet foi extremamente negativa. Os memes não perdoaram e claramente o visual do Sonic não estava pronto. Três dias depois do trailer, a Paramount e a Sega resolveram mudar tudo e refazer o personagem, e, depois de atrasarem a estreia do longa em alguns meses, podemos finalmente ver o ouriço azul em ação nas telonas.

O novo visual, mais amigável e próximo dos cartoons e jogos, certamente combina com o clima despretensioso do filme, que trata de assuntos como amizade e família através de uma história simples e divertida, que aquece o coração.

Filmes que adaptam franquias de videogame costumam ser polêmicos, ainda mais quando tentam traduzir a história de um determinado universo do jogo para as telonas, mas Sonic: O Filme não tem esse objetivo, e talvez seja por isso que acerta em cheio.

A trama se passa em Green Hills, uma cidade fictícia, e também em São Francisco — que já serviu de cenário para um dos jogos do ouriço azul, ambas nos Estados Unidos. Do universo dos games, temos o próprio Sonic (com voz original de Ben Schwartz) e seu arqui-inimigo, Dr. Robotnik (Jim Carrey), algumas referências para os fãs dos jogos (até alguns memes foram incluídos), mas é só. O diretor Jeff Fowler optou por contar uma história majoritariamente independente das regras criadas nos jogos, e o resultado é um filme que pode agradar o público que já conhece o mascote da Sega e que não exclui quem nunca teve contato com a franquia.

Focada na improvável amizade entre um ouriço-alien e um policial humano de uma cidade pacata, a história aposta na simplicidade para alcançar tanto crianças quanto adultos. Em vez de colocar a dupla para lidar com uma ameaça mundial ou outra missão grandiosa, o escopo é bem menor e mais pessoal.

Sonic está em uma eterna fuga para esconder seus poderes, e, para que possa continuar vivendo, ninguém pode saber de sua existência. É claro que isso se torna progressivamente mais difícil, ainda mais se levarmos em consideração a personalidade inquieta e tagarela do personagem. Uma vez descoberto, Sonic começa a ser procurado e é aí que sua amizade com o policial Tom (Jason Marsden) começa.

Logo de cara, é bem fácil criar empatia pelo Sonic mais fofo e de olhos arredondados. A interpretação de Ben Schwartz completa o personagem, dando a ele muito bom humor até mesmo quando ele está sendo irritante. Os humanos também conseguem espaço para mostrar que são legais: Tom e sua esposa Maddie Wachowski (Tika Sumpter) entregam diálogos divertidos e um relacionamento crível entre si e também com o protagonista.

O ator Jim Carrey rouba os holofotes muitas vezes com seu caricato Dr. Robotnik, e protagoniza algumas das cenas mais engraçadas do filme — como era de se esperar. Pode até não ser um papel tão marcante na carreira do ator como o Máskara e Ace Ventura, mas certamente foi uma escolha acertada.

A trilha sonora do longa merece destaque. As escolhas musicais são marcadas por versões alternativas das músicas dos jogos que certamente não passarão despercebidas, e também pontuadas por clássicos do rock em alguns momentos específicos. Mas nada de Gangsta's Paradise.

Ainda que tenha chegado apreensiva ao cinema, a sensação ao deixar a sessão foi de que estava mais leve. Os clichês, piadas e situações do filme, embora possam ser desconcertante para alguns, combinam com o Sonic e com o lado da franquia que não se leva tão a sério.

Sonic: O Filme não tem uma aventura grandiosa, não segue a história do jogo e nem se aprofunda muito em personagens ou construção de universo — e não precisa. É um filme divertido, daqueles que passam de tarde nos canais abertos, que conta piadas engraçadinhas e deixa seu coração quentinho, ainda mais se você gosta de Sonic.

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