Logo do Jovem Nerd
PodcastsNotíciasVídeos
Mythic Quest abraça o caos - da vida real e dos personagens - na terceira temporada
Séries, TV e Streaming

Mythic Quest abraça o caos - da vida real e dos personagens - na terceira temporada

Comédia da Apple TV+ retorna explorando rivalidades e bizarrices da indústria de games

Arthur Eloi
Arthur Eloi
11.nov.22 às 14h48
Atualizado há mais de 2 anos
Mythic Quest abraça o caos - da vida real e dos personagens - na terceira temporada
Mythic Quest/Divulgação

A pandemia foi especialmente estranha para os videogames. A indústria cresceu, novos jogadores surgiram e houve um fluxo constante de lançamentos e sucessos. Mythic Quest refletiu essas transformações em seu segundo ano, mas agora retorna para mostrar que tanto o mundo dos games, quanto o da série só ficou mais caótico após o distanciamento social.

A terceira temporada, que começa a ser transmitida pelo Apple TV+ nesta sexta (11), é marcada por transformações. Ian (Rob McElhenney) e Poppy (Charlotte Nicdao) agora desenvolvem um ambicioso projeto em outro estúdio, enquanto David (David Hornsby) enfim alcança o status de chefão da empresa responsável pelo MMO RPG Mythic Quest.

O NerdBunker assistiu aos três primeiros episódios da nova temporada, e deixamos claro desde já: os poucos minutos de paz não vão muito além da abertura, quando logo fica claro que ninguém está exatamente satisfeito. A série rapidamente coloca todos os insanos desenvolvedores em conflito, e aproveita para zoar as tendências que cresceram nos games ao longo do último ano.

A calmaria acaba assim que David percebe que sua empresa não está tão bem das pernas quanto achava e que, na real, sequer sabe qual é sua função lá. Já Ian e Poppy seguem tirando o outro do sério mas, dessa vez, ao ponto de colocar até seu ambicioso projeto em risco quando recusam uma oferta de investimento milionária. Os ânimos esquentam rapidamente, e parece que será uma temporada inteira marcada por tretas.

3ª temporada de Mythic Quest acerta ao usar ótimos personagens secundários para criar ainda mais atrito entre o grupo

A dinâmica entre os personagens continua tão divertida e ácida como sempre, e é o que torna a comédia carismática e viciante. A série também se beneficia de reposicionar rostos secundários que acabam engrossando a confusão. É um acerto dar mais espaço para Carol (Naomi Ekperigin), a funcionária do RH que acaba se tornando psicóloga - e único ponto de sanidade - para todo o surto ao seu redor.

Além disso, Brad (Danny Pudi) ganha um posto tão maléfico quanto ele: faxineiro. Uma das figuras mais duvidosas e marcantes do programa, que antes comandava a parte de monetização do game, ele agora retorna da prisão e assume a vaga de zelador do estúdio. Ninguém nunca suspeita do faxineiro, e se tratando de alguém cheio de esquemas e más intenções, a contratação deixa David ainda mais surtado e paranoico.

Todos em Mythic Quest estão a um passo da loucura, e é isso que torna o seriado tão cheio de vida e personalidade. Para a sorte da produção, o mundo real também ficou um pouco louco nos últimos anos, o que rendeu ainda mais material para a comédia.

Caos da vida real

Ao mesmo tempo que aposta no atrito entre seus personagens, a série não perde a oportunidade de cutucar tudo de ruim ou questionável que acontece na indústria de games. Só nos primeiros episódios do novo ano, Mythic Quest consegue zoar com NFTs, Web 3.0, Metaverso e até mesmo tocar em tópicos mais sensíveis, como crunch e assédio - nesse caso, sem nunca parecer desrespeitosa.

E falando em abordar temas complicados, isso se estende até para os bastidores da série, já que o novo ano também precisa lidar com a saída de um de seus membros. F. Murray Abraham, que vive o excêntrico roteirista C.W. Longbottom, deixou o elenco repentinamente em abril deste ano - uma decisão bastante curiosa, visto que nenhum motivo foi revelado, e especialmente estranho após seu personagem ter bastante destaque na segunda temporada.

No meio de toda disputa de egos e tiradas com o mundo dos games, Mythic Quest ainda encontra uma forma de dar uma despedida digna ao personagem, que serve como catalisador para reunir todo o restante do elenco. O momento demonstra bem o poder do programa, que arranca risadas, vergonha alheia e lágrimas com igual facilidade.

Em seu terceiro ano, a série se prova não só uma excelente comédia de ambiente de trabalho, com situações caóticas e personagens divertidos e bem desenvolvidos, mas também um retrato surpreendente da indústria de games. Diferente do cinema e da TV, não é exatamente uma área cujos bastidores são conhecidos pelo grande público, então a ambientação funciona para saciar a curiosidade, arrancar risadas e garantir a originalidade do seriado.

A terceira temporada de Mythic Quest é transmitida semanalmente pelo Apple TV+, às sextas. O serviço também conta com as temporadas anteriores no catálogo.

Veja mais sobre

Encontrou algum erro neste conteúdo?

Envie seu comentário

Veja mais

Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossas plataformas, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
Capa do podcast

Saiba mais