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Homem-Formiga e a Vespa | Crítica
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Homem-Formiga e a Vespa | Crítica

Após a guerra com Thanos, comédia de ação da Marvel é um bem-vindo respiro

Daniel John Furuno
Daniel John Furuno
04.jul.18 às 09h59
Atualizado há mais de 1 ano
Homem-Formiga e a Vespa | Crítica

Sob muitos aspectos, Homem-Formiga e a Vespa é a escolha ideal para se recuperar daquele soco no estômago desferido por Vingadores: Guerra Infinita, que fez com que inúmeros espectadores não se sentissem muito bem. Com carga emocional significativamente menos intensa que a do épico confronto com Thanos, o lançamento da Marvel Studios entrega duas horinhas de diversão leve, protagonizadas por seu herói mais despretensioso.

Uma vez que seu conceito é, convenhamos, passível de zombaria, a opção pela abordagem irreverente foi acertada desde o princípio. Difícil saber quanto crédito deve ser dado a Edgar Wright, que, embora tenha se desligado da produção de Homem-Formiga (2015), teve o nome mantido como corroteirista, ao lado de seu colaborador Joe Cornish e da dupla Adam McKay e Paul Rudd, convocada para reescrever o script. O fato é que o longa-metragem de estreia do diminuto personagem se beneficiou ao abraçar tanto o humor quanto a ação. E mesmo não sendo um cineasta autoral como Wright, Peyton Reed se mostrou um diretor competente.

O novo filme segue a mesma fórmula e marca pontos ao (com o perdão do trocadilho) reduzir a escala. Não há ameaças globais, muito menos intergalácticas — aqui, as motivações são pessoais: Scott (Paul Rudd) só quer cumprir sua pena em prisão domiciliar, decorrente dos eventos de Capitão América: Guerra Civil (2016), para poder retomar a vida e passar mais tempo com a filha, Cassie (Abby Ryder Fortson), enquanto Hank (Michael Douglas) e Hope (Evangeline Lilly) desejam resgatar Janet (Michelle Pfeiffer), presa no reino quântico. Apesar de pouco desenvolvidos, os vilões apresentam lógica semelhante: se o mafioso Burch (Walton Goggins) busca apenas lucro, a Fantasma (Hannah John-Kamen) tem justificativas particulares para suas ações (e isso é o máximo que pode ser dito sem soltar spoilers).

Uma vez mais coautor do roteiro, agora em parceria com Chris McKenna, Erik Sommers, Andrew Barrer e Gabriel Ferrari, Rudd traz charme bobo e certa ingenuidade ao papel principal, bem como comicidade, é claro. Inclusive, a resolução de um dos pontos centrais da trama só funciona graças à interpretação do ator, beirando o deboche. A graça, todavia, não é exclusividade do protagonista. A exemplo do ocorrido no longa anterior, o amigo de Scott, Luis (Michael Penã), rouba a maioria das cenas em que aparece. Outro dos criminosos reformados, Kurt (David Dastmalchian), também ganha momentos hilários. E o elenco de apoio ainda tem o acréscimo do agente Woo (Randall Park).

Nem tudo é piada. A película também introduz alguns elementos dramáticos quando, por exemplo, expande um pouco a relação entre o dr. Pym e a filha. Por sua vez, a temática da prestação de contas — em maior ou menor grau, Scott, Hank e Janet confrontam o resultado de suas escolhas —, apesar de não ser aprofundada, ajuda a amarrar as três narrativas paralelas.

Além da comédia, o filme também capricha na outra característica que marcou seu antecessor. De volta ao posto de diretor, Reed novamente se sai bem nas cenas de ação, principalmente as que envolvem a Vespa — que, aliás, tem potencial para se tornar uma das personagens mais badass do MCU. A brincadeira com objetos que aumentam e diminuem de tamanho, um dos destaques do primeiro filme, é retomada, em especial na sequência da perseguição de carro, cujas surpresas infelizmente acabaram estragadas pelo trailer.

Nada que prejudique a experiência geral. Homem-Formiga e a Vespa é puro entretenimento descompromissado, sem grandes sobressaltos. Pelo menos até chegar a primeira cena pós-crédito…

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