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Call of Duty: Modern Warfare II enfim muda a cara da franquia - jogamos o beta
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Call of Duty: Modern Warfare II enfim muda a cara da franquia - jogamos o beta

Game da Infinity Ward desacelera o ritmo para criar shooter com gostinho de Battlefield e Rainbow Six, mas sem perder a identidade

Arthur Eloi
Arthur Eloi
26.set.22 às 14h52
Atualizado há mais de 2 anos
Call of Duty: Modern Warfare II enfim muda a cara da franquia - jogamos o beta
Call of Duty: Modern Warfare II (2022)/Infinity Ward/Divulgação

Ativa desde 2003, já até se tornou uma piada como a franquia Call of Duty entrega uma experiência parecida ano após ano. Não que a série seja estática. Ao longo dos anos, os lançamentos já tiveram mudanças de temática, jogabilidade e estúdio responsável, mas é fato que o game estagnou em um estilo há pelo menos uma década. Modern Warfare II quer mudar isso.

Ao longo das últimas semanas, o modo multiplayer do jogo da Infinity Ward entrou em fase de beta público, e o NerdBunker pulou nos servidores para testar umas partidas. O resultado não só foi altamente satisfatório, como também demonstrou muito potencial para uma franquia que não passava por uma mudança tão grande como essa há mais de uma década.

Modern Warfare II dá continuidade ao estilo mais "pé-no-chão" do reboot de 2019, mas vai ainda mais fundo em remixar a fórmula de Call of Duty para criar uma experiência em que os jogadores precisam pensar um pouco antes de sair atirando. Em um fim de semana de testes, o jogo impressionou por pisar, sem medo, no freio do ritmo frenético da saga.

Tanto a movimentação, quanto o manuseio das armas é mais pesado aqui. Técnicas de movimentação amplamente adotadas pela comunidade no antecessor, como o infame slide cancel (vulgo: ficar deslizando para ganhar velocidade), foram removidas, e o foco agora fica em garantir bons posicionamentos e tempo de resposta durante os tiroteios.

Essas mudanças também se aplicam à criação de classes. Por mais que as extensas opções de customização de armas permaneçam, já não há mais tanta ênfase nas habilidades especiais (ou perks). Ao invés de montar sua classe com três opções de habilidades, agora são quatro em pacotes pré-montados. E ainda há uma sacada inédita: as partidas começam com apenas dois perks em uso, e os demais só são ativados ao ritmo que o confronto avança.

No papel, essas mudanças soam pequenas, mas elas fazem bastante diferença na prática por colocarem os vários tipos de jogadores - casuais e veteranos - em pé de igualdade. O jogo parece moldado para evitar que um tipo de arma, habilidade ou técnica possa dominar as partidas, e transforma tudo em um desafio de habilidade.

Dessa forma, Call of Duty ganha ares um pouco mais táticos, em que é preciso ficar mais consciente dos seus arredores, e não sair correndo por aí sem rumo. Os mapas refletem bem a mudança, com layouts mais complexos que usam e abusam de verticalidade e atalhos. Aqui, parece que a Infinity Ward quer combater o design de mapas de três caminhos que se tornou a base para a franquia.

Mudança para melhor?

Com todas essas mudanças, Call of Duty: Modern Warfare II tem um ritmo mais cadenciado, mas as partidas não são menos intensas por conta disso. Durante o teste beta, disputamos desde sessões equilibradas, até angustiantes partidas de dominação, em que cada time brigava freneticamente pelo controle das três bandeiras. A “simplicidade” - pelo menos em relação ao histórico da série - criou uma experiência mais competitiva, em que há vontade de conquistar as mecânicas ao invés de ficar acompanhando qual a combinação mais forte de armas e perks para sair vitorioso.

A beta, por sinal, veio surpreendentemente repleta de conteúdos e modos de jogo, que ajudam a demonstrar que Call of Duty está olhando além do próprio umbigo com o título inédito.

Partidas de extração de refém, em que não há ressurgimento e é necessário combinar uma estratégia com seu time, trazem à mente as intensas operações de Rainbow Six Siege. Já o modo Guerra Terrestre (Ground War), com mapas amplos e conflito de até 64 jogadores, é um oponente direto para Battlefield - ainda mais agora que a franquia rival passou por dois fracassos seguidos.

Tal inspiração nos competidores é vista não só nos modos, como também nas mecânicas. Modern Warfare II pega emprestado conceitos de ambos e mistura à sua fórmula para criar algo que soa original, atingindo um equilíbrio entre jogabilidade cadenciada e frenética que poucos sabem fazer. Quem diria que Call of Duty ainda funcionaria tão bem sendo mais lento, equilibrado e tático?

Como já se tornou comum com os betas e lançamentos da série, ainda há muita coisa a se ajustar - melhorar o tempo que leva para derrotar alguém, os locais traiçoeiros de ressurgimento, alguns bugs visuais -, mas há pouco o que reclamar da parte de design. Modern Warfare II parece um respiro de novidades. Na contramão dos dois antecessores, o jogo mostra que a Infinity Ward quer olhar para o futuro ao invés de ficar saudosista pela era de ouro da franquia.

Call of Duty: Modern Warfare II será lançado para PlayStation 5, Xbox Series X | S, PC, PlayStation 4 e Xbox One em 28 de outubro.

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